Essa picape chinesa pode mudar tudo: conheça a nova BYD Shark!
O mercado automotivo brasileiro vive um momento de transformação, especialmente entre as picapes médias — tradicionalmente dominadas por motores a diesel e projetos voltados ao trabalho pesado. Nesse cenário, a BYD Shark entra em cena com uma proposta completamente diferente.
De origem chinesa, mas com ambição global, ela aposta em um conjunto mecânico eletrificado, visual imponente e tecnologia de ponta. A pergunta que muitos fazem é: será que a Shark está pronta para convencer os brasileiros?

Guia do Conteúdo
Visual que impõe respeito
A aparência da BYD Shark é um de seus grandes trunfos. Não há como passar despercebido com seus mais de 5,45 metros de comprimento, largura superior a 1,97 metro e entre-eixos de mais de 3,2 metros. Tudo nela grita robustez. É impossível não notar a inspiração em picapes americanas, como a famosa Ford F-150, que claramente serviu de base visual.
Na dianteira, os faróis em LED conectados por uma faixa iluminada horizontal transmitem modernidade e agressividade. Já a traseira também aposta em lanternas integradas por LED, reforçando sua identidade contemporânea. A caçamba traz 1.200 litros de volume, tampa com acionamento elétrico e degrau retrátil — recursos úteis e inteligentes, mas sente-se falta de itens como capota marítima de série.
Novo SUV da BYD muda tudo — e assusta no preço!
Interior de SUV, não de picape
Ao entrar na Shark, a sensação não é a de estar numa picape, mas sim em um SUV de luxo. Os bancos são amplos, macios, com revestimento premium e direito a ventilação e aquecimento nos dianteiros. O painel é repleto de tecnologia: duas telas dominam o espaço — uma central multimídia giratória de generosas proporções e outra para o painel de instrumentos, 100% digital. Além disso, há head-up display colorido e comandos sensíveis ao toque.
O acabamento surpreende, com detalhes em vermelho nas costuras, iluminação ambiente ajustável, comandos em bom nível de resposta tátil e diversos porta-objetos. Um detalhe curioso: o espaço interno é generoso até mesmo para os padrões de picapes maiores. Isso faz da Shark uma opção confortável tanto para trabalho quanto para o lazer em família.
Potência para ninguém botar defeito
Se no visual ela chama atenção, na motorização ela impressiona. A BYD Shark é equipada com um sistema híbrido plug-in que une um motor 1.5 turbo a gasolina com dois motores elétricos — um em cada eixo. Essa combinação entrega 437 cv de potência máxima e nada menos que 65 kgfm de torque. Os números são de tirar o fôlego e colocam a Shark como uma das picapes mais potentes do mercado brasileiro, mesmo sem motor diesel.
O motor a combustão entrega 183 cv, mas atua mais como gerador de energia do que como propulsor principal. Já os motores elétricos são os grandes responsáveis pelas respostas rápidas: o da frente entrega 231 cv e o traseiro, 204 cv. A aceleração de 0 a 100 km/h acontece em apenas 5,7 segundos — um desempenho digno de esportivo, e não de picape.
A bateria tem capacidade de 29,6 kWh e pode garantir cerca de 100 km de autonomia elétrica, dependendo das condições de uso. Em trajetos urbanos, é possível rodar boa parte do tempo apenas com eletricidade, reduzindo o consumo de combustível e as emissões.
Modos de condução para toda situação
A BYD Shark oferece diversos modos de condução: Eco, Normal e Sport para o uso convencional, além de Mountain, Snowfield, Sand Land e Muddy Land — modos voltados para o fora de estrada. A cada modo, o comportamento dinâmico muda, com distribuição de torque ajustada, resposta de acelerador e até suspensão adaptável (em alguns mercados).

Isso significa que a Shark não é apenas potente na estrada: ela também encara trilhas, terrenos acidentados e situações extremas com competência. A tração é nas quatro rodas, com atuação sob demanda, ou seja, quando o sistema detecta perda de aderência, direciona torque para onde for necessário.
Eficiência energética: como se comporta?
Apesar do seu tamanho e potência, a Shark consegue apresentar um desempenho energético respeitável. Quando operando como híbrida, o consumo urbano gira em torno de 9,6 km/l, o que é considerado bom para uma picape com quase três toneladas. Em rodovia, os números caem um pouco, chegando a cerca de 9,1 km/l a 120 km/h. No modo elétrico puro, o consumo é de aproximadamente 6,25 km/kWh na cidade e pouco mais de 4 km/kWh na estrada.
Claro que, por conta do peso e da proposta de alta performance, não é o modelo mais econômico do mercado. Ainda assim, sua capacidade de operar por longos trechos sem consumir uma gota de gasolina é um grande diferencial frente às picapes tradicionais.
Conforto acima da média
A suspensão da Shark é bem ajustada para o uso urbano. Na frente, ela é um pouco mais macia, o que garante conforto, mas pode gerar certo “pulo” em pisos muito irregulares. Atrás, o sistema multilink é mais firme, o que ajuda na estabilidade e no controle da carga.
Em curvas, ela se comporta mais como um SUV do que como uma picape convencional. A rolagem da carroceria é controlada e não há aquela sensação de traseira leve, comum em modelos com chassi separado. A direção elétrica tem bom peso e os freios respondem com precisão.
Outro destaque é o silêncio a bordo: em modo elétrico, o rodar é praticamente imperceptível. Mesmo quando o motor a combustão entra em ação, o isolamento acústico se mantém em ótimo nível.
Segurança em alto nível
A BYD equipou a Shark com um pacote de segurança bastante completo. Além dos seis airbags, há controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, alerta de colisão com frenagem automática, alerta de ponto cego, detector de fadiga, assistência de permanência em faixa e piloto automático adaptativo.
O sistema de visão 360 graus também é útil em manobras e o acesso ao veículo é facilitado por estribos funcionais e boa altura do solo.
Preço: vale o investimento?
Oficialmente, a Shark custa R$ 379.800. Mas, com os descontos de lançamento, é possível encontrá-la por R$ 339.800 — valor semelhante ao de versões topo de linha de Hilux, S10, Ranger e L200. Considerando que ela oferece mais potência, mais tecnologia, um interior mais sofisticado e uma proposta sustentável, o valor se mostra competitivo.
O grande “porém” pode estar no público-alvo. A Shark dificilmente agradará quem busca uma picape diesel para uso pesado, no campo ou em transporte de carga. No entanto, para quem deseja um carro grande, com presença de SUV, espaço interno generoso, tecnologia e eficiência, ela surge como uma alternativa extremamente interessante.

E o futuro?
A BYD pretende expandir sua presença no Brasil e já fala sobre produção nacional no futuro — o que pode incluir versões com motor flex, algo desejado pelo consumidor brasileiro. Se isso se confirmar, a Shark poderá ficar ainda mais atrativa e competitiva.
Enquanto isso, a proposta atual já coloca a BYD em posição de destaque no segmento de picapes médias. Ao focar em tecnologia e eletrificação, a marca chinesa acerta em cheio no momento em que o consumidor busca inovação e economia, sem abrir mão de desempenho e estilo.
