Embriaguez no volante mata mais de 1 brasileiro por hora!

A Lei Seca, marco na luta contra a violência no trânsito no Brasil, está prestes a completar 15 anos em 2023. Recentemente, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) divulgou um dossiê alarmante sobre os acidentes provocados pelo uso de álcool no país, utilizando dados do Ministério da Saúde.

De acordo com o documento, impressionantes 10.887 pessoas perderam a vida em decorrência da combinação perigosa entre álcool e direção em 2021, resultando em uma média assustadora de 1,2 óbito por hora.

Esse número é extremamente alto, especialmente quando consideramos que as mortes relacionadas ao álcool em acidentes de trânsito são totalmente evitáveis. Como afirma o psicólogo e pesquisador do Cisa, Kaê Leopoldo: “É só você não beber”.

Segundo o levantamento, aproximadamente 5,4% dos brasileiros admitiram dirigir após consumir bebidas alcoólicas, um índice que se mantém estável no país. Apesar de alarmante, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes em 2021 foi 32% menor do que em 2010, quando a Lei Seca tinha apenas dois anos de existência. No período analisado, o número de mortes anuais caiu de sete para cinco por 100 mil habitantes.

Embriaguez no volante.
Embriaguez no volante é um vilão no Brasil. Foto: Divulgação

Kaê ressalta que esse número ainda é excessivamente alto, mas é importante entender que há uma tendência de redução ao longo dos 10 anos analisados.

Além disso, o estudo revela que o total de hospitalizações aumentou em 34% nesse período, passando de 27 para 36 internações a cada 100 mil habitantes. No entanto, esse crescimento foi impulsionado principalmente por acidentes envolvendo ciclistas e motociclistas, enquanto as hospitalizações de ocupantes de veículos e pedestres envolvidos em acidentes relacionados ao consumo de álcool diminuíram.

Kaê opina que o aumento das hospitalizações envolvendo ciclistas e motociclistas pode estar relacionado ao crescimento da frota nesse período, especialmente no caso dos motoboys e entregadores. Esses profissionais passaram a trabalhar em horários nos quais há mais pessoas dirigindo embriagadas, o que aumenta o risco de acidentes.

Os números de óbitos e hospitalizações variam consideravelmente entre os estados brasileiros. Enquanto Tocantins (11,8), Mato Grosso (11,5) e Piauí (9,3) registram mais de nove óbitos a cada 100 mil habitantes por acidentes relacionados ao consumo de álcool, Amapá (3,6), São Paulo (3,5), Acre (3,5), Amazonas (3,2), Distrito Federal (2,9) e Rio de Janeiro (1,6) têm taxas inferiores a quatro óbitos por 100 mil habitantes.

Quanto às hospitalizações, elas variam de 85,2 a cada 100 mil pessoas no Piauí a 11,8 a cada 100 mil no Amazonas, uma diferença de mais de sete vezes entre os dois estados. O pesquisador Kaê argumenta que é difícil compreender essa discrepância e destaca que fatores como implementação de políticas públicas, fiscalização, densidade de blitzes, fatores culturais, frota de veículos e qualidade das estradas influenciam na diversidade dessas taxas de óbitos e hospitalizações.

Diante desses dados alarmantes, a socióloga Mariana Thibes, coordenadora do Cisa, enfatiza a importância de as autoridades locais aumentarem a fiscalização nas ruas e implementarem campanhas educativas.

Segundo ela, a educação da população desempenha um papel crucial na segurança viária, e a continuidade da fiscalização é fundamental para reduzir as mortes no trânsito, mesmo com leis já existentes.

O perfil das vítimas de acidentes relacionados ao consumo de álcool é majoritariamente masculino. Cerca de 85% das hospitalizações envolvem homens, enquanto 89% das mortes causadas pelo álcool são de pessoas do sexo masculino. Em relação à faixa etária, a população entre 18 e 34 anos é a mais afetada, conforme aponta o estudo.

O psiquiatra e presidente do Cisa, Arthur Guerra, destaca que muitas pessoas ainda acreditam que consumir uma pequena quantidade de álcool não interfere na capacidade de dirigir. No entanto, os dados mostram claramente os riscos envolvidos nessa prática irresponsável.

Diante desse cenário preocupante, é necessário conscientizar a população sobre os perigos do consumo de álcool antes de assumir o volante e reforçar a importância da fiscalização e da implementação de políticas públicas eficazes. A Lei Seca, embora tenha contribuído para uma redução nas taxas de mortalidade ao longo dos anos, ainda há muito a ser feito para garantir um trânsito mais seguro para todos os brasileiros.”

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Bruno Martendal
Especialista em finanças e seguros, aprecia o mundo dos automóveis e se aprofundou na área de proteção do seu patrimônio. Hoje se divide entre outros projetos, na redação do Agora Motor, sempre trazendo reviews e análises sobre os melhores seguros automotivos!
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