Aircross XTR 2026: o que ele realmente entrega e onde ainda decepciona

O Citroën Aircross passou por mudanças significativas na linha 2026, abandonando o antigo prenome C3 e reposicionando sua proposta no segmento dos SUVs compactos de sete lugares. Com o portfólio reorganizado, a versão XTR se tornou o novo topo da gama, assumindo o papel de opção aventureira para quem busca visual robusto e mais versatilidade no dia a dia. A marca também corrigiu um ponto histórico de reclamação dos usuários, o que reforça a busca por um produto mais equilibrado.

Com quatro versões disponíveis, sendo apenas uma de cinco lugares e as demais com capacidade para sete ocupantes, o modelo parte de R$ 118.800 e chega a R$ 129.990 na XTR. A diferença de preço coloca essa configuração em uma zona competitiva delicada, principalmente diante de rivais que apresentam pacotes de segurança mais completos. Para ajudar quem está avaliando o SUV, reunimos os pontos que merecem destaque positivo e os que exigem atenção.

Vidros corrigidos

A reestruturação da posição dos comandos dos vidros traseiros foi uma das mudanças mais comemoradas pelos consumidores. Depois de anos com botões centralizados no console, a Citroën finalmente adotou o posicionamento convencional nas portas, tornando o uso mais natural. O acesso ficou intuitivo e permite que todos os ocupantes acionem o recurso de maneira simples, o que contribui diretamente para uma experiência cotidiana mais prática.

Essa alteração também beneficia motoristas com mobilidade reduzida, já que anteriormente era necessário desviar bastante o olhar e mover o corpo para alcançar os botões. A reclamação era recorrente e afetava o SUV nas avaliações de ergonomia. Agora, o Aircross resolve um problema antigo e se alinha ao padrão atual do segmento.

Aircross XTR 2026 prata parado na diagonal.

Desempenho eficiente

Toda a linha é equipada com o motor 1.0 turbo flex, que entrega até 130 cv e 20,4 kgfm, sempre ligado ao câmbio CVT com sete marchas simuladas. O conjunto se mostra ágil no uso urbano e equilibrado nas rodovias, principalmente pelas respostas rápidas em retomadas. O 0 a 100 km/h em 9,5 segundos, quando abastecido com etanol, reforça a boa disposição mecânica.

O consumo é outro ponto que agrada, com médias oficiais de 11,2 km/l na cidade e 13 km/l na estrada com gasolina. Mesmo com etanol, o Aircross mantém comportamento coerente com o porte do modelo. Na prática, a mecânica ajuda a tornar o SUV uma opção interessante para famílias que buscam versatilidade sem abrir mão de eficiência.

Espaço amplo

O interior é um dos maiores trunfos do Aircross. Com 4,32 metros de comprimento e entre-eixos de 2,67 metros, o modelo se destaca pelo bom espaço para pernas e cabeça dos passageiros. A cabine transmite sensação de amplitude, algo raro nos SUVs compactos vendidos no Brasil. A terceira fileira, apesar de mais indicada para crianças, cumpre bem o papel em situações pontuais.

O porta-malas oferece 398 litros quando a última fileira está rebatida e cerca de 50 litros com os sete assentos em uso. Embora não alcance o volume da Chevrolet Spin, que continua liderando essa categoria, o Aircross oferece capacidade suficiente para rotinas urbanas e viagens curtas em família.

Bancos removíveis

Um diferencial exclusivo no segmento é a possibilidade de remover individualmente os bancos da terceira fileira. Cada assento pesa cerca de 8 kg, o que facilita a operação sem exigir esforço exagerado. Essa solução amplia bastante o espaço disponível para bagagens e transforma o SUV em um veículo ainda mais versátil para atividades do dia a dia.

Além disso, o processo de remoção é intuitivo, permitindo que qualquer pessoa faça o procedimento sem necessidade de ferramentas ou dois operadores. A praticidade reforça a proposta familiar e pode ser determinante para quem utiliza o carro de forma multifuncional.

