Celular ao Volante: A Verdade por Trás da Queda nas Multas e o Perigo que Persiste nas Ruas

Você pode até pensar que dar “só uma olhadinha” no celular enquanto dirige não tem problema. Talvez ache que responder uma mensagem no sinal vermelho não representa risco real. Mas os dados mostram outra história: mesmo com a queda no número de multas por uso de celular ao volante, a prática ainda é alarmantemente comum – e perigosa.

Se você dirige pelas ruas de Curitiba, preste atenção: de janeiro a 14 de abril de 2025, a cidade já registrou cerca de 3.600 infrações relacionadas ao uso indevido de celular enquanto o veículo está em movimento ou mesmo parado nos semáforos. Apesar da tendência de queda, o hábito segue entre os principais fatores de distração e risco no trânsito.

Pessoa olhando para o celular dentro do carro.

Neste conteúdo, você vai entender por que a redução das multas não significa um trânsito mais seguro, quais os perigos reais por trás da tela do celular, como a legislação atua e o que a cidade tem feito para educar motoristas, pedestres e ciclistas. Spoiler: até barras de LED nas faixas de pedestres já estão sendo instaladas.

Multas diminuíram, mas o problema continua

Em termos absolutos, o número de autuações por uso de celular ao volante vem caindo nos últimos anos. Em 2022, foram 23.929 infrações, o que colocou esse tipo de ocorrência como a 9ª mais comum em Curitiba. Já em 2023, o número caiu para 18.930, passando à 10ª posição. Em 2024, 15.813 casos colocaram a infração no 11º lugar.

Agora, nos primeiros meses de 2025, o uso de celular aparece como a 12ª infração mais cometida, sinalizando uma queda de 34% em dois anos. Uma boa notícia? Em parte, sim. Porém, especialistas em trânsito alertam que, mesmo com menos autuações, a prática ainda é muito presente e perigosa nas ruas.

Por que o celular é tão perigoso no trânsito?

A resposta está na atenção dividida. Quando o motorista desvia os olhos da pista para olhar o celular – mesmo que por 2 ou 3 segundos – percorre uma distância cega, sem perceber o que está acontecendo ao seu redor. Em velocidade urbana (50 km/h), isso pode equivaler a mais de 40 metros dirigidos às cegas.

Como explica o superintendente de Trânsito de Curitiba, Bruno Pessuti:

“Por mais que a gente ache que aqueles segundinhos não fazem a diferença, é exatamente esse tempo que pode causar um atropelamento ou uma colisão. A gente reforça: o celular no trânsito é uma infração gravíssima, mas mais que isso, é um risco de vida real.”

O que diz a lei sobre o uso de celular ao volante?

O uso do telefone celular ao dirigir é classificado como infração gravíssima pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A penalidade é clara:

  • Multa: R$ 293,47
  • Pontos na CNH: 7 (o máximo permitido por infração)

E atenção: não importa se o carro está parado no semáforo. O veículo imobilizado ainda está sob responsabilidade do condutor. A diretora da Escola Pública de Trânsito de Curitiba, Melissa Puertas Sampaio, reforça:

“Não é permitido utilizar o celular em nenhum momento enquanto estiver na direção do veículo, porque o semáforo é apenas uma parada. Estacionar é uma ação totalmente diferente. Pausa no sinal não é justificativa.”

Parou no semáforo? O perigo continua

É muito comum ver motoristas aproveitando o semáforo fechado para dar aquela conferida no celular. Mas, segundo especialistas, esse comportamento é igualmente perigoso. O tempo de reação diminui, a atenção ao entorno desaparece e a retomada de movimento pode ser insegura.

Além disso, o hábito deseduca o trânsito. Motoristas que usam o celular passam uma mensagem errada para outros condutores e contribuem para normalizar o risco.

Fone de ouvido também é infração

Outro comportamento que passa despercebido é o uso de fone de ouvido ao dirigir. Muita gente acredita que, por estar apenas ouvindo música ou GPS, não está cometendo nenhuma infração. Mas isso é um engano.

O uso de fones abafa sons do ambiente, reduzindo a percepção auditiva — algo essencial para reagir a buzinas, sirenes ou alertas sonoros do carro. Isso também se aplica a pedestres e ciclistas: andar ou pedalar distraído, com fones nos dois ouvidos, também representa risco de acidentes.

