Revolução elétrica: BYD testa bateria que roda até 1.875 km com uma carga

A indústria automotiva está prestes a dar um salto quântico no segmento de veículos elétricos, e a responsável por isso é a chinesa BYD.

BYD Tan 2024 cinza na diagonal.
Foto: Divulgação

A montadora iniciou testes práticos de uma tecnologia que pode mudar completamente o cenário dos carros movidos a eletricidade: a bateria de estado sólido, capaz de oferecer até 1.875 km de autonomia com apenas uma carga. Para efeito de comparação, isso é mais do que o dobro da maioria dos carros elétricos disponíveis no mercado atualmente.

Nova geração de baterias já está nas ruas

Durante o China All-Solid-State Battery Innovation and Development Summit 2025, o diretor técnico de baterias da BYD, Sun Huajun, anunciou que alguns modelos da marca, ainda não revelados oficialmente, já estão circulando com a nova bateria em condições reais de uso.

Segundo ele, esses testes servirão de base para finalizar o desenvolvimento até 2027, ano em que a marca pretende concluir a fase de experimentações.

O que são baterias de estado sólido?

Diferente das baterias convencionais de íons de lítio, que usam eletrólitos líquidos, as novas baterias da BYD utilizam um material sólido como condutor. Isso garante não só mais segurança (com menor risco de incêndios ou explosões), como também permite que a densidade energética seja muito superior.

Enquanto baterias comuns apresentam entre 200 e 250 Wh/kg, a nova solução da BYD alcança incríveis 400 Wh/kg. Isso significa veículos mais leves, com maior alcance e mais eficiência.

Recarga em tempo recorde

Se a autonomia já impressiona, o tempo de recarga surpreende ainda mais. De acordo com fontes da imprensa chinesa, durante testes iniciais, a bateria foi capaz de recuperar 80% da carga (cerca de 1.500 km) em apenas 12 minutos. Para quem está acostumado com longos períodos de recarga em veículos elétricos, esse tempo é praticamente equivalente ao abastecimento de um carro a combustão.

Ainda que esse número tenha sido registrado segundo o ciclo chinês CLTC — que costuma ser mais otimista —, mesmo em medições mais conservadoras, como o ciclo norte-americano EPA, a expectativa de autonomia fica em torno de 1.300 km por carga, o que ainda é bastante impressionante.

Tecnologia desenvolvida ao longo de uma década

A BYD não chegou a esse ponto do dia para a noite. A montadora investe no desenvolvimento de baterias de estado sólido há mais de dez anos. Esse trabalho de longo prazo permitiu avanços significativos em eficiência, segurança e viabilidade comercial da tecnologia.

Sun Huajun ressaltou que a marca não está apenas preocupada com performance, mas também com acessibilidade. O plano da empresa é reduzir os custos gradualmente até o fim da década, com a meta de igualar o preço das baterias de estado sólido ao das baterias de íons de lítio até 2030. Isso abriria espaço para a adoção em massa e permitiria que mais pessoas tivessem acesso a veículos com autonomia extremamente elevada e tempos de recarga mínimos.

Quando essa bateria vai chegar ao mercado?

Segundo o cronograma divulgado pela própria BYD, a produção inicial está prevista entre 2027 e 2029, ainda de forma limitada. A expansão comercial para volumes maiores deve ocorrer em 2030, o que coincide com a meta de reduzir os custos de fabricação e tornar a nova tecnologia economicamente viável para o público em geral.

Até lá, os testes em campo seguem intensos. A BYD quer garantir que os veículos rodem com total segurança, confiabilidade e desempenho em qualquer condição.

Vale lembrar que a empresa já é líder global em vendas de carros elétricos e híbridos, e tem investido agressivamente em mercados como o Brasil, onde vem crescendo em participação mês após mês.

Impacto na indústria e na infraestrutura de recarga

Caso a promessa das baterias de estado sólido da BYD se concretize, o impacto será profundo. Para o consumidor, o principal benefício será a autonomia próxima (ou superior) aos carros a combustão, além da praticidade de recarregar em menos de 15 minutos. Isso pode mudar totalmente a percepção do público em relação aos carros elétricos, que ainda enfrentam resistência por conta da infraestrutura precária de recarga e dos preços elevados.

Outro ponto relevante é a transformação que isso exigirá na infraestrutura de recarga atual. Postos e eletropostos terão de se adaptar para suportar carregamentos ultrarrápidos, com fornecimento de energia suficiente para abastecer centenas de quilômetros em poucos minutos.

Concorrência já está de olho

A inovação da BYD deve acelerar a movimentação de concorrentes como Toyota, Tesla, Volkswagen e outras gigantes que também estão pesquisando baterias de estado sólido. No entanto, a montadora chinesa sai na frente ao já iniciar os testes práticos em veículos reais, enquanto outras marcas ainda permanecem em fases de laboratório.

Brasil pode se beneficiar?

Considerando o avanço da BYD no Brasil — com fábricas, centros de distribuição e até produção local de ônibus elétricos —, há uma grande chance de que o país esteja entre os primeiros mercados a receber essa nova geração de baterias, principalmente nos modelos de maior porte e valor agregado.

Conclusão

A nova bateria de estado sólido da BYD promete redefinir o conceito de mobilidade elétrica. Com autonomia de até 1.875 km e recarga em tempo recorde, a marca chinesa dá um passo ousado rumo ao futuro dos carros elétricos. Resta saber como o mercado e a infraestrutura irão acompanhar essa evolução tão acelerada.

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Redator online do Agora Motor, antes mesmo de concluir o ensino médio e fazer a carteira, Gabriel já está envolvido no universo automotivo. Produz conteúdos informativos e relevantes, com foco em lançamentos, notícias e tudo que movimenta o setor. Interessado em aprender e crescer na área, acompanha de perto as tendências do mercado e busca tornar a informação acessível a todos os leitores.
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