Por que carro popular virou solução mesmo dando prejuízo às montadoras

O governo anunciou na última quinta-feira (25) um programa de incentivo à produção e venda de veículos populares. Com o objetivo de reverter a crise na indústria automotiva, a medida prevê a redução no IPI e no PIS/Cofins para veículos com preço de até R$ 120 mil. O percentual varia conforme preço, eficiência energética e nível de nacionalização dos componentes dos veículos.

Desde o início da pandemia do coronavírus, fatores como baixo volume de produção, escassez de semicondutores e aumento no custo de matérias-primas fizeram os preços dos carros zero-quilômetro dispararem. A expectativa é que com o eventual aumento no volume de vendas e a redução na capacidade ociosa nas fábricas, ocorra uma compensação nessa questão.

O programa completo será detalhado em cerca de duas semanas e deverá incluir linhas de crédito mais baratas para aquisição de veículos. Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, as medidas do governo poderão ampliar de 200 mil a 300 mil unidades as vendas de veículos neste ano. Ele destaca que o mercado de carros populares é um nicho de extrema relevância para as montadoras e que há interesse em aumentar o volume de vendas.

Por que carro popular virou solução mesmo dando prejuízo às montadoras
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Cassio Pagliarini, sócio da consultoria Bright Consulting, também acredita que chegou a hora de elevar o volume de produção de veículos. Durante a pandemia, as montadoras recuperaram suas margens e agora é o momento correto para fazer algum esforço para conseguir maior volume. Ele ressalta que uma redução média de 6% a 7% no preço final pode resultar em um aumento no volume da indústria em 250 mil unidades em 12 meses.

Apesar das expectativas positivas dos especialistas, ainda há dúvidas quanto à curta duração do desconto no IPI e PIS/Cofins e ao impacto real na queda dos preços dos automóveis mais acessíveis. Flavio Padovan, sócio da MRD Consulting, alerta que esses automóveis trazem baixa margem de lucro para muitas fabricantes. As montadoras não têm condições de reduzir muito as suas margens de lucro para baratear os carros de entrada, já que os itens de segurança obrigatórios e a redução de emissões compulsória encarecem a produção. Mesmo assim, o consultor avalia que esse alívio no preço será benéfico para a indústria, se estiver relacionado à oferta de crédito mais barato.

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Bruno Martendal
Especialista em finanças e seguros, aprecia o mundo dos automóveis e se aprofundou na área de proteção do seu patrimônio. Hoje se divide entre outros projetos, na redação do Agora Motor, sempre trazendo reviews e análises sobre os melhores seguros automotivos!
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