Corrente ou correia dentada banhada a óleo? Veja qual sistema é mais confiável
Entenda como funciona cada tecnologia e por que o sistema do Onix gerou tantos problemas nos últimos anos.
Quando a Chevrolet lançou o motor 1.0 turbo para os modelos Onix, Tracker e Montana em 2020, trouxe uma proposta que parecia equilibrada: uma correia dentada banhada a óleo, combinando silêncio de operação, leveza e promessa de durabilidade. A tecnologia, utilizada dentro do motor e lubrificada por óleo, parecia uma solução moderna entre a corrente de aço e a correia de borracha seca.
Mas, com o tempo, relatos de falhas começaram a surgir. Em muitos casos, mesmo com baixa quilometragem, os donos enfrentaram ruídos, esfarelamento da correia ou até rompimento — com prejuízo elevado ao motor. A origem do problema? O uso de óleo fora da especificação Dexos 1 Gen3.
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O que diz a Chevrolet
Diante das reclamações, a montadora respondeu com duas medidas: trocou o fornecedor da correia na linha 2026 (agora fabricada pela Dayco) e ampliou a garantia do componente para até 240 mil km, desde que as revisões sejam feitas corretamente. Também criou campanhas para reativar a garantia de veículos anteriores, desde que estejam em bom estado e com manutenção dentro dos padrões exigidos.
Como funciona o sistema de sincronismo
Todo motor precisa de um mecanismo que sincronize o virabrequim com o comando de válvulas, garantindo que pistões e válvulas trabalhem no tempo certo. Esse sistema pode utilizar uma corrente metálica, uma correia dentada seca ou uma correia banhada a óleo — e cada um deles tem suas características específicas.
Corrente de comando: resistente e confiável
É o sistema mais durável. Feita de aço, a corrente funciona imersa no óleo do motor, o que garante lubrificação constante. Se o dono seguir corretamente os prazos de troca de óleo e utilizar sempre a especificação recomendada pela fabricante, esse sistema pode durar mais de 300 mil km, muitas vezes sem jamais ser substituído.

Por essa confiabilidade, a corrente de comando equipa carros como Peugeot 208, Fiat Pulse, Citroën Basalt e Fastback. Ela é mais cara para as montadoras, mas oferece longevidade sem exigir atenção constante do dono.
Correia banhada a óleo: solução sensível ao cuidado
A correia banhada a óleo surgiu como uma alternativa mais econômica e silenciosa à corrente, sendo mais durável que a correia seca, pelo fato de operar imersa em lubrificante. Mas ela é altamente sensível à qualidade do óleo utilizado.

Foi justamente esse detalhe que causou a dor de cabeça dos donos de Onix e Tracker. Quando o óleo fora do padrão era usado (mesmo com a troca em dia), a correia esfarelava ou inchava, provocando falhas no motor. Tudo isso fez a tecnologia ser muito questionada no mercado brasileiro.
Correia dentada seca: simples, mas exige atenção
Já a correia de borracha seca é comum em veículos mais populares. Ela fica fora do motor, em compartimento isolado e seco. Apesar de ser leve e silenciosa, exige trocas programadas entre 60 e 100 mil km — e o esquecimento pode causar graves danos ao motor em caso de rompimento.

Carros como Volkswagen Polo, Nivus, T-Cross e Saveiro com motores 1.6 MSI ou 1.0 TSI usam esse sistema. O segredo é seguir as revisões e, quando for a hora, substituir também os tensionadores e rolamentos, se indicado.
Então, qual é a melhor opção?
Tudo depende do tipo de uso e do cuidado com o carro. Para quem costuma seguir à risca as recomendações de manutenção, a correia banhada a óleo pode ser uma opção viável. Mas, no Brasil, onde muitos motoristas trocam óleo fora da concessionária ou utilizam marcas diferentes, a corrente de comando ainda é a alternativa mais segura.
Enquanto isso, a correia dentada seca continua como a opção mais comum nos carros de entrada, com custo menor, mas exigindo atenção ao prazo de troca.
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