Chevrolet Agile: O Hatch Esquecido que Pode Surpreender
O Chevrolet Agile é um daqueles modelos que poucos consideram, mas quem sabe descobrir suas qualidades pode se surpreender. Lançado em 2009, o hatch foi uma tentativa ousada da Chevrolet de renovar a sua linha de carros no Brasil e em outros mercados, em um momento onde a marca precisava se reerguer. Produzido na Argentina, o Agile foi uma aposta em meio à disputa acirrada com outros modelos populares, como o VW Fox, Renault Sandero e Ford Fiesta.

Apesar de ter sido um lançamento com o intuito de melhorar a linha da Chevrolet, a marca enfrentava um grande desafio: a demora na chegada do Onix, que viria a ser o grande sucesso da marca. Enquanto isso, o Agile buscava fazer seu nome, mas a tarefa não foi fácil. Mesmo assim, o modelo trazia algumas surpresas.
Guia do Conteúdo
Características e Equipamento: Um Hatch que Impressiona
O Chevrolet Agile foi equipado com um motor 1.4 Econo.Flex, um bloco que também era utilizado no Corsa, Prisma e Meriva. O hatch era oferecido em duas versões: LT e LTZ. A versão de entrada LT incluía direção hidráulica, ajuste de altura do banco do motorista, volante ajustável, computador de bordo e piloto automático. Já a versão LTZ era mais sofisticada e trazia itens como faróis de neblina, rádio com Bluetooth, vidros e travas elétricas, retrovisores elétricos e alarme. Os opcionais eram limitados a ar-condicionado, dois airbags e freios ABS.
Em termos de espaço, o Agile se destacava. Com um porta-malas de 327 litros, superava até mesmo o Renault Sandero, que possuía 320 litros, tornando-o uma opção interessante para quem precisava de um carro espaçoso. No entanto, a concorrência não era o único desafio do Agile, e alguns problemas começaram a aparecer.
Problemas e Críticas: Defeitos e Pontos Negativos
Apesar de suas qualidades, o Agile apresentava falhas que não passavam despercebidas. Com a pressa em lançar o modelo para enfrentar a crise de vendas, a qualidade do acabamento interno não foi uma prioridade para os engenheiros. Um problema comum que se observava era o descolamento do tecido das portas, algo que muitos donos de Agile enfrentavam com o tempo.

A suspensão dianteira era outro ponto crítico do modelo. Muitos motoristas reclamavam de ruídos e vazamentos provenientes dos amortecedores, levando à necessidade de substituição do conjunto completo, um custo considerável para o proprietário.
Além disso, um problema antigo e recorrente do Agile era a falha na ignição, sinalizada por uma luz acesa no painel. Esse defeito geralmente era relacionado à bobina ou ao sensor de ignição. A questão dos freios também não podia ser ignorada. A ineficiência do sistema de freios era uma queixa constante, com muitos condutores relatando a necessidade de manter uma grande distância de segurança para evitar acidentes. Mesmo a troca do cilindro mestre em alguns veículos não garantia a resolução do problema, como atestado por diversos relatos em portais de reclamação.
Outro ponto que deveria ser levado em conta é o histórico de recalls do modelo. O Agile passou por chamadas de revisão para problemas como troca de tubo de alimentação de combustível, substituição dos rolamentos das rodas traseiras, manutenção do filtro de combustível e até questões envolvendo o airbag do motorista. Para verificar se um modelo específico já foi chamado para recall, é importante consultar o site da GM ou entrar em contato com o suporte.
O Que Esperar de Cada Versão: LT e LTZ
Se você está considerando o Chevrolet Agile como uma opção de carro usado, é importante entender as particularidades de cada versão. O modelo LT é mais acessível e pode ser encontrado a preços que chegam a ser mais baixos que o de uma churrasqueira a gás de alto padrão, como a Coyote Rapid Sear 30″ embutida, que custa cerca de R$ 38.990. Essa versão, apesar de ser básica, oferece o essencial para quem busca um carro econômico e com um bom nível de equipamentos.
A versão LTZ, por sua vez, é a mais completa e pode ser uma opção interessante para quem busca mais conforto e tecnologias, como rádio Bluetooth e faróis de neblina. Essa versão é um pouco mais cara, mas seu preço ainda é competitivo para quem quer um carro com mais recursos sem gastar uma fortuna.
O Que Faz do Agile uma Boa Escolha?
Mesmo com os pontos negativos, o Chevrolet Agile possui qualidades que podem agradar a muitos. Ele se destaca pelo espaço interno, especialmente para pessoas mais altas, o que não é comum em todos os hatches da categoria. A direção do Agile é leve e precisa, facilitando manobras e estacionamentos. Seu comprimento de 4,06 metros faz dele um carro de tamanho adequado para o uso urbano, e sua largura de 1,68 metros é o suficiente para uma condução confortável, embora a acomodação de três pessoas no banco traseiro possa ser apertada.

O motor 1.4 8V de quatro cilindros, flex, com potência de 102 cv (etanol) e 97 cv (gasolina), é robusto e simples, facilitando o reparo e a substituição de peças. É um motor que compartilha componentes com outros modelos da Chevrolet, como o Corsa, o que pode ser um benefício na hora de buscar peças de reposição.
Leia Também: Como lavar e higienizar o carro da maneira correta!
No entanto, o consumo de combustível pode ser um ponto negativo. Com etanol, o Agile faz em média 6,6 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada, números que não são os melhores da categoria. Quando abastecido com gasolina, a média é um pouco mais vantajosa: 9 km/l no ciclo urbano e 11,7 km/l na estrada. Se você estiver pensando em um modelo com câmbio Easytronic, é melhor repensar, pois esse sistema automatizado teve problemas recorrentes e não teve boa aceitação no mercado.
Outro fator a considerar é que as versões básicas do Agile, sem itens como ar-condicionado e vidros elétricos, são mais difíceis de vender, o que pode influenciar na sua decisão de compra. Por isso, a versão LTZ é recomendada para quem pensa em revender o carro futuramente, pois sua lista de equipamentos é mais atraente.
