Royal Enfield Super Meteor 650. O Topo da Linha Vale a Pena?
Em fevereiro, a Royal Enfield trouxe ao mercado brasileiro a tão aguardada Shotgun 650, que se tornou a quarta moto da marca a ser equipada com o motor bicilíndrico de 650 cm³. A chegada dessa nova moto amplia ainda mais a gama de modelos com o mesmo motor, que já inclui a Interceptor 650, a Continental GT e, agora, a Super Meteor 650. A chegada de mais modelos à família 650 gera uma pergunta importante: será que a Super Meteor 650, que se propõe a ser o topo da linha, se destaca entre tantas opções?

Guia do Conteúdo
Royal Enfield Super Meteor 650
A Royal Enfield Super Meteor 650 é equipada com o mesmo motor de 648 cm³, arrefecido a ar e óleo, que encontramos em outros modelos da linha 650. O motor entrega 47 cv de potência a 7.250 rpm e 5,3 kgfm de torque a 5.650 rpm, com injeção eletrônica e uma transmissão de seis marchas. O conjunto mecânico não apresenta novidades em relação a outras motos da marca, como a Interceptor e a Continental GT. O chassi, também de aço tubular em treliça, foi ajustado para o modelo Super Meteor, mantendo a mesma base dos outros 650 da marca.
O diferencial da Royal Enfield Super Meteor começa a aparecer na suspensão. A moto traz um garfo invertido Showa de 43 mm na frente, com 120 mm de curso, o que foi um primeiro para os modelos 650 no Brasil. A traseira conta com dois amortecedores com ajuste de pré-carga e 101 mm de curso. A moto é equipada com discos de freio de 320 mm na dianteira e 300 mm na traseira, ambos com pinças ByBre e ABS de dois canais. As rodas são de liga leve, com aro de 19″ na frente e 16″ na traseira, calçadas com pneus 100/90-19 e 150/80-16, respectivamente. O peso em ordem de marcha é de 241 kg, o que coloca a moto em um segmento mais robusto, com um tanque de combustível de 15,7 litros.
Além dos aspectos mecânicos, a Super Meteor 650 conta com uma série de recursos de série, como painel que combina velocímetro analógico com uma tela digital, o sistema Tripper Navigation para navegação assistida por GPS, iluminação full-LED e uma entrada USB para carregar dispositivos. São detalhes que reforçam o apelo mais moderno da moto, sem comprometer o estilo clássico e a simplicidade que a Royal Enfield preza.
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O Que Esperar da Super Meteor 650?
Apesar da experiência ser, em grande parte, familiar para quem já conhece outras motos da Royal Enfield, como a Interceptor ou a Continental GT, a Super Meteor 650 traz um toque a mais para quem busca uma moto para longas distâncias. O banco mais largo, o guidão recuado e as pedaleiras avançadas dão à moto uma postura estradeira clássica, algo que remete diretamente às grandes cruisers, como as Harley-Davidson. A altura do banco de 740 mm facilita o acesso, mas a moto não é das mais fáceis de manobrar, especialmente quando se tenta colocá-la no cavalete central devido ao peso de 241 kg.
Em termos de conforto, a Super Meteor 650 se mostrou mais amigável do que a antiga Bullet 500, que tinha limitações em termos de vibração e ergonomia. O comportamento da suspensão, especialmente na traseira com os amortecedores de 101 mm de curso, permite um bom nível de conforto em estradas mais irregulares. No entanto, a sensação de comunicação entre a moto e o condutor é um pouco diluída devido ao entre-eixos maior e aos garfos invertidos da dianteira, o que pode afastar alguns motociclistas mais exigentes. Embora a moto tenha um comportamento neutro em estradas, ela não oferece uma sensação visceral que alguns esperam de um modelo top de linha.
Performance
O motor da Super Meteor 650, que já é bem conhecido de outros modelos da marca, entrega uma condução focada em baixas e médias rotações. O torque linear e o ronco do motor são agradáveis, mas o som característico do bicilíndrico, que em outras motos da Royal Enfield é mais evidente, é mais abafado nesta versão. Os escapes baixos, distantes do condutor, contribuem para a falta do tradicional ronco descompassado que faz parte da experiência de pilotar uma Royal Enfield 650. Isso pode ser visto como uma perda de identidade sonora para os entusiastas da marca, que esperam um som mais marcante, especialmente em um modelo que se posiciona como o topo da linha.

Quando se trata de performance, a moto se comporta bem, especialmente na faixa de 5.000 a 7.000 rpm, onde a condução é mais prazerosa e o motor se mantém estável. No entanto, em termos de sensações, a Super Meteor 650 deixa a desejar. Comparada com modelos anteriores da Royal Enfield, como a Interceptor, a Super Meteor não tem aquele algo a mais que prende a atenção do motociclista, como a vibração prazerosa ou o ronco característico. A falta de uma “personalidade” sonora e a comunicação um pouco mais distante entre a moto e o condutor fazem com que a Super Meteor 650, apesar de ser uma excelente moto, não deixe uma impressão marcante.