Gasolina com 30% de Etanol: Aprovado e Confirmado, Veja o Que Isso Significa Para Você!
Após meses de discussões e testes, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deu o aval definitivo para a mudança no teor de etanol na gasolina. A medida, que havia sido ventilada desde o final de 2024, se concretiza oficialmente em agosto de 2025, quando os postos de combustíveis em todo o Brasil começarão a vender a gasolina comum com 30% de etanol.
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A decisão foi tomada durante a 2ª reunião extraordinária do CNPE, realizada no dia 24 de junho, em Brasília, e que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Que Muda Com a Gasolina E30?
Com a aprovação do aumento de 27% para 30% no conteúdo de etanol na gasolina, o Brasil se aproxima de uma maior integração com fontes de energia renováveis. Para os consumidores, a principal promessa é uma possível queda de até R$ 0,11 no preço do litro da gasolina. Isso representa uma redução significativa, especialmente considerando o cenário atual de preços elevados de combustíveis e a pressão econômica causada por conflitos internacionais, como o aumento do preço do petróleo devido a tensões no Oriente Médio.
Além da diminuição no preço da gasolina, a medida também tem impactos ambientais. O aumento no uso de etanol, um biocombustível de origem renovável, pode contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, ajudando o Brasil a cumprir suas metas climáticas e a avançar na transição energética. O governo federal tem defendido essa mudança como parte de um esforço para diversificar a matriz energética do país, tornando-a mais sustentável e menos dependente do petróleo.
Impacto no Preço e no Mercado de Combustíveis
O Ministério de Minas e Energia (MME) revelou que a introdução da gasolina com 30% de etanol (E30) poderia gerar uma redução de até R$ 0,11 no preço do litro da gasolina, mas também há a expectativa de que essa redução seja um pouco menor. O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) realizou testes que confirmaram a viabilidade técnica da nova mistura de combustível, mostrando que, em média, o Brasil poderia reduzir o consumo de gasolina pura (Tipo A) em 1,36 bilhão de litros, ao mesmo tempo em que aumentaria o uso de etanol em 1,46 bilhão de litros. Esses números apontam para um aumento na demanda por etanol, o que pode beneficiar os produtores e fortalecer ainda mais o setor sucroalcooleiro.

No entanto, há uma grande preocupação com a reação do mercado, principalmente em relação aos impactos nos preços e à logística de distribuição. A implementação do E30 será um teste para a infraestrutura brasileira de combustíveis e pode gerar uma pressão adicional sobre os preços, caso a redução nos custos não seja completamente alcançada.
Apreensão Entre Proprietários de Veículos Importados e Antigos
Uma das principais preocupações com o aumento do teor de etanol na gasolina é o impacto sobre os veículos que não foram projetados para esse tipo de combustível. Muitos carros importados, especialmente os modelos mais antigos, não possuem sistemas de injeção adaptados para suportar a alta concentração de etanol, o que pode gerar falhas no funcionamento do motor e até danos a longo prazo.
Embora a medida tenha sido aprovada com o respaldo de testes realizados pelo Instituto Mauá, que atestaram que os automóveis e motocicletas com sistemas modernos não sofreriam grandes impactos, a situação é diferente para veículos mais antigos. Esses carros, especialmente os carburados, podem ter dificuldades com o novo combustível, o que levanta a questão de como os consumidores irão lidar com possíveis problemas mecânicos.
O aumento do etanol na gasolina também é motivo de preocupação para a indústria de motocicletas. A Abraciclo, entidade que representa os fabricantes de motos no Brasil, já se manifestou publicamente sobre os possíveis efeitos negativos da mudança, alertando para falhas nos modelos de motocicletas que rodam exclusivamente com gasolina. A dificuldade de partida e a performance reduzida foram algumas das falhas mais comuns observadas durante os testes realizados.
O Aumento do Biodiesel no Diesel
Além da gasolina, o CNPE também aprovou a elevação do teor de biodiesel no diesel comum de 14% para 15%, uma medida que segue a lógica de aumentar o uso de biocombustíveis no país. O biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais, como o óleo de soja, e tem se mostrado uma alternativa menos poluente em comparação ao diesel convencional.
A elevação do biodiesel foi bem recebida por setores do governo, mas gerou críticas, especialmente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que já havia defendido uma redução no percentual de biodiesel, com o intuito de evitar danos aos motores dos caminhões e outros veículos pesados que utilizam o combustível. A preocupação é que, com a maior concentração de biodiesel, os motores possam sofrer desgaste mais rápido, além de problemas de desempenho.

O Futuro do Combustível no Brasil
Embora o governo tenha enfatizado as vantagens econômicas e ambientais da mudança para a gasolina E30 e o aumento do biodiesel no diesel, a medida ainda enfrenta resistência de algumas entidades e setores industriais. No entanto, o presidente Lula e o ministro Alexandre Silveira, do Ministério de Minas e Energia, defendem a estratégia como um passo importante para garantir a sustentabilidade da matriz energética do Brasil e reduzir a dependência do petróleo.
A implementação do E30 em agosto de 2025 será um marco para o país, já que o Brasil tem sido um dos maiores produtores de etanol do mundo, e a demanda interna por esse biocombustível tende a crescer com a mudança. Contudo, a efetiva redução no preço da gasolina e os impactos nos veículos antigos serão pontos de atenção para os consumidores, que precisarão se adaptar à nova realidade do mercado de combustíveis.