Conheça a origem do logo da Ferrari!
As montadoras dedicam muito tempo e esforço para desenvolver suas identidades, mas nenhuma é tão famosa e facilmente reconhecível quanto a Ferrari e seu icônico Cavalo Empinado.
Com sua mistura de cores vivas e a iconografia equestre, esse símbolo transmite emoção, poder e liberdade. Mas como tudo isso começou? Já falamos brevemente sobre a história desse logotipo e de outros logotipos de carros, mas quando se trata de uma marca tão influente e especial como a Ferrari, sempre queremos saber mais detalhes.
Guia do Conteúdo
A história do logo da Ferrari, o “cavalo empinado”
A própria Ferrari revelou essa história fascinante em um breve blog post, mencionando três pessoas que foram fundamentais na criação desse design icônico: um piloto aéreo que lutou na Primeira Guerra Mundial, uma condessa que era mãe desse piloto e um talentoso especialista em gravura.

Tudo começou em 1923, quando um jovem piloto de 25 anos conquistou sua primeira vitória em uma corrida de carros durante o Grande Prêmio do Circuito del Savio, no norte da Itália. A condessa Paolina Biancoli foi responsável por entregar o troféu, que homenageava seu filho falecido na guerra em 1918. Francesco Baracca era o nome desse herói de guerra.
Descubra quanto custa uma Ferrari no Brasil!
Quanto ao piloto vitorioso, seu nome era Enzo Ferrari. Embora não se saiba exatamente o que a Condessa disse a ele durante a entrega do troféu, a essência do diálogo era que ela encorajou o jovem Enzo a adotar um novo símbolo em seus carros para lhe trazer sorte. Esse símbolo era o mesmo que adornava o biplano de seu filho, e compreensivelmente, ela queria manter vivo o legado dele.

Felizmente, o jovem Enzo acatou a sugestão. Se ele fosse cínico, poderia ter decidido que não precisava de sorte, afinal acabara de vencer uma corrida. Além disso, poderíamos argumentar que o símbolo não trouxe sorte suficiente a Francesco Baracca, já que ele não retornou da guerra. No entanto, a história provou que Enzo era um romântico em muitos aspectos – inclusive em relação a sua paixão pelos carros – e a iconografia encontrou seu lugar nos automóveis que levavam seu nome.
Em 1945, Enzo finalmente realizou seu sonho de fundar sua própria fábrica de automóveis. Após 24 anos desde a sugestão da Condessa, a Ferrari foi oficialmente estabelecida e seu primeiro carro, o lendário 125 S, saiu dos portões da fábrica de Maranello em 1947 exibindo orgulhosamente o emblema com o Cavalo Empinado. No entanto, a obsessão de Enzo por perfeição fez com que qualquer design interno inicial fosse considerado insatisfatório.
Foi então que Enzo procurou um dos maiores gravadores artísticos italianos do século XX, Eligio Gerosa, de Milão. Enzo já havia trabalhado como piloto para a Alfa Romeo, que era cliente de Gerosa para a produção de emblemas esmaltados. Portanto, é provável que eles já se conhecessem antes mesmo de Enzo encomendar o logotipo da Ferrari.
Gerosa acabou sendo o candidato perfeito, pois também compartilhava a admiração por Baracca. De fato, Gerosa fundou a Associação Baracca com o objetivo de manter vivo o legado do piloto. Para essa associação, Gerosa refinou o símbolo do cavalo preto empinado, adicionando-lhe uma cauda arrebitada. Essa característica ainda pode ser vista nos escudos que adornam os modernos modelos da Ferrari, como o 296 GTB.

Embora a empresa de Gerosa tenha sido adquirida pela Officine Meccaniche E Artistiche em 1949, ele continuou trabalhando em estreita colaboração com a Ferrari. De acordo com os arquivos da OMEA, Enzo visitava regularmente a oficina e retribuía o favor, encontrando-se para almoçar com o fundador da Ferrari em um restaurante próximo chamado Il Cavalino. Esses encontros aconteceram várias vezes ao longo de um relacionamento que durou três décadas.
Gerosa, que faleceu em 1978, era um brilhante designer, mas Enzo também contribuiu para o desenvolvimento do logotipo. Em um esboço feito à mão por Gerosa, havia uma nota importante escrita pelo próprio Enzo: “Invertire il cavallo”, que significa “virar o cavalo”. Desde então, o cavalo ficou voltado para a esquerda.
“A evolução do design fez com que o cavalo se tornasse gradualmente mais elegante e refinado”, disse Luigi Candiani, vice-presidente da OMEA e filho de Emilio Candiani. Ele explicou que o design abandonou a forma mais robusta do cavalo anterior em favor de uma aparência mais esguia.
A cor amarela foi escolhida como pano de fundo para homenagear a cor cívica de Modena, cidade natal da Ferrari. Essa escolha se mostrou acertada, mas outras ideias foram descartadas simplesmente porque Enzo não as aprovava.
Emilio Candiani mencionou como uma proposta inicial do emblema 125 S, apresentada a Enzo, tinha as cores nacionais italianas curvadas na parte superior do emblema. No entanto, Enzo disse a Gerosa: “Não, eu não quero curvas; elas me lembram as grades dos carros Bugatti. Dê-me linhas retas!”
Ao longo do tempo, outras revisões foram feitas para deixar o cavalo ainda mais detalhado. Em um determinado momento, Enzo quis que o casco do cavalo estivesse suspenso no ar, em vez de apoiado nas letras. Emilio Candiani relembra que Enzo exigiu de Gerosa: “Faça-o voar para mim”.
Enzo era uma pessoa extremamente exigente e isso se refletia em seus carros. O logotipo da Ferrari também não era exceção e seu legado sempre será brilhante.