Os carros mais estranhos da Toyota que quase ninguém lembra
A Toyota é mundialmente reconhecida por sua postura conservadora, pelo foco na confiabilidade e pela construção de modelos que priorizam durabilidade acima de extravagância. Mesmo quando avança em tecnologia, a marca costuma manter um estilo visual bastante contido, refletindo uma tradição que agrada consumidores mais pragmáticos. Porém, ao longo de sua história, a fabricante japonesa ocasionalmente decidiu romper esse padrão e criar veículos que destoam completamente de sua filosofia clássica.
Em momentos pontuais, a Toyota deu vida a projetos ousados, excêntricos e até difíceis de imaginar dentro da linha de produtos da marca. Alguns nasceram de experimentos tecnológicos, outros foram respostas a nichos muito específicos, e alguns simplesmente pareceram testes de estilo que nunca encontraram seu público. A seguir, revisitamos cinco modelos que fugiram totalmente da curva e se tornaram, pela estranheza, figuras marcantes da história da Toyota.
Guia do Conteúdo
Toyota Sera
O Toyota Sera é talvez o exemplo mais emblemático de ousadia da marca. Produzido no início dos anos 1990, o modelo surgiu como um compacto esportivo destinado a clientes que buscavam algo leve, pequeno e cheio de personalidade. Por fora, era menor que um Etios, mas apresentava uma postura totalmente diferente, baseada em um estilo incomum para sua época. Ele usava a plataforma de compactos de tração dianteira da Toyota, mas adotava soluções de design que se tornariam sua marca registrada.

Seu elemento mais chamativo eram as portas em estilo asa de gaivota, que se elevavam como em supercarros. A abertura criava uma grande área envidraçada, já que os vidros avançavam até o teto e formavam uma bolha panorâmica que destacava o veículo imediatamente. A traseira também chamava atenção pelo vidro envolvente que se estendia pelas laterais, lembrando modelos como o Tigra. Apesar da aparência esportiva, o motor 1.5 entregava desempenho modesto, o que tornava o Sera mais interessante pelo visual do que pela força mecânica.
Toyota Spade
O Toyota Spade foi criado para atender um público muito específico: pessoas com mobilidade reduzida. O modelo era construído a partir do Toyota Porte e trazia um conjunto de soluções voltadas para acessibilidade, tornando-o um dos carros mais adaptados já fabricados pela marca no Japão. Sua proposta funcional fazia com que ele se destacasse mais pela praticidade do que pela estética, que seguiu uma linha quadrada e discreta.
Do lado do passageiro, a porta era corrediça, elétrica e maior do que as portas convencionais, facilitando a entrada de cadeiras de rodas. Em versões específicas, o banco do passageiro podia deslizar até o lado externo para permitir embarque ainda mais simples. Já o lado do motorista mantinha duas portas tradicionais, reforçando a mistura curiosa entre funcionalidade extrema e um design assimétrico. O Spade permaneceu em produção de 2012 até 2020, acompanhando a segunda geração do Porte, e se tornou um dos carros mais peculiares da marca pela proposta diferenciada.
Toyota Previa
A Toyota Previa é, até hoje, uma das minivans mais curiosas já produzidas. Em vez de seguir a configuração convencional de motor dianteiro, a Toyota optou por instalar o conjunto mecânico sob os bancos dianteiros, criando uma minivan com motor central. Essa escolha permitia melhor distribuição de peso e uma dianteira mais compacta, resultando em um perfil aerodinâmico incomum para veículos desse tipo. O modelo acabou se tornando uma espécie de símbolo da criatividade dos engenheiros japoneses nos anos 1990.
Além da posição peculiar do motor, a Previa oferecia tração traseira e até opção com supercharger, algo raro para minivans. Embora essas características sugerissem maior esportividade, o desempenho continuava voltado para o uso familiar. Ainda assim, a combinação entre mecânica improvável e visual futurista colocou a Previa entre as criações mais excêntricas da Toyota. Foi também a única dos cinco modelos desta lista a ser vendida no Brasil, deixando lembranças entre os consumidores que buscavam espaço e durabilidade.
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Toyota WiLL Vi
O Toyota WiLL Vi ocupa um lugar especial entre os carros mais esquisitos já feitos pela marca. Criado no início dos anos 2000, o modelo fazia parte de um projeto da Toyota para conquistar o público jovem com uma série de carros de visual extravagante. A proposta se afastava completamente da sobriedade típica da empresa, apostando em formatos exagerados, cores vibrantes e soluções estilísticas que remetiam a veículos retrô. O WiLL Vi era um mini sedã com traços tão marcantes que ainda hoje chama atenção.
Seu vidro traseiro tinha inclinação negativa, contrariando completamente o padrão da indústria e reforçando seu ar excêntrico. O interior seguia a mesma lógica, trazendo mostradores centrais e painel adotado posteriormente em modelos como o Etios. O WiLL Vi utilizava a plataforma do Yaris da primeira geração, o que garantia estrutura confiável, mas o design ousado acabou limitando seu alcance comercial. As vendas foram muito baixas e o projeto WiLL como um todo foi descontinuado alguns anos depois.
Toyota Origin
O Toyota Origin é um caso curioso em que a marca decidiu apostar no retrô de forma quase teatral. Lançado em 2000, o modelo combinava elementos clássicos inspirados no Toyota Crown da década de 1950 com a base moderna do Lexus IS. O resultado era um sedã com aparência fortemente nostálgica, repleto de detalhes que remetiam a carros antigos, como linhas arredondadas, lanternas altas e um conjunto traseiro com vidro côncavo que chamava atenção à primeira vista.
No interior, o Origin reforçava a sensação de veículo de época, oferecendo acabamento em couro, madeira e detalhes artesanais. Sob o capô, o carro trazia o motor 3.0 seis cilindros em linha usado no Supra, mas a proposta não era esportiva: o objetivo era entregar luxo com toque clássico. A produção foi extremamente limitada, com apenas 1.073 unidades fabricadas. Por mais que fosse um tributo ao passado, o modelo acabou sendo visto como excêntrico demais para a época, permanecendo como uma peça rara da coleção Toyota.
Conclusão
Esses cinco modelos revelam um lado pouco conhecido da Toyota, uma fabricante frequentemente associada à discrição, mas que, em momentos específicos, decidiu experimentar ideias que desafiavam suas próprias tradições. Seja por soluções técnicas ousadas, preocupações com acessibilidade ou tentativas de conquistar públicos alternativos, cada um desses carros reforça o quanto a marca pode ser criativa quando resolve se arriscar. Muitos deles falharam comercialmente, mas todos deixaram sua marca como símbolos da fase mais excêntrica da montadora.
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