Alerta grave: SUVs híbridos da Ford seguem com risco de incêndio sem solução

A Ford voltou a enfrentar pressão nos Estados Unidos por problemas envolvendo seus modelos híbridos plug-in, especialmente o Escape PHEV e o Lincoln Corsair PHEV fabricados entre 2022 e 2024. A montadora registrou um novo recall após identificar que as baterias de alta voltagem podem apresentar curtos internos capazes de causar falhas súbitas e, em casos extremos, incêndios. A notificação foi encaminhada às autoridades de segurança rodoviária, reacendendo um debate sobre a confiabilidade desses sistemas eletrificados.

Essa nova convocação aumenta a preocupação entre proprietários, já que os mesmos veículos haviam sido chamados anteriormente por motivos semelhantes. A empresa admite que ainda não conseguiu identificar com precisão a origem do defeito, o que impede o desenvolvimento de um reparo definitivo. Até que a investigação avance, a solução permanece limitada a recomendações temporárias de uso.

Falha recorrente

Segundo documentos enviados à agência norte-americana de segurança no trânsito, as células das baterias podem sofrer curtos-circuitos internos. Técnicos suspeitam que uma inconsistência no processo de fabricação esteja danificando a camada separadora entre ânodo e cátodo, elemento essencial para evitar contato indevido entre polos. Quando essa barreira falha, há aumento do risco de superaquecimento.

A Ford afirma que continua avaliando dados operacionais das unidades afetadas e realizando testes em laboratório, mas ainda não há uma conclusão sobre o motivo exato do defeito. A marca reforça que apenas as baterias fornecidas por um fabricante específico foram identificadas como potencialmente problemáticas, embora não tenha divulgado o nome do fornecedor envolvido.

Tentativas anteriores

Quando o primeiro recall foi anunciado, a montadora apostou em uma solução baseada em software. A ideia era aprimorar a capacidade do módulo de controle da bateria para reconhecer sinais de curto iminente e interromper o carregamento antes que o problema se tornasse crítico. Na prática, o sistema também emitiria alertas ao motorista, orientando a busca por assistência.

Entretanto, novas análises mostraram que a atualização não detectava todos os cenários de falha. Em algumas situações, o curto poderia ocorrer sem gerar qualquer anomalia identificável pelo módulo eletrônico. Isso levou a Ford a emitir uma nova convocação, desta vez reconhecendo que o reparo anterior não elimina o risco.

Orientações provisórias

Enquanto a solução técnica definitiva não é definida, os donos dos SUVs híbridos receberam instruções de como reduzir a exposição ao problema. A principal recomendação é evitar carregar a bateria completamente. A orientação aparece no próprio sistema multimídia dos veículos, permitindo que o usuário limite o processo de recarga.

Outra indicação é utilizar exclusivamente o modo de condução Auto EV. Esse ajuste gerencia automaticamente o uso do motor elétrico e do motor a combustão, diminuindo o estresse sobre o conjunto elétrico. A marca alerta que, em caso de curto durante a condução, o veículo pode desligar-se automaticamente e exibir no painel um aviso para que o motorista pare o carro em segurança.

fabrica da ford com a logo azul na frente.

Impacto aos usuários

A insegurança causada pelo recall afeta milhares de proprietários que utilizam o Escape e o Corsair PHEV como veículos principais. O risco de falha inesperada durante trajetos diários preocupa consumidores, especialmente aqueles que dependem da função elétrica para reduzir custos de combustível ou circular em áreas que restringem veículos movidos apenas a gasolina.

Além disso, a repetição do problema gera desgaste na relação entre cliente e marca. Mesmo que os incidentes de incêndio sejam raros, o fato de não existir uma solução definitiva dificulta a confiança nos produtos eletrificados da montadora. Donos que consideram vender o veículo também se deparam com impacto no valor de mercado devido à incerteza sobre o reparo.

Histórico recente

A Ford já vinha lidando com um número elevado de recalls nos últimos anos e reconhece publicamente que questões de controle de qualidade têm sido um desafio. O próprio CEO da empresa afirmou que a correção de falhas estruturais na operação ainda levará tempo, fazendo com que chamadas técnicas continuem ocorrendo até que processos internos sejam completamente revisados.

Esse novo recall agrava a situação porque envolve tecnologias consideradas estratégicas para o futuro da marca. A linha híbrida plug-in é vista como uma ponte entre motores tradicionais e veículos totalmente elétricos, e problemas de segurança podem comprometer a percepção do consumidor sobre os planos de eletrificação.

Riscos envolvidos

Embora a montadora informe que a incidência de incêndios é baixa, o mecanismo de falha identificado exige atenção. Um curto na bateria de alta voltagem pode causar aquecimento rápido, propagação térmica e, dependendo da intensidade, queima de componentes internos. É por isso que a recomendação de não carregar totalmente a bateria é tão enfatizada pela fabricante.

A perda de potência, por sua vez, é um efeito colateral comum em situações de falha energética. Quando o sistema detecta anomalias, ele pode interromper o funcionamento dos motores elétricos, deixando o usuário dependente do motor a combustão ou até mesmo desligando o veículo para evitar danos maiores.

Avanços esperados

Enquanto a investigação prossegue, engenheiros da Ford trabalham na identificação de testes que permitam distinguir células comprometidas das que estão funcionando corretamente. Essa etapa é essencial para montar um plano de reparo definitivo, que pode incluir substituição de módulos, alteração no processo de carregamento ou revisão completa do lote afetado.

Há também a possibilidade de colaboração com o fornecedor da bateria para aprimorar o método de fabricação. A montadora não descarta revisar o design do pack de alta voltagem caso a falha seja atribuída a fatores estruturais.

Caminho adiante

A expectativa é que um novo comunicado seja divulgado assim que a causa raiz for identificada. Somente então será possível estabelecer prazos, peças necessárias e procedimentos técnicos para eliminar de vez o risco. Até lá, a recomendação é que os proprietários sigam as instruções temporárias e mantenham o contato com a rede de concessionárias para futuras atualizações.

A situação reforça a importância de acompanhamento constante de recalls e da transparência entre fabricantes e clientes. Enquanto isso, o caso segue sob análise nos EUA e mantém a Ford sob pressão para entregar uma solução compatível com o nível de responsabilidade exigido pelo segmento de veículos eletrificados.

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Redator online do Agora Motor, antes mesmo de concluir o ensino médio e fazer a carteira, Gabriel já está envolvido no universo automotivo. Produz conteúdos informativos e relevantes, com foco em lançamentos, notícias e tudo que movimenta o setor. Interessado em aprender e crescer na área, acompanha de perto as tendências do mercado e busca tornar a informação acessível a todos os leitores.
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