Essa Moto Foi Guardada Por 23 Anos e Agora Vale Uma Fortuna – Veja Por Que!
Poucas histórias no universo das motocicletas despertam tanto fascínio quanto a de uma lenda do motocross que, mesmo sem jamais ter tocado o barro, se transformou em um verdadeiro tesouro sobre duas rodas. Estamos falando da icônica Honda CR 500 ano 2001, um dos modelos mais temidos e respeitados da era dos motores dois-tempos, que acaba de ser leiloada por um valor que surpreendeu até os mais experientes colecionadores.
Adquirida há mais de 20 anos por cerca de R$ 33 mil, essa unidade rara e incrivelmente preservada foi arrematada em um leilão internacional por nada menos que 69 mil dólares, o equivalente a aproximadamente R$ 392 mil. O que torna essa história ainda mais impressionante é que a moto nunca foi sequer ligada: passou mais de duas décadas guardada em sua caixa original, sem sinais de uso, mantida sob um rigoroso controle de conservação.
Guia do Conteúdo
Uma cápsula do tempo em duas rodas
A Honda CR 500 de 2001 em questão não é apenas uma moto clássica — ela é um artefato do auge das máquinas dois-tempos, conhecida por seu motor explosivo e desempenho bruto. A última CR 500 fabricada em série, ela marca o fim de uma era em que a simplicidade mecânica e a força bruta imperavam nas trilhas e pistas.
O antigo proprietário sabia do que tinha em mãos. Segundo informações do leilão, ele manteve a moto armazenada em um ambiente climatizado e protegido da luz ultravioleta, com o único objetivo de preservar a integridade do modelo ao longo do tempo. Essa obsessão por conservação deu resultado: não havia poeira, oxidação, ou qualquer sinal do tempo no equipamento.
Além da embalagem original, a moto ainda trazia todos os manuais, etiquetas, plásticos e acessórios que vinham com o produto direto de fábrica — um fator decisivo para atrair o interesse dos maiores colecionadores do planeta.
O que faz da CR 500 uma moto tão especial?
Produzida pela Honda até 2001, a CR 500 era o tipo de moto que exigia respeito. Seu motor monocilíndrico de 499,6 cm³ a dois tempos, capaz de gerar até 65 cavalos de potência, entregava um torque brutal que transformava qualquer aceleração em uma explosão de adrenalina.
Era comum que pilotos novatos evitassem o modelo devido à sua brutalidade e dificuldade de controle. Ainda assim, para os entusiastas e colecionadores, ela representa o ápice da engenharia “raiz” das competições off-road, antes da onda dos quatro-tempos dominar o cenário.

Veja as principais especificações técnicas da CR 500 2001:
- Motorização: Monocilíndrico 2T, 499,6 cm³
- Potência estimada: 65 cv
- Torque: 76 Nm a 5.900 rpm
- Transmissão: Manual, 5 marchas
- Sistema de alimentação: Carburador Keihin PWK 38 mm
- Refrigeração: Líquida
- Suspensão dianteira: Showa 49 mm
- Suspensão traseira: Pro-Link Showa
- Peso: 109 kg em ordem de marcha
- Capacidade do tanque: 8,3 litros
- Relação de compressão: 7,6:1
- Desempenho 0-100 km/h: ~4 segundos
Um leilão histórico que agitou os fãs de motocross
Ao ser listada em um dos principais leilões de motos raras dos Estados Unidos, a CR 500 causou alvoroço. O lance inicial era simbólico, mas rapidamente atraiu ofertas vultosas de colecionadores de várias partes do mundo, todos ávidos por adicionar essa relíquia intocada às suas garagens.
O resultado final — R$ 392 mil — não apenas superou as expectativas, como também multiplicou por quase 12 vezes o valor original pago na época. Para quem comprou, foi um investimento com retorno espetacular; para quem vendeu, uma aposta de paciência que valeu cada dia de espera.
A força dos clássicos no mercado de colecionáveis
Esse leilão reforça uma tendência crescente no mundo dos colecionadores de veículos: a valorização de clássicos esportivos com baixa (ou nenhuma) quilometragem. No caso das motocicletas, essa valorização é ainda mais acentuada quando se trata de modelos que marcaram época, como os dois-tempos de alta cilindrada, hoje extintos por conta de normas ambientais.
A CR 500, em especial, ocupa um lugar de destaque nesse cenário. Não só pela performance descomunal, mas também por seu papel simbólico como “último suspiro” das big bikes 2T da Honda. Encontrar um exemplar intacto, com zero km, lacrado de fábrica, é algo quase impensável — e por isso mesmo, tão valorizado.
E no Brasil, dá para encontrar algo parecido?
Por aqui, a Honda CR 500 também deixou sua marca. Importada de forma limitada, ela se tornou objeto de desejo entre os pilotos de motocross mais experientes, principalmente durante os anos 90 e início dos 2000. Hoje, exemplares usados da moto circulam no mercado de colecionáveis por valores entre R$ 40 mil e R$ 90 mil, dependendo da conservação e originalidade.
Entretanto, encontrar uma unidade zerada, como a leiloada nos EUA, é praticamente impossível. A maioria dos modelos no Brasil foi usada até o limite — e com razão, já que essa moto é feita para rodar em alto desempenho.
Uma lição de preservação (e paciência)
A história dessa Honda CR 500 de 2001 é mais do que um caso curioso de valorização. Ela mostra como a cultura da conservação e o olhar atento para o potencial histórico de um produto podem se transformar em um grande investimento.
Ao manter a moto lacrada por mais de 20 anos, o proprietário não apenas preservou um ícone do motocross, mas também garantiu que, um dia, ela alcançasse o status de lenda — com direito a uma valorização quase inacreditável.
Um marco para os apaixonados por duas rodas
Em um mundo cada vez mais voltado à eletrificação e à automação, ver uma máquina visceral como a Honda CR 500 ganhar esse tipo de reconhecimento nos lembra por que motos como essa nunca serão esquecidas. Elas representam mais do que potência e desempenho: simbolizam um estilo de pilotagem que exige alma, coragem e técnica.
E quando uma dessas retorna à luz depois de décadas de silêncio, ela não apenas faz barulho — ela entra para a história.
