Renault Kwid reduz preço em R$ 13 mil, dias após reajuste inesperado!
Dois dias após o aumento oficial dos preços do Renault Kwid, a marca francesa surpreende com uma estratégia que promete atrair os consumidores em busca de um modelo econômico.
A mudança repentina veio após a implementação do novo programa de incentivos do governo federal, que resultou na isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para modelos com eficiência energética elevada, como o subcompacto da Renault.

Guia do Conteúdo
Descontos aplicados
A versão mais acessível do Kwid, batizada de Zen, custava R$ 80.690. Com a aplicação do IPI Verde, o valor caiu para R$ 78.690. Somando-se o bônus de fábrica de R$ 11.400, o modelo agora parte de R$ 67.290. Trata-se do maior desconto individual da linha, totalizando R$ 13.400 de economia.
Outras configurações também receberam cortes agressivos. A Intense foi de R$ 83.890 para R$ 71.290, enquanto a Iconic baixou de R$ 87.390 para R$ 75.690. A versão mais cara, Outsider, teve o valor final reduzido de R$ 87.490 para R$ 75.790. Com isso, o subcompacto volta a se posicionar entre as opções mais acessíveis do país, mesmo após os recentes reajustes de tabela.
Quadro de preços
A estrutura dos novos preços deixa claro o esforço da Renault para manter o Kwid competitivo. Com quatro versões e descontos que combinam isenção fiscal e abatimento comercial, a estratégia é direcionada tanto a consumidores que buscam seu primeiro carro quanto aos que priorizam economia e mobilidade urbana.
A tabela completa mostra os cortes realizados em cada versão:
- Zen: R$ 80.690 → R$ 67.290
- Intense: R$ 83.890 → R$ 71.290
- Iconic: R$ 87.390 → R$ 75.690
- Outsider: R$ 87.490 → R$ 75.790
Os descontos variam de R$ 11.700 a R$ 13.400, com o menor valor aplicado à Outsider e o maior à versão de entrada. Mesmo as opções mais completas mantêm-se abaixo da faixa dos R$ 80 mil, algo raro no cenário atual.
Equipamentos de série
O Renault Kwid oferece uma lista razoável de equipamentos mesmo na versão de entrada. O modelo conta com quatro airbags, direção elétrica, ar-condicionado, controle de pressão dos pneus e travamento automático das portas. Também estão presentes preparação para som, entrada USB tipo C e rodas com calotas de 14 polegadas.
A iluminação diurna em LED e os apoios de cabeça traseiros com ajuste de altura complementam o pacote de segurança e conforto. Essas características o colocam à frente de alguns concorrentes diretos em termos de itens de série, reforçando sua proposta de carro urbano funcional e acessível.

Motorização econômica
Sob o capô, o Kwid continua apostando em seu motor 1.0 SCe de três cilindros, com 12 válvulas, bloco em alumínio e comando duplo de válvulas. São 71 cv de potência com etanol e 68 cv com gasolina. O torque é de 10 kgfm com combustível vegetal e 9,4 kgfm com derivado fóssil.
Esse conjunto mecânico, aliado ao câmbio manual de cinco marchas, oferece desempenho suficiente para o uso diário em centros urbanos, com foco absoluto na economia de combustível. Não há versões automáticas disponíveis, o que reforça seu perfil essencial e voltado a consumidores pragmáticos.
Consumo eficiente
Um dos grandes atrativos do Renault Kwid continua sendo seu consumo. Segundo dados do Inmetro, o modelo alcança média de 15,3 km/l com gasolina na cidade e 15,7 km/l na estrada. Com etanol, os números ficam em 10,8 km/l e 10,9 km/l, respectivamente.
Esses índices colocam o Kwid entre os veículos mais econômicos do Brasil. Essa eficiência é determinante para seu sucesso em segmentos que priorizam o baixo custo de operação, como motoristas de aplicativo, frotistas urbanos e consumidores de perfil econômico.
Perfil do consumidor
A estratégia da Renault mira especialmente o público que vê no automóvel uma ferramenta de mobilidade e não um objeto de status. Jovens em busca do primeiro carro, famílias que precisam de um segundo veículo e pessoas que querem economizar com combustível compõem o público-alvo do modelo.
O valor final inferior a R$ 70 mil é particularmente relevante em um contexto de alta generalizada nos preços dos veículos novos. O reposicionamento da marca visa manter o Kwid como a principal porta de entrada do consumidor brasileiro no universo dos carros zero-quilômetro.
Estratégia comercial
O que chama atenção, porém, é o timing da campanha. A Renault reajustou oficialmente os preços do Kwid poucos dias antes do anúncio do IPI Verde, fazendo com que o modelo ultrapassasse temporariamente a marca dos R$ 80 mil. Com a aplicação dos incentivos e descontos, o carro voltou a um patamar inferior — criando a percepção de uma redução significativa, mas também levantando críticas.
Mesmo com essa polêmica, o efeito comercial pode ser positivo. O consumidor tende a reagir de forma mais imediata diante de ofertas com prazo determinado ou que se destacam no mercado. O momento favorece a marca, especialmente porque o subcompacto havia perdido espaço nas manchetes para modelos como Fiat Mobi e Peugeot 208.
Concorrência direta
Apesar da redução nos preços, o Renault Kwid não está sozinho no segmento de entrada. Fiat Mobi e Citroën C3 também disputam a atenção de quem busca um carro novo abaixo de R$ 80 mil. No entanto, o Kwid se diferencia pelo bom pacote de segurança, maior porta-malas e consumo eficiente.
O modelo ainda carrega o apelo de ser um dos poucos subcompactos com altura elevada do solo, o que facilita o uso em terrenos irregulares e áreas com asfalto precário. É um diferencial que pode pesar na decisão de compra, sobretudo em cidades menores ou regiões periféricas.

Perspectiva de mercado
Com o reposicionamento do Kwid, a Renault espera manter sua participação no segmento de entrada e retomar o ritmo de vendas, que havia desacelerado após os últimos reajustes. A combinação de incentivos governamentais e cortes diretos é uma resposta rápida a um mercado em constante transformação.
Caso a ação seja bem-sucedida, é possível que a marca estenda a campanha por mais tempo ou amplie os benefícios para outros modelos de sua linha. O Kwid, por sua vez, reforça seu papel como modelo estratégico dentro da gama Renault no Brasil.