Honda WR-V acirra concorrência e oferece garantia de seis anos

O relançamento do WR-V, no Brasil ausente desde 2022, abriu uma nova frente para a Honda no altamente disputado segmento de SUVs compactos. A estratégia da marca japonesa levou em conta sua própria oferta atual no mercado (HR-V, com motor turbo e mais caro) e de outros concorrentes entre estes o líder T-Cross e o Creta.

Novo SUV, antes derivado do Fit e agora do City sedã, aposta em estilo com linha de cintura e capô altos, além de dimensões bem próximas aos rivais: comprimento, 4.320 mm; entre-eixos, 2.650 mm; largura, 1.790 mm e altura, 1.650 mm. Porta-malas de 458 L (23% maior que o do T-Cross, mas apenas 8% em relação ao Creta). Também dispensou o modismo de barras longitudinais no teto. Há faróis e lanternas de LED, além de assinatura luminosa na traseira.

A fim de manter preço competitivo, motor é de aspiração natural e, portanto, algo limitado para acelerações e retomadas: 126 cv (E/G); 15,8 kgf·m (E)/15,5 kgf·m (G). Câmbio automático CVT de sete marchas inclui estratégia de redução automática nas frenagens e em descidas para produzir freio-motor, mas sem modos de condução para desempenho e economia. Consumo padrão Inmetro, em km/l: cidade, 8,2 (E)/12 (G); estrada, 8,9 (E)/12,8 (G). Tanque de combustível tem apenas 44 L, o que limita o alcance frente aos principais concorrentes (mais de 50 L).

Por enquanto, houve apenas um contato estático com o carro. No interior destacam-se posição ao volante e bom espaço atrás para as pernas dos ocupantes. Quadro de instrumentos é o mesmo do HR-V e tela multimídia de 10 pol. com espelhamento sem fio de Android Auto e Apple CarPlay. Para recarregar o celular só está disponível entrada USB-A bem mais lenta que a USB-C. Para o banco traseiro há uma pouco útil tomada de 12 V no extremo do console. Ao menos dispõe de saídas de ar climatizado para passageiros de trás.

Em termos de segurança o novo SUV não decepciona: seis airbags e cinco recursos adicionais com destaque para frenagem autônoma de emergência e assistente de permanência em faixa de rolamento. Versão de topo EXL inclui sensores de estacionamento traseiro e dianteiro.

Preços: R$ 144.900 a 149.900. Garantia total de seis anos inédita no segmento.

Honda WR-V 2026 azul parado na diagonal.
Foto: Divulgação | Honda WR-V 2026 azul parado na diagonal.

Chrysler entra para o clube das marcas centenárias

Nem todas as 26 marcas que nasceram há pelo menos 100 anos produziram ininterruptamente. Houve crises financeiras, fabricação suspensa, mudanças de propriedade ou acionistas e muitas fusões. Por fim há os grandes conglomerados como a Stellantis que reúne 15 marcas (se incluídas a Fiat Profissional que produz basicamente furgões e Opel/Vauxhall marcas gêmeas na Alemanha e Inglaterra, respectivamente). Ou mesmo a VW que agrega 12 marcas, sendo três de caminhões e uma de motocicleta.

A Chrysler foi fundada por Walter P. Chrysler em 6 de junho de 1925 e, portanto, acaba de entrar neste clube. A companhia passou por bons momentos ao adquirir Jeep, Plymouth, Dodge, Desoto e criou a Ram. Depois fundiu-se com a Fiat, na FCA, e agora faz parte da Stellantis. Também enfrentou grandes dificuldades financeiras e esteve em recuperação judicial mais de uma vez.

Contudo, passou para a história por inciativas audaciosas: primeiro carro de produção projetado em túnel de vento, o Airflow, de 1934; automóveis revolucionários movidos por turbina a gás nas décadas de 1950 e 1960, com testes públicos, mas que não chegaram a ser vendidos; lançamento dos primeiros minivans modernos, Dodge Caravan e Plymouth Voyager, em 1983, uma alternativa às tradicionais station wagons e o carro esporte Dodge Viper (motor V-10 de 8 L), em 1992.

Eis relação completa do clube das centenárias e o ano de fundação: Vauxhall (1857); Peugeot (1882); Skoda (1895); Buick (1899); Fiat (1899); Opel (1899); Renault (1899); Cadillac (1902); Ford (1903); Lancia (1906); Rolls-Royce (1906); Daihatsu (1907); Audi (1909); Bugatti (1909); Suzuki (1909); Alfa Romeo (1910); Morgan (1910); Chevrolet (1911); Aston Martin (1913); Dodge (1914); BMW (1916); Mitsubishi (1917); Bentley (1919); Mazda (1920); Citroën (1920) e Chrysler (1925).

Câmeras começam a ser produzidas no Brasil pela ZF

À medida que diminuem as mortes de ocupantes dentro dos veículos, as taxas de mortalidade para aqueles que estão fora dos veículos continuam a aumentar. A proteção dos pedestres está se tornando uma prioridade global de segurança devido a esse padrão recíproco. Em razão do crescimento urbano, a evolução da mobilidade e o impulso regulatório, a indústria está repensando a forma como os veículos interagem com o ambiente. Para isso as câmeras são fundamentais. E o Brasil entrou nesta rota em razão da nacionalização que a ZF acabou de anunciar.

