BYD King será o próximo elétrico nacional – e pode surpreender você
A BYD acelera sua presença no Brasil. Após lançar o Dolphin Mini e o Song Pro, a marca chinesa confirmou que o sedã King será o terceiro veículo produzido na fábrica de Camaçari (BA). O anúncio foi feito pelo vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, em entrevista recente.
A fábrica já avança na montagem dos dois primeiros modelos e espera iniciar a produção do King ainda este ano ou início de 2026, como parte dos R$ 5,5 bilhões investidos no país — dos quais R$ 1,4 bilhão já foram aplicados.

Guia do Conteúdo
Primeiro fase: montagem por kits (SKD/CKD)
Na primeira fase, a BYD montará o Dolphin Mini (o elétrico mais vendido do país) e o Song Pro (híbrido, que deverá ganhar versão flex nacional), utilizando kits importados da China (SKD e CKD). A produção seguirá assim até a fábrica alcançar, até 2026, cerca de 70% de nacionalização, incluindo estamparia e pintura. A capacidade prevista é alta: 150 mil veículos por ano, em até 12 modelos diferentes, tornando Camaçari a maior fábrica da marca fora da China, com cerca de 4,6 milhões de m².
O sedã BYD King: rival direto do Corolla
O BYD King, lançado em junho de 2024, é um sedã médio que compete diretamente com o Toyota Corolla. Disponível em versões GL (R$ 179.990) e GS (R$ 191.990), combina motor 1.5 aspirado ciclo Miller a um motor elétrico e um gerador — totalizando até 235 cv na versão top.

As versões se diferenciam pela bateria Blade: a versão GL tem 8,3 kWh, com autonomia elétrica de 32 km; a GS aumenta para 18,3 kWh, com alcance de até 80 km segundo o Inmetro. Medindo 4,78 m de comprimento, 1,84 m de largura e 2,72 m de entre-eixos, o King oferece 450 litros de porta-malas.
Boa aceitação no mercado nacional
Embora ainda esteja atrás do Corolla, o BYD King se posiciona bem: entre janeiro e maio de 2025, foram vendidos cerca de 5.500 unidades, segundo a Fenabrave, consolidando-se como o segundo sedã médio mais vendido no Brasil — impondo-se num ranking composto por gerações tradicionais e modelos importados.
Investimento e empregos na Bahia
A aquisição do complexo industrial da Ford em Camaçari foi feita por recursos próprios da marca, com custo estimado em R$ 290 milhões ao governo da Bahia. A expectativa é gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos até o fim de 2026, consolidadando a planta como polo de produção de carros e caminhões elétricos, além de insumos para baterias.
Apesar de um atraso motivado por denúncia trabalhista, a BYD mantém o cronograma de montagem local antes da elevação de impostos de importação de híbridos (28%) e elétricos (25%), que entra em vigor em 1º de julho. A montadora busca ainda negociar redução de 10 p.p. na alíquota para veículos semi-montados, argumentando que a tributação atual torna inviável competir — “somos agressivos, mas precisamos mercado justo”, afirmou Baldy.
Rumo à eletrificação em larga escala
A produção local do BYD King representa mais que um passo logístico; sinaliza a estratégia da montadora em consolidar presença no mercado brasileiro de eletrificados. A ideia é seguir a linha do Kent, produzindo veículos populares e acessíveis, enquanto prepara produtos voltados a diferentes públicos e segmentos, como o SUV Song Pro e o promissor sedã King.
A chegada do King nacional pode transformar o mercado. O sedã, com desempenho robusto, autonomia elétrica interessante e competitividade de preço, deve atrair o consumidor brasileiro que busca eficiência sem abrir mão de espaço, conforto e tecnologia.

Previsões para o futuro
A expectativa da BYD é diversificar a produção com até 12 modelos, incluindo veículos comerciais e processamentos de insumos para baterias, além do lançamento de produtos desenvolvidos especificamente para o Brasil. Com isso, a marca busca se posicionar como uma potência mundial com operação industrial local.
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Esse movimento expande não só a oferta local, mas também reforça a cadeia produtiva — com fornecedores regionais, empregos qualificados e potencial de exportação. E mais: a chegada do King produzido aqui reforça o argumento da BYD para negociar melhores condições tributárias, aumentar competitividade e fortalecer a presença nacional.