Números enganosos: será que os elétricos são tão eficientes quanto pensamos?
O Departamento de Energia dos Estados Unidos está considerando uma atualização nas figuras atuais da Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias (NHTSA) para veículos elétricos, que podem estar desatualizadas e incorretas. A mudança pode afetar as classificações do consumo de energia equivalente por milha (eMPG).
O sistema atualizado poderia ter implicações significativas para as montadoras de automóveis e a produção de motores a gasolina, e é fruto da petição criada em 2021 pelo Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC) e o Sierra Club para mudar a maneira como se mede o consumo de combustível em carros elétricos nos EUA.
O NHTSA é uma instituição respeitada que fornece muitas estatísticas importantes sobre segurança automotiva e esse fator pode afetar a produção de carros. As novas regras de eficiência automotiva entrarão em vigor em 2027 nos EUA e poderão mudar drasticamente o cenário dos carros novos nas estradas americanas.

Os fabricantes precisarão alcançar frotas de produção anuais com eficiência energética média de 52 mpg até 2026. No entanto, os construtores de supercarros e esportivos não conseguiriam cumprir essa meta sem carros elétricos que ajudariam a equilibrar a eficiência geral da frota. Mas se os números dos veículos elétricos não forem precisos ou confiáveis, isso pode ter consequências graves para as montadoras.
Atualmente, as avaliações de eMPG são calculadas através do modelo de 82.049 watt-hora por galão. Com a nova proposta do PEF (Equivalência do Fator do Petróleo), a redução seria para 23.160 watt-hora (23,16 kWh) por galão. Isso significaria que as avaliações atuais do Ford Lightning, que é de 238 mpg, seriam reduzidas para 67 mpg.
O PEF representa o conteúdo energético equivalente à gasolina do fator da eletricidade. No entanto, o DOE não atualiza o PEF há 23 anos e qualquer cálculo feito para os carros elétricos em 2000 parece absurdo agora.
O uso de um modelo desatualizado do PEF superestima a eficiência dos carros elétricos e é necessário nos aproximarmos da verdade para relatar os números como realmente são, não como queremos que sejam. Embora esses detalhes possam ser vistos como prejudiciais, sempre é útil ter informações precisas sobre consumo de energia e apresentar dados corretos e confiáveis.
De acordo com o DOE: “Isso vai contra a necessidade da nação de conservar energia, especialmente petróleo… Encorajar a adoção de veículos elétricos pode reduzir o consumo de petróleo; no entanto, dar crédito excessivo por essa adoção pode levar ao aumento do uso líquido de petróleo porque permite menor eficiência de combustível entre veículos convencionais, que representam a grande maioria dos veículos vendidos”.
Deixe a sua opinião logo abaixo, e aproveite para ler mais notícias no nosso portal Agora Motor! A sua nova revista eletrônica com absolutamente tudo sobre veículos no Brasil e no mundo. Avalie a nossa matéria com as estrelas a seguir, e confira também a Tabela FIPE e fique por dentro do mercado!