Foram investidos R$ 35 milhões em Limeira (SP) para dois tipos de câmeras também chamadas de sensores ópticos de alta precisão, essenciais à condução assistida e à frenagem autônoma emergência para evitar atropelamentos e colisões. O primeiro modelo permite ângulo de visão de 32°, pesa apenas150 gramas, detecta veículos a 150 m de distância e pedestres a 70 m. Em julho do próximo ano, começa a produção de outra câmera com ângulo de visão de 100° e monitora veículos até 170 m de distância. A empresa anunciou que poderá fabricar 900.000 unidades por ano.

Estas câmeras fazem parte do ADAS, sigla em inglês para Sistema Avançado de Assistência ao Motorista. Segundo estudos recentes a combinação de câmeras, radares e lidares (feixes de lasers para medir distâncias com altíssima precisão) já salvaram milhares de vidas em todos os mercados em especial onde a frota circulante é moderna. A produção em alta escala permite os preços caírem e há tendência de continuarem a diminuir.

Kona: visual futurista demais e ótimo consumo

É preciso entender que a Hyundai precisava mesmo se destacar de outros SUVs médio-compactos já no mercado. Exagerou um pouco no desenho, inclusive na colocação em posição baixa dos faróis e lanternas traseiras vulneráveis em pequenas colisões. Mas o estilo do Kona híbrido pleno não chega a comprometer o conjunto e chama atenção ao ser visto de perfil pelo desenho elaborado das rodas de 18 pol. Mesmo que as colunas traseiras tenham área envidraçada diminuta. Versão avaliada foi a de topo Signature.

Dimensões bem próximas às do Corolla Cross: comprimento, 4.350 mm; entre-eixos, 2.660 mm; largura, 1.825 mm; altura, 1.580 mm. O porta-malas de 407 L fica devendo aos seus concorrentes. Motor de aspiração natural, gasolina, 1,5 L entrega 105 cv e 14,7 kgf·m, enquanto o elétrico, 44 cv e 17,3 kgf·m. Valores combinados: 141 cv e 27 kgf·m. Para uma massa em ordem de marcha de 1.525 kg fica longe de empolgar, embora ainda dentro do aceitável. No uso urbano apenas com motorista e um acompanhante até que foi bem. Contudo, se quatro pessoas a bordo e bagagem precisarem viajar, exige mais atenção em ultrapassagens nas rodovias de pista única.

Há um ponto de destaque: consumo de combustível. Em cidade é possível passar dos 18 km/l e na estrada entre 15 e 16 km/l. Assim, o tanque de 38 L permite viajar entre São Paulo e Rio de Janeiro sem abastecer. Bom o comportamento em curvas, mesmo tendo suspensão calibrada mais para o conforto de marcha.

O interior impressiona pelo quadro de instrumentos e a tela multimídia integrados, ambos de 12,3 pol. Meio estranha a posição do seletor de marchas na coluna de direção, mas como se usa poucas vezes não atrapalha tanto. Banco do motorista oferece boa sustentação lateral e firmeza correta. Quem viaja atrás dispõe de bom espaço para pernas, ombros e cabeça, mais adequado a dois adultos e uma criança.

Preço: R$ 234.990.

Ressalva: Na coluna da semana passada, Taos foi citado por ter o maior porta-malas do seu segmento. Contudo, pouco dias depois, Boreal o desbancou: 5% a mais.

Fique por dentro de todas as novidades e curiosidades do mundo automotivo! Acompanhe nosso site, comente e compartilhe suas opiniões para fazer parte dessa comunidade apaixonada por carros.

Avalie esse artigo

Fernando Calmon
Fernando Calmon, engenheiro e jornalista especializado desde 1967. Sua coluna automobilística semanal “Fernando Calmon” estreou em 1999. Publicada em UOL Carros desde 2011 e em uma rede de mais de 80 portais, sites, blogs, jornais e revistas pelo País. Diretor de redação da revista Top Carros. Correspondente para América do Sul do site Just-auto (Inglaterra). Em abril de 2015, apontado como o mais admirado jornalista automobilístico do País por mais de 400 profissionais do setor. Consultor técnico de automóveis, de mercado automobilístico e de comunicação.
Posts relacionados
Notícias 5 SUVs que desafiam o Honda WR-V EXL por menos de R$ 150 mil

Se você está de olho no Honda WR-V EXL, é bom conhecer os concorrentes diretos….

Gabriel Schmoller
Notícias Fiat Uno vale a pena em 2025? A resposta vai te surpreender

O Fiat Uno é um daqueles carros que nunca saem de moda no Brasil. Mesmo…

Gabriel Schmoller
Notícias Renault Kwid E-Tech 2026 chega com parcelas fixas de R$ 1.599

O Renault Kwid E-Tech 2026 chega com condições de compra que facilitam a entrada no…

Gabriel Schmoller
Notícias Nova picape da BYD promete rivalizar com a Fiat Toro e surpreende no design

A BYD está prestes a ampliar sua presença no mercado brasileiro com uma novidade que…

Gabriel Schmoller
Notícias Ficha técnica do Song Pro 2026 revela queda de preço e nova autonomia

A ficha técnica do Song Pro 2026 já começa com uma excelente notícia para quem…

Gabriel Schmoller
Deixe seu comentário