É o fim dos sedans, segundo o CEO global da Renault!
O CEO global da Renault, Fabrice Cambolive, declarou recentemente que o mercado automotivo está demandando carros mais dinâmicos e inovadores em termos de design de carroceria. E as estatísticas mostram que seus argumentos estão corretos.
Durante sua visita ao Brasil para apresentar o Renault Kardian e a picape conceito Niagara, que irá substituir a Oroch até 2027, Cambolive compartilhou seus planos globais, latino-americanos e brasileiros em uma coletiva de imprensa.
Seguindo a tendência do mercado, o executivo considera que os SUVs compactos e as picapes são os segmentos mais promissores. No plano de investimento global da Renault, que prevê um aporte de 3 bilhões de euros (R$ 15,8 bilhões) fora da Europa, estão planejados o lançamento de oito novos modelos em três novas plataformas. E nenhum desses modelos é um sedã.

O fim da era dos sedãs parece ser uma realidade. A Ford já abandonou oficialmente a produção desse tipo de veículo, e outras marcas também não têm planos para atualizar seus modelos sedãs. Essa tendência também é visível no mercado brasileiro.
Os argumentos de Cambolive são respaldados por dados concretos. Nos últimos 10 anos, os sedãs perderam participação no mercado brasileiro.
Em 2012, os sedãs representavam 23% das vendas totais de veículos, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Isso equivalia a aproximadamente 830 mil carros licenciados.
Uma década depois, a participação dos sedãs caiu para 15%, com cerca de 300 mil veículos emplacados. E nos primeiros nove meses deste ano, essa queda continuou. Os sedãs agora representam apenas 13% das vendas, com aproximadamente 203 mil emplacamentos. É importante ressaltar que o setor automotivo tem apresentado um crescimento de 10% em relação ao ano passado.
O Renault Logan, atualmente em sua última geração, completará 10 anos no mercado este ano. Quando foi lançado, o sedã era uma opção popular entre os consumidores brasileiros.

No entanto, ao longo dos anos, o interesse pelo sedã de três volumes e espaço interno generoso diminuiu significativamente. Em 2021, foram vendidas apenas 3.617 unidades do Logan, uma média de aproximadamente 400 licenciamentos por mês. Enquanto isso, o Duster, que já não é considerado um caso de sucesso, emplacou 17.145 carros.
Dessa forma, não faz mais sentido para a Renault investir na produção de sedãs, que têm uma rentabilidade menor, quando é possível direcionar esforços para a fabricação de SUVs, que possuem um maior valor agregado e demandam basicamente os mesmos recursos.
Portanto, é provável que o Logan não sobreviva por muito tempo. Com as exigências cada vez maiores por equipamentos como controles de tração e estabilidade, esse modelo de sedã mais antigo está fadado a se tornar uma relíquia, como previu o CEO da Renault.
