Você tem um HB20? Então é melhor ler isso agora!
Os motoristas da Região Metropolitana de São Paulo já sabem que a segurança nunca pode ser subestimada. Mas um novo relatório detalhado divulgado pela Ituran Brasil, com validação da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), mostra com dados concretos quais carros estão na linha de frente do interesse criminoso — e o resultado vai surpreender (ou assustar) muitos donos de veículos.
O levantamento analisou os registros de roubos e furtos de veículos entre janeiro e abril de 2025 e os comparou com o mesmo período do ano anterior. O estudo ajuda a entender não apenas os números frios da criminalidade, mas também os perfis mais visados pelos ladrões, os horários preferidos e até os modelos que mais “chamam atenção”.

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HB20: o queridinho dos brasileiros — e dos ladrões também
Se você dirige um Hyundai HB20, talvez seja hora de reforçar os cuidados com o seu carro. O modelo da marca sul-coreana aparece no topo da lista dos veículos mais furtados e roubados em abril de 2025 na Grande São Paulo, com 207 ocorrências registradas.
A liderança não é por acaso. O HB20 reúne atributos que o tornam desejável tanto no mercado quanto no submundo dos desmanches ilegais: é um veículo popular, relativamente fácil de revender peças, tem grande presença nas ruas e geralmente não possui sistemas avançados de segurança nas versões mais antigas.
Outros modelos também aparecem com destaque: Ford Ka (200 casos), Fiat Uno (187), Chevrolet Onix (186) e Volkswagen Gol (177). O Jeep Renegade, cada vez mais presente nas ruas, também entrou na mira com 112 registros.
Roubos x Furtos: qual é mais comum?
No total, o mês de abril de 2025 contabilizou 6.790 ocorrências envolvendo veículos, sendo 75,9% classificadas como furtos e apenas 24,6% como roubos. Essa diferença mostra uma tendência crescente entre os criminosos: evitar confrontos e agir quando o veículo está estacionado ou sem vigilância, minimizando os riscos de serem flagrados.
As ações ocorrem, em sua maioria, no período da noite, quando há menor movimentação nas ruas e mais dificuldade para os donos dos veículos perceberem a ação criminosa em tempo real. Quarta-feira é o dia mais visado, mas os registros se mantêm altos até a terça-feira seguinte, formando um ciclo semanal constante.
Carros usados: o novo ouro do crime
Outro dado que chama atenção é o perfil dos veículos mais visados. Carros com entre cinco e dez anos de uso lideram com 31% dos casos, seguidos de perto por modelos com mais de uma década de fabricação (30,2%). O que isso nos diz?
Esses carros, em geral, têm menos tecnologia de segurança e oferecem peças que ainda são muito procuradas para reposição no mercado paralelo. São mais fáceis de desmontar e as peças são facilmente revendidas em feiras clandestinas ou oficinas de fundo de quintal.

Comparando os anos: o crime está mudando de forma?
Apesar do alto número de ocorrências, o relatório mostra uma boa notícia: houve redução de quase 11% nos registros entre abril de 2024 e abril de 2025 — de 7.616 para 6.790. Mas o detalhe importante está na natureza dos crimes: os roubos caíram, mas os furtos aumentaram levemente.
Em 2024, de janeiro a outubro, os carros mais roubados foram o HB20 (2.374 ocorrências), Volkswagen Gol (2.335) e Chevrolet Corsa (2.221). No total, a Região Metropolitana de São Paulo registrou 55.844 ocorrências nesse período, uma queda de 17% em comparação com 2023.
Os bairros e cidades mais perigosos para deixar seu carro
Dentro da Região Metropolitana de São Paulo, alguns municípios e bairros chamam mais atenção pelas altas taxas de ocorrências. A capital paulista, como era de se esperar, lidera o ranking absoluto, com impressionantes 4.262 casos registrados apenas em abril de 2025.
Em seguida, vêm Guarulhos (388 ocorrências), Santo André (363) e São Bernardo do Campo (263). A geografia do crime revela que áreas com maior fluxo de veículos, vias de acesso rápidas e grandes centros comerciais são os alvos favoritos, já que facilitam tanto a ação criminosa quanto a fuga.
Essas cidades também apresentam muitos veículos estacionados em vias públicas, o que aumenta ainda mais as chances de ataques, especialmente nas madrugadas ou finais de semana.
O ABC Paulista: entre o crescimento e o risco
Embora tenha registrado redução nos números gerais, o ABC Paulista trouxe um dado preocupante: o aumento específico em roubos de modelos como o Fiat Mobi. Esse carro teve alta de 132% nas ocorrências na região — um salto que pode ser explicado por sua popularização e facilidade de revenda de peças.
O Fiat Mobi, por exemplo, é um dos carros mais usados por frotistas, empresas de aplicativo e locadoras, o que amplia sua circulação urbana e, consequentemente, sua exposição a riscos. Para os criminosos, um modelo que “não chama atenção” e está por toda parte vira alvo fácil.
Recuperações em alta: como a tecnologia ajuda
Nem tudo é notícia ruim. A Secretaria de Segurança Pública registrou, em 2024, um crescimento de 20,3% na recuperação de veículos roubados ou furtados, totalizando mais de 23 mil automóveis devolvidos aos seus donos.
Esse avanço é atribuído à crescente adoção de tecnologias de rastreamento, monitoramento e bloqueio remoto por parte dos motoristas. Empresas como a própria Ituran fornecem sistemas que permitem não só localizar o veículo em tempo real, mas também travá-lo à distância, o que dificulta a fuga dos ladrões.
Além disso, o uso de câmeras de monitoramento e a integração com centros de controle urbano têm contribuído significativamente para a localização rápida dos veículos desaparecidos.

O papel dos aplicativos de prevenção
Um dos recursos mais elogiados atualmente é o Mapa do Risco, plataforma lançada pela Ituran em parceria com a SSP-SP. Ele oferece uma visão em tempo real das áreas com maior índice de roubos e furtos, ajudando motoristas a evitarem regiões problemáticas.
Vale a pena vender o seu veículo no Feirão de carros usados?
A ferramenta, acessível pelo site oficial da empresa, permite consultar dados por horário, localização, tipo de crime e modelo de veículo. Essa funcionalidade pode ser decisiva na hora de escolher onde estacionar ou até mesmo qual caminho tomar em um trajeto cotidiano.
A tendência é que aplicativos desse tipo se tornem ferramentas essenciais para quem vive nas grandes cidades brasileiras.