Economia que Custa Caro: 5 Erros com o Carro que Levam ao Arrependimento
Por razões que vão desde a falta de recursos financeiros até a falta de conhecimento, muitos motoristas negligenciam cuidados essenciais com seus veículos. Há quem ignore os prazos para revisões periódicas, enquanto outros tentam economizar utilizando peças e fluidos de qualidade inferior. Além disso, muitos não se dão ao trabalho de ler o manual do carro e, como resultado, acabam usando o veículo de maneira inadequada.
Esses descuidos podem parecer pequenos e irrelevantes, mas podem se transformar em economias prejudiciais que resultam em altos gastos com reparos quando o carro apresenta problemas sérios. A seguir, vamos abordar cinco erros comuns que podem pesar no bolso a longo prazo.
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Negligenciar a Manutenção do Câmbio Automático
A falta de manutenção no câmbio automático pode resultar em custos elevados. Esse tipo de transmissão requer troca de óleo, um serviço que, em geral, não é muito caro. O câmbio automático possui engrenagens e peças que necessitam de uma lubrificação adequada. As orientações sobre a troca do fluido estão descritas no manual do veículo e devem ser seguidas rigorosamente. Vale ressaltar que alguns modelos não indicam a troca de óleo, sugerindo que ele pode durar toda a vida útil do carro. No entanto, isso não significa que a transmissão não possa apresentar problemas.

Vazamentos podem ocorrer, reduzindo o nível de lubrificante e aumentando o atrito entre as partes internas, o que, por sua vez, eleva a temperatura do câmbio. Segundo o engenheiro Edson Orikassa, a contaminação do óleo por agentes externos também é uma preocupação, pois diminui sua eficiência. Durante as revisões, é importante verificar a condição do lubrificante; um óleo escurecido pode indicar que ele não está mais adequado para lubrificar. Sintomas de problemas incluem trancos na troca de marchas e “patinação” na aceleração.
Trocar o Óleo Apenas com Base na Quilometragem
A troca de óleo do motor deve ser feita conforme as recomendações do manual, mas muitos motoristas esquecem que o óleo também tem um prazo de validade. O engenheiro Erwin Franieck explica que, além da quilometragem, o tempo de uso do fluido deve ser considerado, pois após um período, os componentes do óleo se degradam, comprometendo sua capacidade lubrificante.

Essa degradação aumenta o atrito entre as peças internas do motor e, consequentemente, eleva o consumo de combustível. Em condições severas, como uso em vias não pavimentadas ou tráfego intenso, os prazos para troca do óleo devem ser antecipados. Também é importante observar que outros componentes, como pneus, têm validade e devem ser trocados mesmo sem uso.
Abastecer com Combustível de Procedência Duvidosa
Para economizar, muitos optam por abastecer em postos com preços mais baixos. No entanto, preços muito abaixo da média podem indicar adulteração. O engenheiro Erwin Franieck aconselha a escolher postos confiáveis e sempre pedir a nota fiscal para comprovar a compra. Combustíveis adulterados, como gasolina misturada com solvente ou etanol com água, podem causar danos sérios ao motor.

Esses combustíveis podem afetar componentes como dutos e vedações, além de gerar depósitos no motor. Os resultados imediatos do abastecimento com combustíveis de baixa qualidade incluem perda de desempenho e aumento no consumo.
Ignorar o Amaciamento do Motor
Ao comprar um carro novo, muitos acreditam que o amaciamento do motor é uma prática obsoleta. No entanto, a maioria dos fabricantes ainda recomenda um período de adaptação, evitando acelerações excessivas nos primeiros quilômetros de uso. O objetivo é permitir que os componentes internos se ajustem e o motor alcance um nível ideal de funcionamento, o que resulta em melhor desempenho e menor consumo de combustível.

Por exemplo, o manual do Renault Sandero orienta que, nos primeiros 1.000 km, o motorista não deve ultrapassar determinadas velocidades ou rotações. Apesar das inovações tecnológicas, a necessidade de um período de amaciamento continua sendo relevante para garantir o desempenho adequado do motor.
Rodar com o Motor Sempre Frio
Embora muitos motoristas se orgulhem de rodar com baixa quilometragem, essa condição nem sempre é benéfica. O motor precisa atingir uma temperatura específica para garantir o funcionamento e a lubrificação adequados. Deslocamentos curtos, que não permitem o aquecimento do motor, podem acelerar o desgaste e aumentar o consumo de combustível.

Erwin Franieck observa que dirigir por menos de 15 minutos pode ser insuficiente para aquecer o óleo do motor, resultando em lubrificação inadequada. Carros que funcionam a maior parte do tempo em temperaturas ideais tendem a ter um desempenho melhor e menos desgaste. Em dias frios, os veículos abastecidos com etanol podem apresentar ainda mais problemas, especialmente se forem modelos antigos, pois a partida se torna mais difícil e a umidade gerada pela queima incompleta do etanol pode contaminar o óleo.
Fonte: UOL