Ford enfrenta ação por motor EcoBoost que pode destruir Mustang e Bronco!
A Ford está no centro de uma grande controvérsia nos Estados Unidos, enfrentando uma ação coletiva que pode impactar milhares de seus clientes. O motivo? Uma falha recorrente em seus motores EcoBoost, que provoca o vazamento de líquido de arrefecimento para dentro dos cilindros, comprometendo seriamente o funcionamento do motor e, em casos graves, levando à sua destruição total.
Inicialmente, a ação foi direcionada aos motores menores da família EcoBoost, com capacidades de 1.5L, 1.6L e 2.0L, instalados em modelos como Ford Escape, Fusion, Edge e os Lincoln MKC e MKZ fabricados entre 2013 e 2019. Porém, a lista de veículos afetados se ampliou recentemente, incluindo também o motor 2.3L EcoBoost, presente em carros mais robustos e populares.
Essa ampliação traz para o processo modelos muito conhecidos e comercializados: Mustang (2015 a 2024), Ranger (2019 a 2024), Explorer (2016 a 2024), Bronco (2021 a 2024) e Lincoln Corsair (2020 a 2022). Donos desses veículos vêm relatando problemas que vão além do desconforto, chegando a causar danos mecânicos extensos e caros.

Guia do Conteúdo
O que está causando a falha no EcoBoost? Entenda o problema técnico
O cerne da questão é um problema de engenharia que permite que o líquido de arrefecimento do motor vaze para dentro dos cilindros, algo que não deveria ocorrer. Esse vazamento provoca o superaquecimento do motor, uma situação que pode levar à falência total da peça, ou seja, o motor pode simplesmente parar de funcionar.
Embora a Ford tenha reconhecido a existência da falha desde 2020, sua resposta inicial foi considerada insuficiente por muitos clientes e especialistas. A montadora optou por instalar sensores adicionais que monitoram o nível do líquido de arrefecimento, uma solução que é vista como temporária e que não resolve a raiz do problema.
Consumidores que continuam enfrentando o problema afirmam que mesmo após os chamados “reparos”, os motores ainda apresentam os mesmos sintomas, o que indica que a falha não foi sanada de forma definitiva. A consequência disso não é apenas o risco de perder o motor, mas também o aumento do perigo de incêndios, tornando o problema uma questão de segurança.
Impacto financeiro e emocional para os proprietários
A falha técnica não afeta somente o funcionamento do veículo, mas também gera um peso financeiro significativo para os proprietários. O custo de reparos em motores, especialmente quando se trata de substituir blocos ou juntas, pode ser elevado. Além disso, as soluções aplicadas até o momento não têm se mostrado eficazes, forçando muitos a retornarem às oficinas repetidas vezes.
Uma ordem técnica interna da Ford emitida em 2020 recomendava a substituição do bloco curto do motor e da junta do cabeçote como forma de solucionar o problema. Contudo, o número de relatos de falhas persistentes sugere que essa medida não foi suficiente para eliminar a causa do defeito.

Diante disso, os autores da ação coletiva pedem que a Ford realize a substituição completa dos motores afetados, além de ressarcir os gastos que os proprietários já tiveram com reparos que não resolveram o problema. A frustração de quem investiu em veículos considerados premium e confiáveis só aumenta com essa situação.
Responsabilidade da montadora: transparência e suporte em xeque
Esse caso levanta um debate relevante sobre a responsabilidade das fabricantes automotivas em garantir transparência e suporte adequado ao cliente após a compra. A relação entre consumidor e montadora vai muito além da venda, especialmente quando problemas estruturais como este afetam a experiência e a segurança dos proprietários.
A demora em apresentar uma solução definitiva e o uso de medidas paliativas que não resolvem o problema comprometem a confiança do público na Ford. Além disso, deixam os clientes vulneráveis, precisando arcar com custos inesperados para consertar defeitos que são originados por falhas de projeto.
Esse cenário evidencia a necessidade de que as montadoras repensem suas estratégias de atendimento e pós-venda, buscando maior clareza sobre os problemas, assumindo responsabilidades e priorizando a segurança e satisfação dos consumidores.
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O que os donos dos veículos afetados devem fazer?
Se você possui um dos veículos equipados com os motores EcoBoost citados — especialmente Mustang, Ranger, Bronco, Explorer, Lincoln Corsair ou outros modelos mencionados — é essencial que fique atento a sinais de problemas no sistema de arrefecimento.
Sintomas como perda constante do líquido de arrefecimento, superaquecimento frequente, consumo anormal de combustível, ruídos estranhos no motor ou luzes de alerta no painel devem ser investigados imediatamente.
Especialistas recomendam que os proprietários acompanhem de perto o andamento da ação coletiva e busquem auxílio técnico oficial da Ford, para garantir que quaisquer defeitos sejam documentados e, quando possível, reparados dentro das condições estipuladas pelo processo.
Estar informado sobre os direitos do consumidor e manter toda a documentação de serviços e reparos pode fazer a diferença na hora de reivindicar ressarcimentos ou troca do motor.
O desafio das montadoras no pós-venda
A ação coletiva contra a Ford por problemas no motor EcoBoost é um exemplo claro dos desafios enfrentados pelas montadoras ao lidar com falhas técnicas após a venda dos veículos. Além do impacto financeiro e da insatisfação dos clientes, essas questões colocam em xeque a reputação das marcas e o relacionamento com o público.

Para os consumidores, a mensagem é clara: não ignorem sinais de falhas, busquem informação, documentação e apoio jurídico quando necessário. Para as empresas, a lição é que é imprescindível investir em qualidade de engenharia, transparência e soluções definitivas para problemas que afetam seus produtos.
No mercado atual, onde a concorrência é acirrada e a exigência dos consumidores só cresce, a postura das montadoras no pós-venda pode ser decisiva para garantir a confiança e a fidelidade do cliente.