Carros de Fiat, Jeep e Toyota estão sendo vitimas de clonagem! Descubra como!
A clonagem de veículos é uma prática ilegal que vem ganhando cada vez mais notoriedade no Brasil, mas recentemente um tipo de fraude começou a afetar até as próprias montadoras de automóveis. Marcas como Fiat, Jeep e Toyota estão enfrentando uma situação inesperada: veículos de suas frotas internas estão sendo clonados.
Os carros em questão, usados para avaliações da imprensa, marketing ou como parte do departamento de comunicação das empresas, têm sido alvo de criminosos que, aproveitando a visibilidade nas redes sociais e nas mídias, falsificam as informações dos veículos.
Guia do Conteúdo
Como Funciona a Clonagem de Veículos?
Os bandidos se aproveitam da exposição desses veículos para obter informações essenciais sobre as placas, números de chassi e documentos de registro. Essas informações são então utilizadas para criar um “clone” do veículo original.
A fraude funciona da seguinte maneira: dados de veículos zero km são copiados para emplacar carros roubados ou fraudulentos, permitindo que os criminosos consigam colocar esses veículos no trânsito, sem que ninguém desconfie.
Até que o verdadeiro proprietário do carro note a clonagem, o veículo fraudulentamente emplacado circula livremente.
Como as Marcas Descobrem a Fraude?
Apesar da sofisticação da fraude, as montadoras começam a notar os primeiros sinais de clonagem por meio de multas e registros de infrações. Jorge Mussi, gerente geral de pós-vendas da Toyota, conta que a empresa descobriu a clonagem quando seus veículos começaram a ser multados em lugares onde não haviam circulado, ou quando foi identificada a transferência de propriedade de seus carros.
Esses casos fazem com que as marcas entrem em contato com as autoridades para registrar o boletim de ocorrência (BO) e abrir processos administrativos, com o intuito de regularizar a situação e localizar o veículo clonado.
A Stellantis, que é dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, também está sendo vítima dessa fraude. A empresa confirma que alguns de seus veículos internos foram clonados, mas não divulga muitos detalhes sobre as ocorrências.
O comunicado oficial da Stellantis afirma que a marca tomou conhecimento da fraude por meio de infrações cometidas em locais onde os carros não estavam e também pela identificação de novos proprietários registrados no Detran.
O Papel das Placas Mercosul na Clonagem
Com a introdução das placas Mercosul em 2020, muitos acreditavam que a segurança e a identificação de veículos seriam reforçadas. A nova placa foi projetada para aumentar a segurança, facilitar a integração entre países do Mercosul e ajudar no combate a fraudes.
No entanto, a realidade tem mostrado que a medida não foi completamente eficaz. Ivanio Inácio, presidente da Associação Nacional dos Estampadores de Placas de Identificação Veicular (Anepiv), aponta que a clonagem de veículos tem sido facilitada pela fragilidade dos processos de estampagem e emplacamento.
Embora as placas Mercosul possuam um QR Code para aumentar a segurança, Inácio destaca que esse código tem sido copiado de maneira indiscriminada pelos criminosos, permitindo que veículos irregulares circulem sem serem detectados.
O QR Code, que deveria ser uma ferramenta de segurança, acaba se mostrando insuficiente, já que os criminosos têm se adaptado rapidamente, criando clones dos veículos com as mesmas características e, em alguns casos, até falsificando os códigos. Isso coloca em risco a integridade do sistema de segurança das placas e facilita a atuação dos fraudadores.
As Medidas Adotadas pelas Montadoras
Diante dessa situação, as montadoras afetadas estão tomando medidas rigorosas para lidar com a clonagem de veículos. A Toyota, por exemplo, não apenas registra os boletins de ocorrência para cada incidente de clonagem, mas também abre processos administrativos junto às autoridades para regularizar a situação dos veículos afetados. A marca também está investindo em fornecedores de serviços eletrônicos para ajudar a evitar a clonagem no futuro.