Boa posição

A posição de dirigir elevada também agrada grande parte dos motoristas. O Aircross oferece boa visibilidade, sensação de domínio da pista e bancos confortáveis, com encaixe correto para coluna e pernas. Para quem utiliza o carro com frequência em trajetos urbanos congestionados, essa característica faz diferença no conforto diário.

O volante leve e a ergonomia revisada tornam a condução menos cansativa, principalmente considerando o perfil de consumidor que busca um veículo para longos períodos ao volante. No geral, a dirigibilidade se mostra coerente com a proposta familiar do modelo.

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Pouca segurança

Apesar de ser um SUV atual, o Aircross ainda carece de tecnologias de assistência à condução que já estão disponíveis em rivais diretos. Faltam frenagem automática de emergência, assistente de manutenção de faixa e controle de cruzeiro adaptativo. O modelo traz apenas quatro airbags, número abaixo do que é oferecido pela Spin nas versões mais caras.

Itens como sensor de ré, monitoramento de pressão dos pneus e assistente de partida em rampa estão presentes, mas não compensam a ausência dos recursos mais avançados. Para famílias que priorizam segurança ativa, esse aspecto pode ser decisivo na hora de fechar a compra.

Custo da XTR

A versão XTR aposta no visual aventureiro e adiciona alguns elementos exclusivos, como pedaleiras cromadas, detalhes internos em verde e pneus de uso misto. Apesar de entregar diferenciação estética, o acréscimo de cerca de R$ 3 mil em relação à versão Shine pode não compensar para quem busca apenas custo-benefício.

Como o conteúdo funcional é praticamente o mesmo, o pacote XTR se justifica mais para quem realmente aprecia o estilo aventureiro do que para quem busca um melhor equilíbrio entre preço e equipamentos. Isso torna a escolha mais emocional do que racional.

Isolamento fraco

O isolamento acústico continua sendo um ponto sensível do modelo. Mesmo com manta no capô, o barulho do motor e dos pneus invade a cabine com facilidade, especialmente em pisos irregulares. Em viagens mais longas, o incômodo fica mais evidente. O ruído da ventoinha em determinadas situações também chama atenção e passa a sensação de que o carro está sempre sob esforço.

Embora o acabamento interno tenha evoluído em relação às versões anteriores, ainda há peças mal encaixadas que causam pequenos ruídos durante a condução. Para quem é sensível a barulhos internos, esse aspecto merece consideração.

Faróis simples

Mesmo na linha 2026, o SUV ainda não oferece faróis full LED, limitando-se ao conjunto halógeno nas versões mais completas. Enquanto isso, o DRL utiliza LED, o que evidencia ainda mais a falta do equipamento principal. Além de eficiência superior, faróis LED contribuem para segurança noturna e desempenho visual mais moderno.

A ausência se torna ainda mais perceptível quando comparada à versão indiana do modelo, que já adota LED como item de série. Para um carro que busca se posicionar como opção diferenciada entre os compactos, essa lacuna pesa.

Suspensão macia

A suspensão do Aircross continua priorizando o conforto, mas o acerto excessivamente macio prejudica a estabilidade em curvas e velocidades mais altas. O balanço lateral é perceptível e pode causar insegurança em determinadas situações, especialmente quando o veículo está carregado. Para quem planeja viajar com frequência, essa característica precisa ser levada em conta.

Apesar disso, o conjunto absorve bem as imperfeições do asfalto e proporciona conforto adequado em vias urbanas. No entanto, quem busca comportamento mais firme sentirá falta de uma calibração menos voltada ao conforto extremo.

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Redator online do Agora Motor, antes mesmo de concluir o ensino médio e fazer a carteira, Gabriel já está envolvido no universo automotivo. Produz conteúdos informativos e relevantes, com foco em lançamentos, notícias e tudo que movimenta o setor. Interessado em aprender e crescer na área, acompanha de perto as tendências do mercado e busca tornar a informação acessível a todos os leitores.
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