Paralisação dos Entregadores: iFood e Apps de Entrega Sofrem Greve em Todo o Brasil!
Em um movimento que tem ganhado força, entregadores de aplicativos como o iFood, Uber Eats, Zé Delivery e outros, anunciaram uma paralisação em várias regiões do Brasil. A greve, conhecida como o “Breque dos Apps”, teve início no dia 31 de março e se estende até o dia 1º de abril, com a concentração principal na cidade de São Paulo. O ato foi marcado para às 10h na Praça Charles Miller, no Pacaembu, e segue até a sede do iFood, o que chama a atenção da sociedade para as condições de trabalho dos entregadores.

A greve promete afetar as entregas não só na capital paulista, mas também em mais de 60 cidades em todo o Brasil, principalmente nas grandes capitais, como Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba, entre outras. Os entregadores estão exigindo melhores condições de trabalho, maior segurança e aumento na remuneração, como forma de combater a precarização de sua profissão, além de uma série de ajustes nas tarifas praticadas pelas plataformas.
Guia do Conteúdo
Reivindicações dos Entregadores
A principal bandeira dos entregadores que participaram da paralisação é a melhoria nas condições de trabalho e no valor pago por cada corrida. Entre as reivindicações estão:
- Taxa mínima de R$ 10 por entrega: Os trabalhadores exigem que cada corrida tenha um valor fixo mínimo de R$ 10,00, para garantir uma remuneração mais justa por seu esforço e tempo.
- Aumento no pagamento por quilômetro rodado: A proposta é que o valor pago por quilômetro percorrido suba de R$ 1,50 para R$ 2,50, refletindo a inflação e os custos crescentes com combustível, manutenção das bicicletas e motocicletas, e segurança dos entregadores.
- Limitação de até 3 km para entregas com bicicletas: Muitos entregadores enfrentam longos trajetos a pé ou de bicicleta, que, além de extenuantes, podem ser perigosos. A proposta é que as corridas feitas com bicicletas não ultrapassem os 3 km, diminuindo os riscos e o desgaste físico.
- Pagamento integral em entregas múltiplas: Outro ponto de contenda é o pagamento das entregas agrupadas em uma única rota. Atualmente, muitos entregadores não recebem o valor integral pelas entregas múltiplas, o que acaba prejudicando sua renda.
A greve, portanto, não se resume apenas ao aumento das tarifas. Os manifestantes também levantam a bandeira de um trabalho mais seguro, já que muitos entregadores enfrentam situações de risco, como assaltos, acidentes de trânsito e até agressões, sem ter uma cobertura adequada ou apoio das plataformas de entrega. A precarização das condições de trabalho é uma das maiores queixas dos envolvidos, que se sentem desamparados diante dos riscos a que estão expostos diariamente.
Atingindo Diversas Capitais
A paralisação ocorre em uma série de capitais e cidades de grande porte no Brasil. Além de São Paulo, onde se espera que a concentração principal aconteça, outras cidades como Maceió, Manaus, Belém, Salvador, Fortaleza, Goiânia, Distrito Federal, Belo Horizonte, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba, Porto Velho, Cuiabá, e São Luís também estão incluídas no movimento. Esses são locais onde os entregadores demonstraram forte adesão à greve, com a expectativa de que os serviços de entrega sofram grandes interrupções.

O movimento também foi apoiado por uma série de sindicatos e grupos de trabalhadores que representam os entregadores, que alertam para as condições insustentáveis que muitos enfrentam, principalmente em um período de aumento da inflação e dos preços dos combustíveis. As reivindicações vão ao encontro de um cenário de crescente insatisfação entre trabalhadores da economia gig, que se veem sem garantias de direitos básicos, como férias, 13º salário ou qualquer tipo de estabilidade.
Reação das Plataformas
As plataformas de entrega, como o iFood, responderam à greve com declarações de que estão comprometidas com o bem-estar dos entregadores e que, ao longo dos últimos anos, já promoveram ajustes nas tarifas. O iFood, por exemplo, enviou um e-mail aos líderes dos manifestantes, lembrando que, desde 2022, houve um aumento na taxa mínima paga aos entregadores, que passou de R$ 5,31 para R$ 6,50 em 2023. A empresa também argumenta que o valor pago por quilômetro rodado foi reajustado durante o mesmo período.
No entanto, apesar dessas alegações, os entregadores consideram que esses aumentos não são suficientes para cobrir os custos crescentes com combustíveis e a manutenção de suas motocicletas ou bicicletas, além das condições de trabalho cada vez mais difíceis.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa as plataformas de entrega, se manifestou, afirmando que respeita o direito dos trabalhadores de se manifestar e continua mantendo canais de diálogo com os entregadores. Segundo a associação, as empresas estão sempre abertas ao diálogo para buscar soluções para as demandas da categoria. Em sua defesa, a Amobitec também apresentou dados de uma pesquisa do Cebrap, que indica um aumento de 5% na renda média dos entregadores entre 2023 e 2024, alcançando R$ 31,33 por hora trabalhada. Porém, muitos entregadores discordam desses números e alegam que o valor da hora trabalhada é irreal, já que leva em consideração a média, mas não os custos diários com combustível e outros gastos.
Impactos no Mercado e na Vida dos Consumidores
Com a greve ganhando força e se espalhando para diferentes regiões, os consumidores podem enfrentar dificuldades para receber suas entregas, especialmente em áreas mais afetadas pela paralisação. Os restaurantes e comerciantes que dependem dos aplicativos para fazer entregas também devem ser impactados, já que as operações podem ser interrompidas ou atrasadas. No entanto, o impacto pode ser mais profundo, com uma maior reflexão sobre o papel das plataformas de entrega na vida dos trabalhadores e na sociedade como um todo.
A greve dos entregadores pode ser um ponto de inflexão na forma como as plataformas de entrega operam no Brasil. Este movimento traz à tona questões de justiça social e os direitos dos trabalhadores, que muitas vezes são tratados como prestadores de serviços independentes, mas enfrentam as mesmas dificuldades e responsabilidades de qualquer trabalhador assalariado, sem, no entanto, contar com os benefícios de um contrato formal.
O Futuro dos Aplicativos de Entrega no Brasil
Embora a greve de 2025 tenha como foco as plataformas de entrega, a reação das empresas pode abrir um debate mais amplo sobre a necessidade de uma regulamentação mais clara para os trabalhadores da economia gig no Brasil. Com o crescimento do setor e a expansão de empresas como iFood, Uber Eats, Zé Delivery e Rappi, a pressão por melhores condições de trabalho tende a aumentar. A evolução das plataformas de entrega, que têm sido essenciais durante a pandemia e continuam a ser um meio fundamental de sustento para milhões de trabalhadores, também precisa refletir mudanças significativas no que diz respeito à remuneração e à segurança desses trabalhadores.

O “Breque dos Apps” é um lembrete de que, mesmo em um setor altamente digitalizado, as questões sociais e trabalhistas ainda precisam ser abordadas com seriedade. A luta por direitos mais justos, salários mais dignos e melhores condições de trabalho no Brasil está longe de ser um tema secundário, e a paralisação dos entregadores pode ser apenas o começo de um movimento maior que visa transformar a realidade desses trabalhadores em todo o país.
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Por fim, o “Breque dos Apps” nos lembra da importância de refletirmos sobre o futuro do trabalho e das plataformas de entrega, e como elas podem, e devem, ser mais justas com aqueles que desempenham um papel crucial no nosso dia a dia.
