CNH sem autoescola: projeto pode reduzir em 80% o custo da habilitação

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o Ministério dos Transportes a avançar com o projeto que suspende a obrigatoriedade das autoescolas para emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O aval ocorreu durante reunião no Palácio do Planalto com o Ministro dos Transportes, Renan Filho.

O objetivo do governo é simplificar o processo de obtenção da CNH, tornando-o mais acessível financeiramente e menos burocrático. Atualmente, milhões de brasileiros enfrentam dificuldades para tirar a carteira devido ao alto custo das autoescolas e à complexidade do processo tradicional.

Carr prat da autoescola.
Foto: Divulgação | CNH sem autoescola.

Consulta pública

A próxima fase será a abertura de consulta pública, prevista para começar nesta quinta-feira, após a publicação da minuta no Diário Oficial da União (DOU). O texto ficará disponível por 30 dias na plataforma Participa + Brasil, permitindo que cidadãos apresentem sugestões e comentários sobre a proposta.

Depois da consulta, o documento seguirá para análise do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que avaliará ajustes necessários antes da implementação definitiva. Esta etapa é fundamental para garantir que a mudança atenda às demandas de segurança e acessibilidade no trânsito.

Redução de custos

A principal promessa do projeto é reduzir em até 80% os custos para emitir a CNH. Hoje, o valor médio gira em torno de R$ 3.217,64, sendo que cerca de 77% desse valor é destinado ao pagamento de aulas e taxas das autoescolas. Com o novo modelo, o custo pode cair para aproximadamente R$ 645, tornando a carteira de motorista mais acessível.

A proposta também visa democratizar o acesso ao documento. Cerca de 54% da população adulta, ou cerca de 100 milhões de brasileiros, ainda não possuem CNH ou dirigem sem permissão. Entre esses, 32% manifestam interesse em obter o documento, mas apontam o alto custo como principal barreira.

Categorias abrangidas

Inicialmente, a mudança contemplará as categorias A (motocicletas) e B (carros de passeio). No futuro, a expectativa é que se estenda para categorias C (veículos de carga), D (transporte de passageiros) e E (carretas e veículos articulados).

A inclusão gradual busca testar o sistema e adaptar a regulamentação de acordo com as necessidades de cada tipo de veículo, garantindo segurança e eficiência no trânsito.

Funcionamento online

O processo de emissão da CNH será feito online, pelo site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) ou pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT). O acesso digital permitirá agilidade, acompanhamento do progresso e redução da burocracia.

As autoescolas continuarão existindo, mas o papel delas será flexibilizado. A formação teórica poderá ocorrer em formato EAD em empresas credenciadas, dispensando a exigência mínima de 40 horas/aula presenciais para teoria e 20 horas/aula para prática.

Aulas práticas

O candidato terá liberdade para escolher onde fazer as aulas práticas, seja em autoescolas tradicionais ou com instrutores independentes credenciados pelo Detran de cada estado. Essa flexibilidade deve estimular a concorrência e, consequentemente, reduzir o custo das aulas práticas.

A quantidade de aulas práticas também será definida pelo próprio candidato, considerando seu nível de experiência e necessidade de preparação. A expectativa do governo é que isso torne o processo mais adaptável e menos oneroso.

Provas e exames

Apesar das mudanças, as provas teóricas e práticas continuarão sendo obrigatórias. Exames médicos e psicológicos também permanecem, garantindo que apenas candidatos capacitados possam obter a CNH.

O objetivo é conciliar a redução de custos com a segurança no trânsito, mantendo o padrão mínimo de avaliação para todos os condutores. A CNH será emitida somente após a aprovação em todas as etapas exigidas.

Impacto social

A medida pode gerar um impacto significativo na mobilidade urbana e no mercado de trabalho, especialmente para jovens e profissionais que dependem da CNH para se deslocar ou trabalhar. A economia gerada no processo pode beneficiar famílias e estimular a formalização de motoristas que hoje circulam sem habilitação.

Além disso, a proposta tende a aumentar a inclusão social, ao oferecer mais oportunidades de acesso à CNH para pessoas de baixa renda, reduzindo desigualdades históricas relacionadas à mobilidade.

Futuro das autoescolas

Embora as autoescolas não deixem de existir, elas precisarão se adaptar ao novo modelo. A concorrência entre instrutores e empresas credenciadas deve gerar inovação, preços mais competitivos e novos formatos de ensino.

Espera-se que a tecnologia, especialmente o EAD, seja cada vez mais incorporada ao treinamento, oferecendo aulas teóricas mais dinâmicas e acessíveis, enquanto os instrutores independentes garantem flexibilidade para práticas personalizadas.

Considerações finais

O projeto de CNH sem autoescola representa uma mudança histórica no trânsito brasileiro. A combinação de redução de custos, flexibilização do ensino e manutenção de provas e exames visa tornar a habilitação mais democrática, sem comprometer a segurança viária.

A participação da população na consulta pública será fundamental para ajustar detalhes do processo, garantindo que a medida seja eficaz e segura para todos os brasileiros.

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Redator online do Agora Motor, antes mesmo de concluir o ensino médio e fazer a carteira, Gabriel já está envolvido no universo automotivo. Produz conteúdos informativos e relevantes, com foco em lançamentos, notícias e tudo que movimenta o setor. Interessado em aprender e crescer na área, acompanha de perto as tendências do mercado e busca tornar a informação acessível a todos os leitores.
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