O que você precisa saber após anúncio do governo dos carros populares no Brasil?

O mercado ficou agitado após o pronunciamento de Geraldo Alckmin sobre o plano do governo para baratear veículos novos e deixar eles mais parecidos com carros populares no Brasil. Há muitos pontos a serem analisados sobre os reflexos, impactos e decisões a serem tomadas. Tudo afeta o bolso do consumidor.

A seguir, veja o que é preciso saber sobre o tudo o que está por trás do pacote de medidas, que visam alavancar a produção de carros populares no Brasil e baratear os preços finais de automóveis zero-quilômetro no Brasil. Venha saber mais nesse artigo!

Como serão os descontos para facilitar a compra de carros populares no Brasil?

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou que o governo federal irá conceder descontos em tributos como IPI e PIS/Cofins para a compra de automóveis. Os descontos variarão entre 1,5% e 10,96% no valor final do veículo e serão determinados de acordo com o preço (que deve ser até R$ 120 mil), eficiência energética e densidade industrial.

Carros que não são montados no Brasil estão excluídos do programa. A medida terá tempo limitado, mas o período ainda não foi divulgado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estima que a ação deve durar entre três e quatro meses. O programa completo será publicado pelo Ministério da Fazenda 15 dias após o anúncio, que foi realizado no último dia 25.

Como ficam os financiamentos dos chamados carros populares no Brasil?

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, anunciou que a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, prometeu uma linha de crédito especial para os consumidores. Além disso, o BNDES também anunciou uma nova linha de financiamento para a indústria, com foco em exportações em dólar.

Aloízio Mercadante, presidente do banco estatal, informou que essa linha de crédito terá R$ 2 bilhões iniciais, podendo dobrar para R$ 4 bilhões, dependendo da demanda. A taxa de juros anual será de, no máximo, 7,5%, com redução de spread de 1,30% para 0,5%. A previsão é destinar R$ 11 bilhões de crédito para o setor industrial até o final de 2023.

Essa medida será suficiente para resolver carros encalhados no mercado nacional?

De acordo com especialistas entrevistados, a retomada do crescimento da indústria automotiva no Brasil depende de medidas estruturantes que vão além da redução da taxa de juros e facilitação do crédito.

Ricardo Bacellar, Cassio Pagliarini e Milad Kalume Neto concordam que é necessário discutir incentivos fiscais e ações que proporcionem uma retomada sustentável. Pagliarini critica a demora na publicação do pacote de medidas e a falta de informações, o que causou impactos nos emplacamentos.

Apesar das críticas em relação ao processo de implementação do programa, um consultor destaca que sua empresa estima um aumento de cerca de 170 mil vendas se o programa tiver duração de junho a dezembro. Ele acredita que isso irá trazer novos modelos ao mercado de usados e acelerar a economia. Contudo, é importante que a retirada dos benefícios seja gradual.

O que ocorrerá com as montadoras de carros populares no Brasil?

Além disso, o especialista acredita que a iniciativa poderá incentivar as fabricantes a reduzir preços de carros que atualmente ultrapassam o limite do benefício em R$ 5 mil.

Independentemente de mera redução nos preços, o que poderá ocorrer também, para que modelos mais equipados aproveitem o boom de descontos, é que as montadoras poderão lançar opções mais simplificadas, a exemplo do que a Volkswagen já fez com o Polo Track.

Já Flavio Padovan, ex-executivo de montadoras como Ford, Volkswagen e Jaguar Land Rover, afirma que as montadoras não têm condições de reduzir muito as suas margens de lucro para baratear seus carros de entrada.

Carros usados ficarão mais baratos para baratear os carros populares no 0km?

A redução do IPI para carros novos deve fazer com que os preços dos carros usados também diminuam, respeitando um percentual próximo ao dos zero km. No entanto, essa redução não terá tanto impacto nos carros mais antigos.

A Fenauto elogiou a iniciativa, mas pediu que o setor de usados não seja esquecido. As vendas de carros novos caíram após a redução do IPI, fazendo com que muitas concessionárias não atingissem suas metas de vendas.

O que entidades dizem do anúncio do governo sobre os carros populares no Brasil?

Presidente da Anfavea elogiou a medida e afirma que as medidas do governo poderão, sozinhas, ampliar de 200 mil a 300 mil unidades as vendas de veículos neste ano.

Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) também declarou apoio à medida do governo, mas afirmou que, antes do dia 2 (quando publicará seus resultados), não iria se pronunciar sobre a queda nas vendas, decorrente do hiato entre o anúncio de Alckmin e a publicação das medidas.

Como ficará o preço dos carros populares no Brasil?

Apenas com base no percentual máximo previsto pelo governo, o preço de um carro zero-quilômetro ainda ficará acima de R$ 60 mil – aquém da projeção entre R$ 50 mil e R$ 55 mil feita pelo Palácio do Planalto.

Assim, os carros mais baratos do Brasil deverão passar a custar:

• Fiat Mobi (de R$ 68.990 para valores entre R$ 67.955,15 e R$ 61.428,70);
• Renault Kwid (de R$ 68.990 para valores entre R$ 67.955,15 e R$ 61.428,70);
• Citroën C3 (de R$ 72.990 para valores entre R$ 71.895,15 e R$ 64.990,30);
• Fiat Argo (de R$ 79.790 para valores entre R$ 78.593,15 e R$ 71.045,02);
• Renault Stepway (de R$ 79.990 para valores entre R$ 78.790,15 e R$ 71.223,10);
• VW Polo Track (de R$ 81.370 para valores entre R$ 80.149,45 e R$ 72.451,85);
• Hyundai HB20 (de R$ 82.290 para valores entre R$ 81.055,65 e R$ 73.271,02);
• Chevrolet Onix (de R$ 84.390,00 para valores entre R$ 83.124,15 e R$ 75.140,86);
• VW Polo MPI (de R$ 86.390 para valores entre R$ 85.094,15 e R$ 76.921,66);
• Renault Logan (de R$ 89.560 para valores entre R$ 88.216,60 e R$ 79.744,22).

Peugeot 208 e Fiat Cronos entrariam nessa lista, mas são fabricados na Argentina e foram excluídos da isenção, válida apenas para veículos feitos em solo nacional.

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