GWM é a primeira montadora a enviar dados para a investigação anti-subsídios da UE
A Great Wall Motor (GWM) tornou-se a primeira fabricante de automóveis chinesa a enviar materiais para uma investigação antidumping realizada pela União Europeia (UE) sobre importações de veículos elétricos a bateria (VEB) provenientes da China. Feng Mu, presidente da GWM, compartilhou essa notícia em seu perfil nas redes sociais, revelando que a empresa enviou os documentos necessários em 11 de outubro.
Mu destacou o compromisso inabalável da GWM com a expansão internacional da indústria automobilística chinesa, apesar dos desafios que possam surgir. Ele afirmou que a empresa acelerará o ritmo de entrada em novos mercados.

Atualmente, na União Europeia, a GWM comercializa um único VEB sob a marca ORA – ORA Funky Cat (Good Cat na China). Os veículos já estão disponíveis na Alemanha e na Suécia, e também foram introduzidos no Reino Unido, que está fora da UE. Além disso, a empresa insinuou que sua outra marca, Wey, tem foco em veículos híbridos plug-in (PHEV).
Em setembro deste ano, a GWM registrou 333 VEBs vendidos na Alemanha. Esse número representa uma queda de 85% em relação às 2.211 unidades comercializadas em agosto. Com esse resultado, a GWM ocupa o quarto lugar entre as marcas chinesas de VEBs na Alemanha, ficando atrás apenas das marcas Smart, MG e Polestar.
Stella Li, vice-presidente executiva da BYD, também demonstrou otimismo em relação ao crescimento sólido dos VEBs chineses na Europa, mesmo com a investigação antidumping em curso. Ela afirmou em uma entrevista que a BYD continuará se esforçando para expandir sua presença no mercado europeu.
A investigação antidumping foi anunciada formalmente pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em 13 de setembro e iniciada oficialmente em 4 de outubro. Von der Leyen destacou que a UE conduzirá a investigação com total respeito às suas obrigações tanto dentro do bloco quanto internacionalmente. Ela afirmou que essa investigação será justa e baseada em fatos.
No entanto, nem todos os fabricantes de automóveis europeus estão satisfeitos com essa investigação. Oliver Blume, CEO do Grupo Volkswagen, sugeriu que a concorrência é mais importante do que a regulamentação.
Blume ressaltou a importância de se aprimorar quando se tem uma concorrência forte e defendeu o comércio mundial como uma vantagem para todos os países, contribuindo para o aumento da riqueza e melhorando a situação econômica global.
Para a Volkswagen, a China é o maior mercado da empresa. Somente em 2022, foram vendidos 2,2 milhões de veículos da marca no país asiático. Além disso, a Volkswagen tem investido em startups chinesas, adquirindo uma participação de 5% na Xpeng, sua mais recente movimentação no mercado chinês. Em 2021, a empresa também aumentou sua participação na fabricante chinesa de baterias, Gotion, para 26%. A partir de 2023, a Gotion se tornará fornecedora de baterias da VW fora da China.
A Volkswagen possui duas joint ventures principais na China com as fabricantes estatais SAIC e FAW. Isso permite que os consumidores chineses escolham entre carros fabricados pela SAIC VW ou FAW VW ao adquirir um veículo da marca Volkswagen na China, de acordo com a fábrica de preferência.
Vale ressaltar que, nos últimos cerca de 50 anos, a China protegeu seu mercado automobilístico exigindo que qualquer fabricante estrangeiro interessado em produzir carros no país estabelecesse uma joint venture de 50:50 com uma fabricante local. Essa regra foi suspensa em 2017, quando a Tesla anunciou sua entrada no mercado chinês e a construção de uma fábrica em Xangai sem a necessidade de um parceiro local.
Fonte: CarsNewChina