Alta no petróleo aumenta o preço da gasolina nos EUA e beneficia a Rússia na guerra!
Os preços do petróleo estão em alta, o que significa que os consumidores terão que desembolsar mais dinheiro na hora de abastecer seus veículos. Além disso, caminhoneiros e agricultores também sentirão o impacto do aumento no preço do diesel.
Essa elevação nos preços também complica a luta global contra a inflação e fortalece os recursos de guerra da Rússia. Políticos e cidadãos enfrentarão dificuldades ao terem que gastar mais para se deslocar até o trabalho, transportar mercadorias ou colher produtos agrícolas.
Confira algumas informações importantes sobre esse recente aumento nos preços e o que pode acontecer no futuro:
Guia do Conteúdo
Por que os preços do petróleo estão subindo?

A principal razão para o aumento nos preços do petróleo é a decisão da Arábia Saudita de reduzir a quantidade de petróleo enviada aos mercados globais. O segundo maior fornecedor de petróleo do mundo diminuiu sua produção em 1 milhão de barris por dia desde julho e decidiu estender esse corte até o final do ano.
A Rússia, aliada da Arábia Saudita na OPEP+, também prolongou seu próprio corte de produção de 300.000 barris por mês até 2023.
Em resumo, uma oferta mais restrita resulta em preços mais altos. O petróleo Brent, referência internacional, foi negociado a quase US$ 94 por barril na segunda-feira, acima dos US$ 90 anteriores à prorrogação em 5 de setembro e dos US$ 74 anteriores ao anúncio do corte saudita. Já o petróleo dos EUA foi negociado em torno de US$ 90,50, acima dos US$ 68 anteriores ao corte saudita.
Até que ponto os preços do petróleo podem subir?
Alguns analistas acreditam que o petróleo pode chegar a US$ 100 por barril, considerando a alta demanda e a oferta limitada. No entanto, essa não é a única perspectiva.
Os preços do petróleo são voláteis e, embora possam ultrapassar brevemente os US$ 100 nos próximos meses, é pouco provável que se mantenham nesse patamar. Jorge Leon, vice-presidente sênior de mercados petrolíferos da Rystad Energy, prevê preços em torno de US$ 90 nos últimos três meses do ano.
Mesmo assim, esse valor ainda é historicamente alto e é impulsionado pela demanda “resiliente” por combustíveis para transporte.
Outros fatores que afetam os preços do petróleo
Um fator importante é a demanda por combustível, que está aumentando à medida que as viagens se recuperam após a intensidade da pandemia da COVID-19. Uma economia robusta nos EUA impulsiona a demanda por petróleo e, consequentemente, seu preço. Por outro lado, o crescimento mais fraco na China e na Europa tem o efeito oposto.
Outro fator é a especulação financeira. Investidores estão apostando no aumento dos preços do petróleo, o que contribui para o aumento além dos US$ 85 por barril. No entanto, fundamentalmente ainda há bastante petróleo no mundo para atender à demanda atual.
Além disso, espera-se que mais petróleo iraniano entre no mercado, uma vez que os EUA estão “fechando os olhos” para a aplicação de sanções. Isso poderia adicionar de 200 mil a 300 mil barris por dia à oferta.
Impacto nos consumidores
O petróleo mais caro se reflete nos preços mais altos da gasolina e do diesel, principalmente nos EUA, onde cerca de metade do preço na bomba é composto pelo custo do petróleo. Os preços médios da gasolina nos EUA ainda estão abaixo do recorde de US$ 5 por galão registrado no verão de 2022. No entanto, eles estão 15 centavos acima do ano anterior, chegando a US$ 3,85 por galão.
Os preços do diesel também subiram devido ao aumento nos custos do petróleo e à escassez de tipos específicos de petróleo bruto adequados para a produção de diesel. As refinarias também estão optando por produzir mais combustível de aviação, aproveitando a recuperação das viagens aéreas. Na semana passada, o preço do diesel estava em torno de US$ 4,58 por galão, acima dos US$ 4,34 do mês anterior.
Essa situação prejudica os agricultores, que dependem muito do diesel, e também eleva o preço dos produtos transportados por caminhões.
Como os preços mais altos do petróleo beneficiam a Rússia?
O petróleo é a principal fonte de receita da Rússia, então os preços mais altos ajudam o país a financiar a invasão da Ucrânia e a enfrentar as amplas sanções ocidentais que visam prejudicar sua economia durante o período de guerra.
O recente aumento nos preços do petróleo, juntamente com uma redução nos descontos oferecidos pela Rússia aos clientes asiáticos devido às sanções, significa que Moscou terá “receitas significativamente maiores com essas exportações”, segundo Benjamin Hilgenstock, economista sênior da Escola de Economia de Kiev.
Essa receita adicional pode chegar a cerca de US$ 17 bilhões este ano e US$ 33 bilhões no próximo ano. Esses valores ajudam a apoiar a moeda russa e possibilitam a importação de itens importantes, incluindo componentes para armas.
Políticas relacionadas ao petróleo
O presidente dos EUA, Joe Biden, tem enfrentado críticas de legisladores republicanos por incentivar mais perfurações de petróleo e abandonar seu apoio aos veículos elétricos. No entanto, essas críticas ignoram em grande parte o aumento da produção de petróleo nos EUA ao longo do último ano.
Biden afirmou que considera a produção de petróleo essencial para manter a economia funcionando como uma transição para um futuro com veículos elétricos e energias renováveis.
A Casa Branca reconhece que o mercado mundial de petróleo está subabastecido, conforme indicado por dados recentes da OPEP que apontam para um déficit mundial de 3 milhões de barris por dia. O governo dos EUA está em contato com produtores nacionais e internacionais para garantir o abastecimento a longo prazo e evitar que o risco de preços mais altos do petróleo prejudique o crescimento econômico.
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