Brasil atinge marca histórica nas vendas de motos antes do fim do ano
Faltando mais de um mês para o encerramento de 2025, o mercado brasileiro de motocicletas já ultrapassou uma barreira que há anos parecia inatingível. Com mais de 2 milhões de motos emplacadas entre janeiro e novembro, o setor registra o melhor desempenho em 14 anos, superando previsões e retomando um ritmo que remete aos melhores momentos da indústria nacional. Os dados consolidados pela Fenabrave revelam um crescimento consistente, mesmo com oscilações pontuais nas vendas mensais.
Embora novembro tenha apresentado queda de 13,9% em relação a outubro, o resultado não comprometeu o desempenho acumulado do ano. Pelo contrário, o avanço de 22,8% em comparação ao mesmo mês de 2024 confirma que a demanda segue aquecida. A forte procura por motos, impulsionada por mudanças no comportamento da mobilidade e pelas novas dinâmicas de trabalho, tem redesenhado o mercado com intensidade incomum.
Guia do Conteúdo
Recorde antecipado
O marco das 2.004.150 unidades comercializadas antes de dezembro representa um crescimento de 16,2% sobre os primeiros onze meses de 2024. Esse volume supera o recorde histórico de 2011, quando o país havia registrado pouco mais de 1,94 milhão de motos licenciadas. Agora, o setor retoma o protagonismo, reforçando a motocicleta como um dos principais meios de transporte e trabalho no Brasil contemporâneo.
O desempenho acumulado também reflete a força de um mercado que encontrou maturidade após anos de alternância entre crescimento e retração. Mesmo diante de um mês mais fraco, a consolidação de tendências de longo prazo garantiu uma curva ascendente robusta, capaz de compensar oscilações pontuais.

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Motivos da alta
A Fenabrave atribui o avanço das vendas a transformações estruturais no modo como o brasileiro se desloca. Desde o período pós-pandemia, a moto ampliou sua presença na rotina de milhões de trabalhadores, sobretudo aqueles ligados a serviços de entrega e atividades autônomas. Como alternativa rápida e com custos operacionais reduzidos, o veículo consolidou seu papel como ferramenta essencial para diversas categorias profissionais.
O presidente da entidade, Arcelio Junior, destaca que 2025 apenas confirmou um movimento que vinha ganhando forma nos últimos anos. Para ele, a motocicleta se tornou parte definitiva da paisagem urbana e de sistemas de trabalho que dependem de agilidade e flexibilidade. Essa mudança de mentalidade transformou as motos em protagonistas de um mercado que se mostra cada vez mais dinâmico.
Motos elétricas
O levantamento da Fenabrave também registrou os números do segmento elétrico, que ainda avança em ritmo moderado. Entre janeiro e novembro, foram emplacadas 7.643 unidades, sendo 510 delas apenas no mês de novembro. Embora o resultado seja superior ao do ano anterior, a participação ainda representa uma parcela bastante discreta diante do total de vendas no país.
Arcelio Junior aponta que, apesar da evolução, o mercado de motos elétricas não alcançou o patamar de crescimento considerado ideal pelo setor. A combinação entre infraestrutura limitada, preços mais elevados e dúvidas sobre durabilidade ainda impede uma expansão mais veloz. Mesmo assim, a tendência é de avanço gradual, especialmente com a entrada de novas marcas e tecnologias.
Disputa entre marcas
No ranking nacional, a Honda se mantém absoluta, com 66,5% do mercado de motocicletas. O domínio da marca japonesa continua sendo um dos pilares do setor, sustentado por ampla rede de concessionárias, confiabilidade mecânica e histórico de produtos populares. Em segundo lugar, surge a Yamaha, com 12,9%, mantendo sua bases fiéis e reforçando a competição entre as duas gigantes.
A terceira colocação ficou com a Shineray, que alcançou 6,1% e continua ampliando sua presença entre consumidores que buscam modelos mais acessíveis. Logo atrás aparece a Mottu, com 5,1%, impulsionada pelo uso intensivo de suas motos no mercado profissional. A Avelloz registrou 1,6%, enquanto outras marcas somadas responderam por 8% entre janeiro e novembro. O cenário mostra um ecossistema mais diversificado e competitivo, mas ainda dominado por marcas tradicionais.
Perspectivas finais
Mesmo sem divulgar projeções para o fechamento de 2025, a Fenabrave já considera o desempenho do setor como histórico. Ultrapassar os 2 milhões de emplacamentos antes do último mês do ano reforça a força da motocicleta no Brasil e a relevância crescente desse tipo de veículo na economia. Os dados de dezembro devem apenas consolidar uma tendência já definida: o mercado de motos vive um dos seus ciclos mais fortes desde o início da década passada.
O resultado final deverá refletir não apenas um avanço numérico, mas também mudanças profundas no perfil dos consumidores, no uso das motos e na importância do veículo dentro de novas dinâmicas sociais e urbanas. O setor de duas rodas se prepara para encerrar um ano marcante e iniciar outro ainda mais desafiador, diante de um público cada vez mais exigente e atento às novas possibilidades de mobilidade.
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