De que forma a greve dos motoristas de aplicativo e a queda dos usuários do transporte coletivo vão impactar na mobilidade urbana?
Motoristas de aplicativos realizaram uma greve nacional em 15 de maio de 2021 exigindo uma tarifa mínima de R$10 e a cobrança de pelo menos R$2 por quilômetro rodado. Em Curitiba, a paralisação afetou 335 mil passageiros, resultando em um prejuízo de R$947 mil para a economia da região metropolitana. Além disso, a diminuição do uso do transporte público é preocupante: apenas 25% dos curitibanos optam por esse meio de transporte, conforme pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes.
Para compreender melhor as implicações desses fatores na mobilidade urbana nacional, conversamos com Mércia Gomes, conselheira do CETRAN/SP e MBA em Gestão Pública e Cidades Inteligentes. Segundo Mércia, a greve dos motoristas de aplicativo afeta diretamente a disponibilidade do transporte individual, aumentando o tempo de espera e dificultando a procura por carros disponíveis. Isso pode gerar uma procura maior pelo transporte público, aumentando a pressão sobre o sistema.
A queda no uso do transporte público é igualmente preocupante. Quando menos pessoas utilizam esse meio de transporte, há impactos negativos: “As operadoras enfrentam uma redução na receita de bilhetagem, o que pode comprometer a qualidade dos serviços e levar a cortes de linhas e horários. Além disso, mais pessoas optando pelo transporte individual pode resultar em congestionamentos e tempos de viagem mais longos”, alerta Mércia.

Mércia argumenta que a paralisação dos motoristas de aplicativo afeta diretamente a renda desses profissionais, além de ter impactos negativos no comércio e em outras atividades dependentes do transporte de pessoas. O transporte coletivo é essencial para promover uma mobilidade sustentável, reduzir o tráfego e as emissões de poluentes.
Para melhorar a atratividade e eficiência do transporte público, é necessário investigar as razões por trás da queda no uso e tomar medidas para promover sua utilização. Mércia enfatiza que é essencial haver diálogo entre as partes envolvidas, incluindo motoristas de aplicativo, empresas, usuários e autoridades, para buscar soluções justas e promover uma mobilidade urbana eficiente, sustentável e acessível para os cidadãos.
Em relação à legislação sobre as formas de cobrança das empresas de transporte por aplicativo no Brasil, existem leis e regulamentações específicas para esse tipo de serviço. Cada município pode ter suas próprias regulamentações específicas também. A lei não estabelece um valor específico para as tarifas cobradas pelas empresas de transporte por aplicativo, mas exige transparência nas cobranças realizadas aos passageiros.
A classificação da Uber como uma empresa de tecnologia tem implicações significativas na forma como ela remunera seus prestadores de serviços. Os motoristas são considerados prestadores de serviços independentes e são remunerados com base na atividade, recebendo uma porcentagem do valor da viagem. A Uber retém uma parte como comissão e repassa o restante ao motorista.
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