Computador de bordo faz a média de consumo de combustível corretamente?
Um leitor da cidade de Porto Alegre, Luiz Gustavo Mariani, enviou uma mensagem pelo WhatsApp questionando a divergência que percebia entre a medição do consumo de combustível do seu carro no computador de bordo e a medição que fazia ao encher o tanque. Ele afirmava que o painel mostrava uma diferença de 1 km por litro a mais em relação à medição feita “na unha”. Essa diferença ocorria em pelo menos três veículos de fabricantes diferentes e a concessionária não havia dado resposta.
Muitas pessoas acham que fazer o cálculo do consumo do combustível é simples. Basta dividir os quilômetros rodados pela quantidade de combustível gasto no trajeto definido, certo? Mas na prática não é tão simples assim. A medição do consumo é algo extremamente complexo e controverso, pois existem muitas variáveis envolvidas. Até mesmo os fabricantes sofrem com esses dados.
Do ponto de vista jurídico, também é uma questão delicada, pois muitas pessoas não conseguem atingir os resultados divulgados pelo fabricante ou pelo Conpet – Programa Brasileiro de Etiquetagem sob responsabilidade do Inmetro. É comum que as divergências das medições feitas pelos carros e as feitas “na unha” pelos motoristas sejam diferentes, desde que dentro de uma tolerância aceitável.

No caso específico relatado pelo leitor Luiz, é possível afirmar que essa diferença de 1 km/l está dentro da margem de erro. É importante lembrar que o computador de bordo utiliza dados que geralmente não são acessíveis para o usuário comum, sendo computados na central eletrônica do motor (ECU), que utiliza sinais dos sensores de fluxo de combustível e até a quantidade de ar que entra no motor. Os dados processados pela ECU também passam por fatores de correção, todos calibrados pela equipe de engenharia do fabricante.
Guia do Conteúdo
Medições manuais x medições do computador de bordo
Para ter o rigor necessário para reduzir a diferença entre as medições, seria necessário abastecer em dias com temperatura igual ou semelhante e até no mesmo horário. Além disso, é preciso considerar as diferenças na qualidade do combustível e a inclinação do carro em relação ao piso, que pode interferir na quantidade de líquido que é possível abastecer.
De acordo com a revista Autoesporte, quem tem carros modernos, com menos de 15 anos, pode confiar tranquilamente na medição do computador de bordo e não perder tempo realizando medições manuais a cada abastecimento. Para fazer medições dessa forma, é preciso utilizar sempre a mesma bomba de combustível, posicionar o carro do mesmo jeito e no mesmo horário do dia e mais ou menos com a mesma temperatura. É importante encher “até a boca”, ultrapassando o cânister – mas isso não é recomendável pois pode encharcar esse componente.
Em resumo, a diferença entre as medições feitas pelo computador de bordo e as feitas pelos motoristas podem ocorrer por diversos fatores como inclinação do piso, qualidade do combustível e pelo fato dos dados processados pela ECU serem calibrados pela equipe de engenharia do fabricante. Quem tem carros modernos pode confiar na medição do computador de bordo ao invés das medições manuais “na unha”.
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