Descubra por que o Onix 2026 perdeu potência (e o que isso pode significar)
A Chevrolet anunciou a chegada da linha 2026 do Onix e Onix Plus, mas junto com ela veio uma surpresa nada agradável para os fãs da marca. O modelo 1.0 turbo, que sempre se destacou pelo equilíbrio entre desempenho e economia, sofreu uma discreta, porém significativa, redução de potência.
A mudança pegou até mesmo os especialistas de surpresa. Não houve divulgação prévia sobre a alteração nos números, e a montadora tampouco ofereceu um posicionamento claro a respeito. O que se sabe é que os dados foram atualizados no site oficial da Chevrolet, revelando um novo patamar de desempenho para o carro mais vendido da marca.

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Perda de potência confirmada
A mudança afeta tanto o Onix quanto o Onix Plus. O motor 1.0 turbo de três cilindros, que anteriormente entregava 121 cv com etanol e 116 cv com gasolina, agora passou a oferecer 115 cv independentemente do combustível utilizado. A perda de 6 cavalos com etanol e 1 com gasolina pode parecer pequena no papel, mas é suficiente para gerar desconforto entre consumidores atentos.
É importante lembrar que essa unidade já havia recebido uma reprogramação em 2025, que aumentava a eficiência da mistura de ar e combustível, justamente com o objetivo de elevar a potência sem alterar o torque. Naquela ocasião, a Chevrolet apresentou o upgrade como uma evolução técnica. Agora, ao reverter parte desse avanço, o movimento soa contraditório.
Torque permanece inalterado
Apesar da redução nos cavalos, o torque do motor foi mantido. São 16,3 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol, os mesmos valores anteriores à nova revisão. Esse dado é relevante, pois o torque tem impacto direto na sensação de força em baixas rotações — e na condução urbana do veículo.
Na prática, a dirigibilidade do Onix em uso diário pode não sofrer mudanças perceptíveis para o motorista comum. Contudo, para quem acompanha os números técnicos ou busca uma performance mais animada, mesmo uma pequena perda pode pesar na decisão de compra.
Por que a Chevrolet fez isso?
A montadora não deu uma justificativa clara até o momento. No entanto, especialistas do setor apontam para uma possível adequação às novas normas de emissões. O Brasil tem caminhado em direção a regulamentações mais rígidas quanto à emissão de poluentes, especialmente em motores a combustão.
A redução de potência pode ser uma forma de ajustar os índices de emissões, mantendo o carro dentro dos limites sem a necessidade de investimentos mais profundos em tecnologias caras. Além disso, alterações discretas como essa costumam acontecer para alinhar os modelos aos critérios de novos tributos, como o Imposto Seletivo — também conhecido como “Imposto do Pecado”.
Imposto Seletivo pode ter motivado a mudança
O Imposto Seletivo é uma proposta de tributo que incidirá sobre produtos considerados prejudiciais ao meio ambiente, como veículos que emitem níveis elevados de CO₂ ou outros gases nocivos. A queda na potência do Onix pode reduzir levemente os índices de emissão, enquadrando o carro em uma faixa mais favorável de tributação.

Embora essa motivação não tenha sido confirmada oficialmente, ela é coerente com estratégias já adotadas por outras montadoras no passado. Em um mercado cada vez mais atento à sustentabilidade, sacrificar parte do desempenho pode ser uma medida para garantir competitividade no preço final ao consumidor.
Correia banhada a óleo segue no motor
Outro ponto que segue gerando debates é o uso da correia dentada banhada a óleo. Essa solução técnica, adotada pela Chevrolet desde a geração anterior do Onix, foi mantida na linha 2026. O componente é conhecido por operar com mais silêncio e por, teoricamente, exigir menos manutenção do que as correias tradicionais.
Apesar dos benefícios anunciados, consumidores e mecânicos ainda demonstram preocupação com a durabilidade e o custo da manutenção desse sistema. A versão atualizada da correia pode ter recebido melhorias internas, mas a montadora ainda não divulgou detalhes sobre possíveis avanços em confiabilidade.
Consumo de combustível permanece eficiente
Uma boa notícia é que os números de consumo do Onix 1.0 turbo continuam os mesmos, mesmo com a perda de potência. Com câmbio manual, o hatch entrega 9,3 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada usando etanol. Com gasolina, os números sobem para 13,5 km/l em área urbana e 16,7 km/l em rodovias.
Na versão com câmbio automático de seis marchas, o consumo com etanol é de 8,2 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada. Já com gasolina, o carro alcança 12 km/l no ciclo urbano e 14,8 km/l no rodoviário. Esses índices o mantêm entre os carros mais econômicos da categoria.
Tracker não sofreu alterações
Enquanto o Onix passou por mudanças, o Tracker 1.0 turbo segue com os números antigos. A potência do SUV compacto continua em 116 cv com gasolina e 121 cv com etanol, o mesmo padrão anterior. Isso reforça a ideia de que a Chevrolet está adotando calibrações específicas para cada modelo, conforme o público-alvo e posicionamento de mercado.
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Já o Tracker 1.2 turbo, que possui injeção direta de combustível, entrega 139 cv com gasolina e 141 cv com etanol, com torque máximo de 22,9 kgfm. Essa versão permanece inalterada até o momento, segundo a ficha técnica da marca atualizada ao fim de 2024.
Estratégia da Chevrolet pode ser arriscada
Ao reduzir a potência do Onix, a Chevrolet pode estar apostando na racionalidade do consumidor, valorizando mais o consumo e os custos de manutenção do que o desempenho bruto. Contudo, isso pode abrir espaço para os concorrentes. Modelos como HB20, Polo e Argo oferecem versões turbinadas com potência semelhante ou superior.
Além disso, o segmento de hatches compactos está altamente competitivo. Os consumidores desse nicho tendem a ser bem informados e atentos a detalhes técnicos, como desempenho, aceleração e consumo combinado.
Consumidor vai perceber diferença?
Na prática, a maioria dos motoristas comuns pode não notar grande diferença no uso diário. O torque preservado ajuda a manter o carro ágil no trânsito. No entanto, para quem valoriza acelerações mais fortes ou tem o costume de viajar carregado, a perda de potência pode ser mais perceptível.
O impacto também pode ser psicológico: saber que o modelo atual entrega menos do que o anterior pode causar insatisfação, mesmo que o carro funcione bem.
O que esperar dos próximos lançamentos?
A Chevrolet promete divulgar dados técnicos completos da linha 2026 em breve. Ainda não está claro se outras versões sofrerão novas mudanças, nem se a perda de potência será compensada com alguma melhoria em conectividade, segurança ou design.
Enquanto isso, o mercado observa com atenção. Dependendo da reação do público e da concorrência, a montadora pode rever a calibração ou investir em outras soluções para manter o apelo do Onix.

Uma mudança que levanta dúvidas
A redução de potência no Onix 2026 traz mais perguntas do que respostas. A ausência de explicações por parte da Chevrolet apenas reforça a sensação de insegurança entre consumidores e especialistas. Mesmo com o bom consumo e o desempenho urbano mantido, a alteração técnica pode afetar a imagem do modelo no longo prazo.
Cabe agora à marca comunicar com clareza o motivo das mudanças e, se necessário, reequilibrar a proposta do carro para não perder espaço em um segmento cada vez mais exigente.