Porsche repensa estratégia de eletrificação dos seus veículos!
Em março de 2022, a Porsche anunciou uma meta ambiciosa: queria que os veículos elétricos representassem mais de 80% de suas vendas até o final da década. No entanto, a empresa agora não está tão confiante em atingir esse objetivo. Em uma entrevista à Reuters, um porta-voz da Porsche afirmou: “A transição para os carros elétricos está demorando mais do que pensávamos há cinco anos”.
Isso não significa que a Porsche está mudando sua estratégia de produto. O plano de eletrificação da empresa ainda visa que quatro em cada cinco carros vendidos até 2030 sejam totalmente elétricos. No entanto, a Porsche agora adiciona uma ressalva ao lado de 2030: “dependendo da demanda do cliente e do desenvolvimento da eletromobilidade”.

O 718 Boxster e o 718 Cayman com motores a gasolina serão descontinuados em 2025 para dar lugar a versões elétricas. O Macan totalmente elétrico substituirá o modelo a combustão em 2026. Além disso, a quarta geração do Cayenne, prevista para o final da década, também será elétrica.
A Porsche já indicou que o Panamera pode se transformar em um veículo elétrico, posicionando-se acima do Taycan como um modelo maior e mais luxuoso. Embora um 911 elétrico não esteja planejado para esta década, o processo de eletrificação já começou com o novo 911 GTS em sua configuração T-Hybrid.
A Porsche não é a única marca de luxo a reconhecer que a adoção de veículos elétricos não está progredindo conforme o planejado. A Bentley adiou sua meta de se tornar totalmente elétrica de 2030 para 2033. A Mercedes-Benz também ajustou suas expectativas, agora projetando que os PHEVs e EVs representarão metade das vendas até 2030, em vez de 2025. Os carros com motores a combustão continuarão disponíveis “até a década de 2030”.

A Audi também enfrenta desafios com a adoção de EVs. A empresa admitiu recentemente que pode encerrar a produção do Q8 E-Tron e do Q8 Sportback E-Tron antes do previsto devido a vendas fracas. Se não conseguir encontrar uma solução para manter a unidade de Bruxelas em operação, a fábrica na Bélgica poderá ser fechada.
Esses contratempos levantam preocupações sobre o futuro da Jaguar, que está apostando tudo nos veículos elétricos. Todos os modelos atuais, incluindo o I-Pace, serão descontinuados, exceto o F-Pace, que também será retirado de linha em breve. A JLR planeja transformar a Jaguar em uma marca de ultra luxo exclusivamente elétrica.
Outras fabricantes tradicionais também ajustaram seus planos. A Ford da Europa recuou de sua meta de oferecer uma linha de carros de passeio exclusivamente elétricos até 2030. A Volkswagen adiou indefinidamente o lançamento do ID.7 nos Estados Unidos, citando mudanças na dinâmica do mercado.

Algumas empresas automobilísticas são mais cautelosas em relação ao crescimento dos veículos elétricos. O presidente da Toyota, Akio Toyoda, acredita que os carros elétricos nunca ultrapassarão 30% de participação de mercado. A BMW ainda espera que os EVs representem 50% das vendas até o final da década, mas não estabeleceu uma data limite para os carros de combustão interna.
As fabricantes enfrentam um desafio significativo ao equilibrar regulamentações de emissões cada vez mais rigorosas para carros a gasolina e o desenvolvimento de uma linha abrangente de veículos elétricos. Esse esforço é caro, o que explica a redução no número de cupês e conversíveis à venda atualmente. Carros impopulares estão sendo eliminados para que as empresas possam se concentrar no que vende melhor, principalmente crossovers e SUVs.