Pedestres e ciclistas também devem se cuidar

Embora a legislação foque principalmente nos condutores, a distração no trânsito atinge todos. E com o uso constante de smartphones, pedestres e ciclistas muitas vezes atravessam ruas ou pedalam sem nem perceber o movimento ao redor.

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que até 30% dos atropelamentos em áreas urbanas envolvem pedestres distraídos com o celular.

Por isso, a Prefeitura de Curitiba tem adotado medidas para proteger quem anda a pé ou de bike. Uma das ações mais inovadoras é a instalação de barras de LED nas faixas de pedestres — uma tecnologia pensada especialmente para quem anda olhando para baixo (a famosa “cabeça no celular”).

Pessoa Mexendo o celular enquanto dirige.

Faixas com LED: segurança para pedestres distraídos

As faixas inteligentes começaram a ser instaladas em pontos estratégicos da cidade, especialmente em áreas de grande movimento, como a região da Ligga Arena. Os locais já contemplados incluem cruzamentos movimentados como:

  • Av. Presidente Getúlio Vargas x Rua Buenos Aires
  • Rua Brasílio Itiberê x Rua Buenos Aires
  • Rua Brigadeiro Franco x Av. Presidente Getúlio Vargas
  • Av. Presidente Getúlio Vargas x Rua Desembargador Motta

O objetivo é alertar o pedestre que olha para baixo, com luzes sincronizadas com os semáforos. Se o sinal estiver fechado, as luzes da faixa piscam em vermelho — um reforço visual importante para quem não está atento ao entorno.

E a ideia é expandir. Segundo a prefeitura, outras regiões da cidade também devem receber a tecnologia nos próximos meses.

E o GPS? Pode usar?

O uso de aplicativos de navegação como Google Maps e Waze é quase indispensável, especialmente para motoristas de aplicativo e entregadores. Mas mesmo esse recurso pode representar um fator de distração se não for usado com responsabilidade.

A recomendação da Escola Pública de Trânsito é clara: sempre estude o trajeto antes de sair. Assim, evita-se o excesso de consultas ao celular durante o caminho.

“O ideal seria não utilizar o GPS, mas sabemos que nem sempre é possível. Então, o mais importante é abrir o mapa, entender as principais vias e não se distrair com outras notificações”, reforça Melissa Sampaio.

Educação no trânsito é a chave

Mais do que punir, a principal missão dos órgãos de trânsito é educar e conscientizar. Por isso, ações como campanhas publicitárias, palestras em escolas, distribuição de materiais educativos e treinamento de motoristas seguem acontecendo regularmente em Curitiba.

A mensagem principal é simples, mas poderosa:
Uma mensagem no celular nunca vale mais do que uma vida.

Como se proteger — e proteger os outros

Se você é motorista, ciclista ou pedestre, aqui vão algumas práticas para evitar acidentes:

Para motoristas:

  • Coloque o celular no modo avião ou use aplicativos que silenciam notificações enquanto dirige
  • Programe o GPS antes de sair
  • Se precisar usar o celular, estacione em local seguro
  • Nunca use fone nos dois ouvidos
  • Mantenha o foco total na via

Para pedestres:

  • Atravessar sempre na faixa
  • Tirar o fone ao atravessar a rua
  • Olhar para os dois lados, mesmo com sinal verde
  • Não usar o celular enquanto atravessa

Para ciclistas:

  • Usar capacete e itens refletivos
  • Evitar usar celular ou fones
  • Sinalizar todas as manobras com antecedência
  • Respeitar o fluxo e os semáforos

A tendência é boa, mas o cuidado precisa continuar

É fato: Curitiba vem reduzindo o número de multas por uso de celular ao volante. Mas isso não significa que o problema está resolvido. Pelo contrário — em um mundo cada vez mais conectado, as distrações tecnológicas estão por toda parte.

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Usando celular enquanto dirige.

O desafio agora é manter a tendência de queda e, mais do que isso, transformar o comportamento no trânsito, garantindo mais atenção, empatia e responsabilidade de todos que compartilham ruas e avenidas.


Se você leu até aqui, reflita: vale mesmo a pena arriscar a sua vida (e a dos outros) por causa de uma notificação?

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Um jovem que está iniciando sua vida no mundo automobilístico, carregando uma enorme paixão sobre o assunto. Se formou no Ensino Médio e pretende se ingressar em uma faculdade. Um jovem que nos tempos vagos, se interessa em fazer atividades familiares e passar mais tempo com a família.
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