Correia banhada a óleo: A verdade que você precisa saber antes de dirigir!
A tecnologia da correia de sincronismo banhada a óleo tem sido um tema de debate constante no Brasil, especialmente após a chegada da segunda geração do Chevrolet Onix, lançada em 2019. Essa mudança trouxe consigo a família de motores CSS Prime, equipados com a tão discutida correia banhada a óleo.
Muitos motoristas que adquiriram modelos com essa tecnologia, como o Onix, começaram a registrar falhas nos motores após a quebra da correia, o que levou a reparos caros e até retíficas completas. Mas será que essa falha é realmente culpa da tecnologia ou há outros fatores em jogo? Neste artigo, vamos explorar as verdades e os mitos que cercam esse polêmico componente e entender por que ele desperta tanta controvérsia.

Guia do Conteúdo
O que é a correia banhada a óleo e por que ela foi adotada?
A correia de sincronismo banhada a óleo é uma tecnologia relativamente nova para os carros vendidos no Brasil. Ela substitui as tradicionais correias dentadas ou correntes de comando em motores mais modernos, como os da família CSS Prime, que inclui os modelos Onix, Tracker e Montana. A principal vantagem dessa correia é sua maior eficiência energética e o menor peso, contribuindo para o desempenho e a economia de combustível. A escolha pela correia banhada a óleo também está relacionada à redução da massa rotativa do motor, um fator crucial para melhorar o desempenho do veículo. No entanto, a sua introdução gerou certa polêmica, pois muitos motoristas não estavam familiarizados com essa tecnologia e, ao longo do tempo, começaram a registrar problemas mecânicos relacionados a ela.
A falha dos motores e a relação com a manutenção
Os casos de falhas nos motores, principalmente nos carros que utilizam a correia banhada a óleo, geralmente são relacionados a uma manutenção inadequada ou à falta dela. A correia necessita de um óleo lubrificante específico, com aditivos que protejam as borrachas da correia, garantindo que o componente funcione corretamente ao longo de sua vida útil. Muitos motoristas, especialmente aqueles que compraram veículos de frotas ou locadoras, optam por economizar e não fazem a manutenção preventiva adequada, o que pode prejudicar a durabilidade do componente.
Além disso, o uso de óleo de baixa qualidade ou com a viscosidade errada pode acarretar danos a longo prazo. O mecânico Daniel Taniguti, proprietário da oficina Seiko Automotive, em São Paulo, alerta que o uso de fluídos incorretos pode resultar em danos silenciosos que não são percebidos de imediato, mas que ao longo do tempo levam à falha do sistema de sincronismo. Ele também destaca que, embora o projeto da correia banhada a óleo tenha sido amplamente estudado pelas montadoras e, em teoria, tenha uma durabilidade de até 240.000 km, ela não está imune a problemas causados pela falta de manutenção.
Outras marcas que utilizam a tecnologia
Não é só a Chevrolet que aposta na correia banhada a óleo. A Peugeot e a Citroen também utilizam esse sistema em seus motores 1.2 Puretech, presentes nos modelos 208 e C3 de segunda geração. A Ford, por sua vez, adotou a tecnologia na terceira geração do Ka, em 2014, com seu motor 1.0 de três cilindros, e continuou com essa escolha em outros modelos, como o EcoSport 1.5 com motor Dragon e o Fiesta 1.0 Ecoboost. As durabilidades das correias nesses carros variam de 80.000 km a 240.000 km, dependendo do modelo e da intensidade do uso, mas, em todos os casos, a falta de manutenção adequada pode reduzir significativamente a vida útil da correia.

O impacto da falta de manutenção na revenda de veículos
A falta de manutenção adequada não só afeta o desempenho do veículo, mas também o seu valor de revenda. Modelos com alta quilometragem, especialmente os provenientes de locadoras ou grandes frotas, geralmente enfrentam dificuldades para serem vendidos no mercado de usados. O motivo? A falta de comprovação de manutenções preventivas, realizadas em concessionárias que utilizam peças e lubrificantes originais. Como destaca Cezar Prevoznik, consultor técnico e proprietário da CarPremiumbr, se o preço da manutenção preventiva for considerado um problema, é melhor optar por outro modelo. Isso ocorre porque a falta de cuidados preventivos pode gerar danos irreparáveis ao motor e prejudicar a experiência de uso a longo prazo.
A postura da GM e a confiança no projeto
Apesar das críticas e problemas registrados por alguns motoristas, a GM mantém sua confiança no projeto da correia banhada a óleo. Ulisses Cavalcante, Supervisor de Comunicações de Produto na General Motors da América do Sul, afirmou que a escolha pela correia banhada a óleo foi feita com base em estudos de eficiência e desempenho. Além disso, ele destacou a importância de utilizar óleos lubrificantes da linha Dexos, que são formulados com aditivos específicos para as borrachas das correias. O uso de óleos falsificados ou de baixa qualidade pode afetar a durabilidade das peças e comprometer a performance do motor, o que é um alerta importante para os motoristas.
A Chevrolet também recomenda revisões preventivas mais frequentes para motoristas que utilizam seus carros em condições de uso severas, como motoristas de aplicativos e representantes comerciais. A revisão a cada 5.000 km ou 6 meses é recomendada nesses casos, enquanto para uso normal, o intervalo é de 10.000 km ou 12 meses. Isso ajuda a garantir que o sistema de correia banhada a óleo funcione corretamente, reduzindo os riscos de falhas e aumentando a durabilidade do motor.
O futuro da correia banhada a óleo e as lições aprendidas
O uso da correia banhada a óleo é uma tecnologia que, apesar de seus benefícios, ainda gera muitas discussões. A escolha de fabricantes como Chevrolet, Peugeot, Citroen e Ford por esse sistema reflete uma aposta no futuro da mobilidade, com foco em eficiência e desempenho. No entanto, como qualquer inovação tecnológica, ela exige um cuidado especial por parte dos motoristas, que devem estar atentos à manutenção preventiva e ao uso de óleos de qualidade para garantir a durabilidade do componente.

Embora a tecnologia tenha mostrado ser eficaz em muitos casos, a falta de manutenção adequada pode comprometer a experiência do motorista e a vida útil do motor. Os motoristas devem estar cientes dos cuidados necessários e procurar orientação nas concessionárias para garantir que seus veículos funcionem corretamente ao longo dos anos.
Leia Também: Renault Descontinua Modelos Populares: Saiba Tudo Sobre a Mudança!
Se você possui um veículo com correia banhada a óleo, a chave para o sucesso está na manutenção preventiva. Não ignore os prazos de revisão e sempre utilize os lubrificantes recomendados pelo fabricante para garantir que o motor do seu carro funcione da melhor forma possível, sem surpresas desagradáveis.