A Stellantis, por sua vez, adota um procedimento semelhante: a empresa informa às autoridades competentes, colabora com as investigações e, quando necessário, recolhe os veículos clonados para evitar que esses carros fraudulentos circulem nas ruas.
Ambas as empresas estão focadas em garantir que os consumidores e a indústria automotiva não sejam prejudicados por essa prática criminosa.
A Tecnologia a Favor da Prevenção: Inteligência Artificial e Validação de Dados
A Anepiv, além de apoiar as ações das montadoras, também está colaborando com o combate à clonagem por meio do uso de tecnologias de validação. Uma das ferramentas mais promissoras é o uso de Inteligência Artificial (IA), que pode ser aplicada em processos de vistoria e emplacamento de veículos.
Em alguns estados do Brasil, a IA é utilizada para validar os dados dos veículos e seus proprietários, permitindo que o sistema identifique irregularidades e evite que veículos clonados obtenham registro legal.
Ivanio Inácio, presidente da Anepiv, afirma que a integração dos Detrans com as tecnologias de IA tem se mostrado eficiente para a detecção de fraudes e para a prevenção de crimes relacionados à clonagem de veículos.
A IA consegue comparar os dados do veículo, como números de chassi e informações de registro, e identificar discrepâncias que podem indicar a clonagem do carro.
Além disso, a IA também auxilia no combate à sonegação fiscal, uma vez que ajuda a verificar se as informações do veículo e do proprietário estão corretas, garantindo que os impostos e taxas devidos sejam pagos de maneira justa.
Essa tecnologia tem se mostrado uma aliada importante na luta contra a fraude de veículos no Brasil.
O Impacto Econômico da Clonagem de Carros
A clonagem de veículos não afeta apenas as montadoras e os consumidores, mas também gera um impacto econômico significativo. O crime de clonagem está diretamente relacionado ao aumento de veículos fraudulentos circulando pelas ruas, o que compromete a integridade do mercado de carros novos e usados. Além disso, a fraude pode gerar prejuízos financeiros para as empresas e para o governo, que perde receita com impostos e taxas não pagos corretamente.
Para os consumidores, a clonagem representa um risco significativo, pois um veículo clonado pode ser apreendido pelas autoridades, e o proprietário do veículo original pode enfrentar dificuldades legais para resolver a situação.
Além disso, o valor de revenda de um carro pode ser severamente afetado, já que os compradores de veículos usados podem ser enganados ao adquirir carros fraudulentos.
Clonagem de Carros: Um Crime Grave com Consequências Severas
A clonagem de veículos é um crime previsto no Art. 311 do Código Penal Brasileiro, com pena de reclusão de três a seis anos e multa. O proprietário de um veículo clonado pode ter seu carro apreendido e ser responsabilizado criminalmente. Esse crime coloca em risco a segurança das pessoas e compromete a integridade do sistema de registro de veículos no país.
Além disso, a clonagem de carros prejudica o mercado de veículos, já que dificulta a comercialização de carros usados e afeta diretamente o mercado de carros novos.
O sistema de segurança e identificação veicular precisa ser constantemente atualizado para evitar que criminosos aproveitem brechas e burlas para realizar suas fraudes.
O Futuro da Clonagem de Veículos no Brasil
Enquanto a clonagem de veículos continua a ser um problema crescente, as montadoras e as autoridades estão se unindo para combater a fraude. Com a adoção de tecnologias avançadas, como a Inteligência Artificial, e com a colaboração entre as empresas e as forças policiais, espera-se que a clonagem de carros seja reduzida nos próximos anos.
Contudo, é importante que os consumidores também fiquem atentos e denunciem qualquer atividade suspeita. A luta contra a clonagem de veículos exige a cooperação de todos os envolvidos, desde as autoridades até as montadoras e o público em geral.
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