iFood dá aumento para entregadores e melhora seguro gratuito — mas será que é suficiente?

O iFood, uma das principais plataformas de delivery do Brasil, anunciou um pacote de atualizações que afeta diretamente a rotina e o bolso dos seus entregadores. A iniciativa inclui o aumento na taxa mínima por entrega e melhorias significativas no seguro gratuito oferecido aos trabalhadores da plataforma. A medida chega em um momento de pressão crescente por melhores condições de trabalho e tenta alinhar os ganhos dos entregadores à realidade econômica do país.

Quais os passos que devo fazer para ser entregador iFood? 
Siga essas dicas para ser um entregado do iFood – Fonte/Reprodução: Divulgação.

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Aumento na taxa mínima: mais dinheiro por entrega

A principal novidade do anúncio é o reajuste da taxa mínima de entrega, válida para todos os modais: motocicleta, carro e bicicleta. Os valores, que antes geravam inúmeras críticas entre os entregadores por serem considerados baixos, foram revisados da seguinte forma:

  • Entregadores de moto e carro: a taxa mínima passou de R$ 6,50 para R$ 7,50, um aumento de 15,4%.
  • Entregadores de bicicleta: o valor agora é R$ 7,00, contra os R$ 6,50 anteriores — um reajuste de 7,7%.

Embora os percentuais não pareçam tão altos à primeira vista, o iFood afirma que os novos valores superam a inflação de 2024, que foi de 4,8% segundo o INPC. A empresa destaca que desde 2021 o reajuste acumulado chega a 41,2% para entregadores de moto, comparando-se com os R$ 5,31 praticados na época. Isso representa um crescimento 1,4 vezes acima da inflação acumulada de 29,3%.

Além da taxa mínima, o modelo de remuneração permanece composto por outras variáveis, como:

  • Pagamento por quilometragem rodada;
  • Pagamento adicional por entregas múltiplas;
  • Ajuste no raio de entrega para ciclistas, agora padronizado em 4 km, promovendo mais equilíbrio e conforto.

Seguro pessoal gratuito: mais cobertura e benefícios

Desde 2019, o iFood oferece um seguro gratuito para todos os entregadores ativos na plataforma. A novidade, agora, é que essa proteção foi ampliada. Veja os novos benefícios:

  • Incapacidade Temporária (DIT): o período de cobertura aumentou de 7 para 30 dias, permitindo maior suporte em caso de afastamento temporário.
  • Invalidez total ou falecimento: a indenização foi elevada para até R$ 120 mil.
  • Reembolso de despesas médicas e hospitalares, auxílio funeral, e apoio psicológico e financeiro às famílias dos entregadores permanecem válidos.

Essa iniciativa responde a uma demanda antiga da categoria por mais segurança e respaldo, especialmente em casos de acidentes, algo comum na profissão.

Como virar um entregador do iFood: Cadastro e requisitos!
Um entregador do iFood – Fonte/Reprodução: Divulgação.

Novidades específicas para entregadoras

As mulheres entregadoras também foram contempladas com benefícios exclusivos. Entre eles:

  • Auxílio financeiro em caso de diagnóstico de câncer de mama ou de útero;
  • Licença maternidade estendida para mães com filhos que enfrentem problemas de saúde;
  • Verba anual de autocuidado e bem-estar, que pode ser usada para atividades que promovam a saúde física e mental.

Com essa medida, o iFood tenta endereçar questões de gênero no ambiente de trabalho e promover uma rede de apoio diferenciada para suas colaboradoras.

Como acionar o seguro?

Caso o entregador precise acionar o seguro, ele ou um familiar pode iniciar o processo de diversas formas:

  • Pelo aplicativo do iFood;
  • Através do site oficial da plataforma;
  • Ou por meio do telefone 0800 725 2144.

As instruções completas também estão disponíveis no portal de suporte da empresa.

Estratégia baseada em escuta

Segundo o próprio iFood, todas essas medidas foram pensadas com base em sugestões e demandas recebidas diretamente dos entregadores. A empresa vem tentando construir uma imagem de maior proximidade com os trabalhadores, apostando em uma abordagem de “escuta ativa”. Isso tem sido fundamental para manter o engajamento da base e responder às críticas sobre precarização do trabalho, que constantemente recaem sobre empresas de aplicativo.

Uma resposta à pressão?

Nos bastidores, há quem veja essas mudanças como uma forma de o iFood se blindar contra críticas cada vez mais fortes sobre as condições de trabalho em plataformas digitais. A pressão por regulamentação do trabalho por aplicativo tem crescido no Brasil e em outras partes do mundo. Discussões sobre direitos trabalhistas, vínculos formais e aposentadoria de entregadores estão se tornando frequentes, inclusive no Congresso Nacional.

Melhorar o pagamento mínimo e ampliar benefícios pode ser, portanto, não apenas um gesto de boa vontade, mas também uma estratégia para se antecipar a possíveis mudanças na legislação e fortalecer sua posição em um mercado altamente competitivo.

Vale a pena para os entregadores?

Essa é a grande questão. Embora os valores reajustados representem avanço, muitos entregadores ainda consideram o trabalho exaustivo e arriscado para o retorno financeiro oferecido. O aumento pode representar alívio momentâneo, mas não resolve questões mais profundas como:

  • Ausência de vínculo empregatício;
  • Falta de previsibilidade de renda;
  • Dependência de altos volumes de trabalho para compensar gastos com combustível, manutenção e alimentação.

Mesmo com o aumento, muitos profissionais ainda precisam trabalhar longas jornadas para atingir uma renda satisfatória. No entanto, as melhorias são, sim, um passo adiante — especialmente em relação ao seguro, que agora oferece cobertura mais robusta.

O que vem pela frente?

O iFood não sinalizou novas mudanças no curto prazo, mas indicou que continuará ouvindo os entregadores. A plataforma quer reforçar o papel dos entregadores como parceiros estratégicos, e não apenas prestadores de serviço ocasionais. Se a empresa conseguirá manter esse compromisso na prática e expandir as melhorias sem repassar os custos aos consumidores, é algo que ainda está em aberto.

Pareceria da Voltz e iFood.
Pareceria da Voltz e iFood. Foto: Divulgação

Além disso, a concorrência também observa de perto. Empresas como Rappi, Uber Eats (em países onde ainda opera com entregas) e outras podem ser pressionadas a seguir o mesmo caminho — ou arriscar perder entregadores para o iFood.

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Um jovem que está iniciando sua vida no mundo automobilístico, carregando uma enorme paixão sobre o assunto. Se formou no Ensino Médio e pretende se ingressar em uma faculdade. Um jovem que nos tempos vagos, se interessa em fazer atividades familiares e passar mais tempo com a família.
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