Gasolina com 30% de Etanol pode afetar motores que não são flex?

O Governo Federal estuda a possibilidade de aumentar o teor de etanol na gasolina de 27% para 30% com o objetivo de diminuir a emissão de dióxido de carbono (CO2) no Brasil, como anunciou o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em abril de 2023. No entanto, especialistas alertam que o aumento pode trazer impactos aos veículos movidos apenas a gasolina.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) realizou testes em 2015 e constatou que a gasolina com 27,5% de etanol não apresentou problemas nos veículos avaliados, desde que o combustível tivesse as mesmas características do enviado pela Petrobras para os ensaios.

Para Rogério Gonçalves, diretor de Combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), o aumento para 30% não afetará os veículos flex, uma vez que estão preparados para qualquer percentual entre 22% e 100%. Entretanto, nos veículos movidos somente a gasolina, haverá um impacto no consumo do combustível.

Gasolina com 30% de Etanol pode afetar motores que não são flex?
Gasolina com 30% de Etanol pode afetar motores que não são flex?

De acordo com a Anfavea, o aumento de consumo em relação à mistura de 25% variou entre 1% e 2% nos ensaios realizados em 2015. Além disso, motores somente a gasolina podem sofrer impacto nos materiais do sistema de alimentação de combustível e no mapeamento da injeção.

O etanol é mais corrosivo para motores movidos somente a gasolina, o que pode trazer consequências à manutenção desses veículos. A fabricante de peças Delphi afirma que as peças podem sofrer desgaste de forma mais acentuada. Carros modernos, importados e híbridos também precisam ser estudados quanto a esse possível acréscimo.

A estimativa da Copersucar é que o aumento para 30% de etanol na gasolina pode evitar a emissão de quase 3 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. No entanto, é necessário discutir cuidadosamente as variações definidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) com as fabricantes de automóveis para garantir que todos os componentes envolvidos não sejam negativamente impactados.

Desde outubro de 1993, automóveis nacionais e importados com injeção e ignição eletrônicas estão preparados para suportar o mínimo de 22% de etanol anidro na gasolina C brasileira. A gasolina E22 ainda é o padrão para homologação de veículos, testes de emissões e consumo do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro.

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Gustavo Herdt
Redator online do Portal Agora Motor, é apaixonado pelo mundo automobilístico, sempre antenado a todas as novidades do universo sob rodas e pronto para produzir um conteúdo verídico e de qualidade para compartilhar com os leitores.
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