Boas notícias para a indústria automotiva são aguardadas para 25 de maio
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também é o ministro do Desenvolvimento, prometeu boas notícias para a indústria brasileira, especialmente para o setor automotivo. No entanto, o mercado pode não ter um crescimento robusto, já que nos últimos três anos houve poucas vendas e pouco espaço para reaquecer as vendas em meio a um mercado com muitos veículos e crédito caros. Apesar de a produção industrial ser grande (4,5 milhões por ano), as vendas não acompanham a oferta.
O mercado brasileiro representa apenas 2% das vendas globais de veículos, o que torna difícil manter tamanha estrutura industrial no país. O governo tem poucas opções para ajudar a indústria automotiva: reduzir impostos, estimular a concessão de crédito para compra de veículos e recriar a figura do carro popular.
Porém, essas medidas podem piorar o cenário atual, já que os carros mais baratos são também os mais caros do mundo em relação ao nível oferecido de qualidade de acabamento, tecnologia, segurança e eficiência energética.
Uma redução forçada dos preços pode prejudicar ainda mais a evolução tecnológica dos veículos nacionais que vêm ganhando melhorias nos últimos anos. O governo tem dificuldades em desatar tantos nós que travam o crescimento econômico do país e de sua indústria. A adoção de política industrial parece absolutamente necessária para garantir o desenvolvimento tecnológico e social.

Apesar disso, ainda há poucas opções para ajudar a indústria automotiva no Brasil. Reduzir impostos já foi feito e não afetou os preços dos veículos. Estimular a concessão de crédito teria mais poder de reaquecer as vendas do que o corte de tributos, mas quem consegue aprovar financiamentos com juros, na média, de quase 30% ao ano?
Mesmo que sejam reduzidos os impostos federais e os lucros das montadoras sobre os carros mais baratos do mercado, fazendo descer a cerca de R$ 60 mil o preço de entrada no mundo do zero-quilômetro, quem possivelmente compraria este tipo de veículo vai continuar precisando de financiamento para fechar o negócio.
O cenário atual, em que poucas vendas são fechadas por falta de crédito, é preocupante. Aprovar o projeto de lei que libera os bancos de terem que entrar na Justiça para retomar bens inadimplentes pode ajudar a elevar a qualidade da garantia ao agente financiador, mas não há nenhuma garantia de que os bancos reduziriam o custo dos empréstimos. Enquanto isso, a política monetária do Banco Central independente do governo e vassalo do mercado segue autorizando juros elevados.
O governo precisa encontrar soluções para evitar criar outra jabuticaba automotiva que desconecta ainda mais o país do resto do mundo. As medidas anunciadas no próximo dia 25 podem ser um bom começo, apesar de não trazerem soluções suficientes.
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