Novo Jeep Cherokee pode voltar ao Brasil com híbrido que surpreende

A Jeep já dá sinais claros de que prepara a volta do Cherokee ao mercado brasileiro, e o movimento não é apenas especulação. A nova geração do SUV, apresentada no exterior em agosto, faz sua primeira aparição no país durante o Salão do Automóvel. A presença no evento tem um propósito bem definido: medir o interesse do público e avaliar se há espaço real para o modelo em um segmento cada vez mais competitivo.

Executivos da marca afirmam que o estudo é concreto. Hugo Domingues, vice-presidente da Jeep na América do Sul, confirmou que o lançamento está em análise e deve fazer parte do pacote de novidades da Stellantis previsto para 2026. O grupo planeja ao menos 16 novos modelos no Brasil, e a volta do Cherokee se encaixa nessa estratégia de ampliação do portfólio.

Espaço estratégico

Caso seja confirmado, o retorno do Cherokee terá impacto direto na organização da linha de SUVs da Jeep. Hoje existe uma lacuna clara entre o Commander Blackhawk, que parte de cerca de R$ 330 mil, e o Grand Cherokee 4xe, posicionado acima dos R$ 550 mil. O novo Cherokee poderia ocupar justamente esse meio-termo, entrando entre R$ 400 mil e R$ 450 mil, faixa onde a marca ainda não tem um produto dedicado.

A ideia, segundo fontes internas, é oferecer um SUV sofisticado de cinco lugares que converse com um público disposto a pagar mais que no Commander, mas que não queira subir para o patamar do Grand Cherokee. Essa posição intermediária permitiria ampliar a cobertura de mercado sem gerar conflito com os demais modelos, evitando assim qualquer canibalização.

Tecnologia híbrida

Além do papel estratégico no portfólio, o Cherokee serviria como vitrine para uma tecnologia que a Stellantis ainda não ofereceu no Brasil: o sistema híbrido paralelo convencional, também conhecido como HEV. O grupo já atua com diferentes soluções eletrificadas, como híbridos leves nos modelos da Fiat e da Peugeot, híbridos plug-in no Grand Cherokee e sistemas elétricos e híbridos em série na linha da Leapmotor. Falta justamente a tecnologia que combina motor a combustão e motor elétrico como nos Toyota Corolla e Corolla Cross.

Essa solução é familiar ao consumidor brasileiro, o que ajudaria a Jeep a testar a receptividade do público antes de expandir essa mecânica para outros modelos. A proposta é entregar menor consumo de combustível, condução mais suave e desempenho equilibrado, sem exigir recarga externa, fator importante para quem evita depender da infraestrutura pública de carregamento.

Jeep Cherokee híbrido parado.

Conjunto mecânico

No caso da nova geração do Cherokee, o sistema híbrido utiliza um motor 1.6 turbo de 180 cv e 30,6 kgfm, o mesmo THP que já esteve presente em diversos modelos vendidos no Brasil. Ele trabalha em conjunto com dois motores elétricos, cujos números individuais não foram divulgados. Contudo, o conjunto combinado gera 213 cv e 31,8 kgfm de torque, desempenho próximo ao de rivais como GAC GS4 e Omoda 5.

O câmbio é do tipo CVT e a tração é integral, solução que beneficia quem busca mais estabilidade em curvas, melhor tração em pisos irregulares e comportamento mais seguro em viagens. A presença de tração nas quatro rodas indica que o modelo deverá manter o DNA aventureiro típico da Jeep, mesmo oferecendo uma mecânica mais voltada para eficiência.

Consumo e autonomia

O consumo apresentado nos testes feitos nos Estados Unidos é um dos destaques. Em uso urbano, o SUV registra 17,9 km por litro, resultado expressivo considerando seu porte. Em rodovias, onde normalmente híbridos têm desempenho inferior ao da cidade, o Cherokee ainda entrega bons 14,1 km/l. A autonomia chega a até 930 quilômetros em percurso urbano, graças ao tanque de 52 litros. Isso significa longos intervalos entre abastecimentos, ponto valorizado principalmente por quem viaja com frequência.

Esse nível de eficiência coloca o Cherokee entre os SUVs médios-grandes mais econômicos com motorização híbrida. Para efeito de comparação, seu consumo urbano fica próximo ao dos próprios Toyota híbridos, conhecidos pela eficiência na cidade.

Tamanho e espaço

As dimensões do novo Cherokee revelam seu direcionamento. O SUV mede 4,78 metros de comprimento e tem 2,87 metros de entre-eixos, ficando apenas 1 cm acima do Jeep Commander no comprimento total. Porém, o uso da nova plataforma STLA Large permite melhor aproveitamento interno, oferecendo mais espaço para ocupantes e bagagens sem aumentar tanto o tamanho externo.

Esse ganho estrutural beneficia especialmente quem viaja em família e valoriza conforto para quem vai no banco traseiro. A plataforma moderna também favorece melhorias no comportamento dinâmico, na segurança e no nível de refinamento percebido dentro da cabine.

Interior e tecnologia

A cabine segue a linha premium adotada pela Jeep em seus lançamentos mais recentes. O destaque fica para o conjunto de telas. O painel de instrumentos digital tem 10,25 polegadas, enquanto a central multimídia conta com 12,3 polegadas e roda a última geração do sistema UConnect. O software foi aprimorado para responder mais rápido aos comandos e oferecer conectividade ampliada.

Além da tecnologia, o acabamento acompanha a proposta de um SUV acima do Commander. Na versão Overland, apresentada no evento, o modelo traz teto solar panorâmico, bancos com ventilação e aquecimento, abertura elétrica das portas e rodas de 20 polegadas. Esses equipamentos reforçam o caráter mais sofisticado que a Jeep pretende aplicar ao produto caso ele seja confirmado no Brasil.

Importação facilitada

Um ponto que pode favorecer o lançamento do Cherokee por aqui é sua origem. Diferentemente do Compass 4xe, que vem da Itália e sofre tributação de importação, o novo Cherokee é produzido no México. O país possui acordo comercial com o Brasil que garante isenção tarifária para modelos montados em território mexicano. Isso pode ajudar a manter o preço mais competitivo dentro da faixa planejada pela marca.

Essa vantagem também facilita a estratégia da Stellantis, que busca ampliar a oferta de modelos eletrificados sem elevar demais os preços. Além disso, a capacidade produtiva da fábrica mexicana contribui para atender mercados da América Latina com maior eficiência logística.

Perspectivas

A decisão final sobre o lançamento ainda dependerá da recepção do público durante o evento e dos estudos internos que estão sendo conduzidos. A Jeep avalia desde o potencial de vendas até o impacto da nova mecânica híbrida no mercado nacional. Caso o projeto avance, o Cherokee deverá ser uma das grandes novidades da marca em 2026.

O SUV tem potencial para atrair consumidores que desejam tecnologia híbrida sem abrir mão de desempenho, espaço e acabamento sofisticado. Ao mesmo tempo, ajuda a Jeep a se consolidar em um segmento onde algumas marcas chinesas vêm crescendo rapidamente, obrigando montadoras tradicionais a reforçarem seus portfólios.

Veja mais: Fiat Strada 2023: A picape cabine dupla que surpreende pelo conforto

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Redator online do Agora Motor, antes mesmo de concluir o ensino médio e fazer a carteira, Gabriel já está envolvido no universo automotivo. Produz conteúdos informativos e relevantes, com foco em lançamentos, notícias e tudo que movimenta o setor. Interessado em aprender e crescer na área, acompanha de perto as tendências do mercado e busca tornar a informação acessível a todos os leitores.
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