Rússia Exige Bilhões da Renault por Fábrica Comprada a Preço de Peixe!
A Renault enfrenta um impasse bilionário caso decida retornar ao mercado russo. Em 2022, com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, diversas montadoras ocidentais encerraram suas operações no país como forma de boicote. A Renault, que controlava 68% da AvtoVAZ, fabricante dos modelos Lada, vendeu sua participação para a estatal russa NAMI por apenas 1 rublo, equivalente a um centavo de dólar.
Agora, a montadora francesa pode ser obrigada a desembolsar 112,5 bilhões de rublos, aproximadamente 1,3 bilhão de dólares, para retomar o que antes lhe pertencia. Segundo o presidente da AvtoVAZ, Maxim Sokolov, a NAMI fez investimentos significativos na empresa desde a saída da Renault, o que justificaria o novo preço. Por enquanto, a Renault não confirmou qualquer intenção oficial de retorno ao mercado russo.
Mas como essa situação chegou a esse ponto?

Guia do Conteúdo
A saída da Rússia e o impacto no mercado
Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, diversas empresas ocidentais optaram por sair do país como represália ao conflito. No setor automotivo, essa decisão foi drástica, levando marcas como Volkswagen, Mercedes-Benz e Nissan a encerrarem suas atividades.
A Renault, então controladora da AvtoVAZ, tomou a mesma decisão e vendeu sua participação majoritária para a NAMI por um valor puramente simbólico. A transação foi feita rapidamente, sem grandes negociações, permitindo que a montadora francesa saísse do mercado russo sem maiores complicações naquele momento.
No entanto, o contrato incluía uma cláusula que permitiria à Renault recomprar sua participação na AvtoVAZ caso desejasse voltar ao país. O problema é que o valor de recompra não foi pré-definido, e agora a Rússia impõe um custo muito maior do que o montante simbólico pago pela NAMI.
Os motivos para a cobrança bilionária
O presidente da AvtoVAZ, Maxim Sokolov, afirmou que a NAMI fez investimentos expressivos desde que assumiu a empresa. Segundo ele, a estatal russa investiu mais de 1,2 bilhão de dólares na modernização da AvtoVAZ, justificando a cobrança bilionária para qualquer possível recompra pela Renault.
Antes da venda para a NAMI, a Renault investia anualmente entre 226 e 249 milhões de dólares na AvtoVAZ. Com base nesses valores, Sokolov argumenta que os aportes feitos nos últimos anos superam os investimentos da montadora francesa na empresa.
Diante disso, a NAMI exige que qualquer retorno da Renault seja acompanhado de um reembolso proporcional aos investimentos já realizados.
A Renault vai pagar para voltar?
Até o momento, a Renault não se manifestou oficialmente sobre um possível retorno ao mercado russo. Contudo, algumas movimentações no setor automotivo indicam que a empresa pode estar avaliando suas opções, especialmente diante da possibilidade de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
Se decidir voltar, a Renault terá que escolher entre duas alternativas:
- Pagar os 1,3 bilhão de dólares exigidos pela Rússia e retomar a AvtoVAZ, voltando a atuar no mercado russo.
- Desistir do retorno e perder definitivamente sua participação na AvtoVAZ, deixando o mercado para empresas locais e chinesas.
Antes da guerra, a marca era responsável por cerca de 30% do mercado automotivo na Rússia. A operação gerava receitas bilionárias, mas agora a AvtoVAZ passou a funcionar de forma independente.
Nos últimos anos, a fabricante russa relançou modelos sem tecnologia ocidental, como o Lada Granta, que perdeu airbags e freios ABS. Essa adaptação permitiu que a AvtoVAZ continuasse operando mesmo sem o suporte da Renault.
Outras montadoras também podem enfrentar dificuldades para voltar à Rússia
Ela não é a única montadora que pode enfrentar desafios para retornar ao mercado russo. Volkswagen, Mercedes-Benz e Nissan também venderam suas operações por valores simbólicos e podem ter que pagar caro caso queiram retomar suas fábricas.
A Volkswagen vendeu sua operação na Rússia por apenas 125 milhões de dólares, um valor bem abaixo do real valor dos ativos. A Mercedes-Benz também vendeu sua fábrica para um grupo local por um valor não divulgado, mas especula-se que tenha sido uma quantia simbólica.
Caso essas marcas tentem voltar ao mercado russo no futuro, é provável que enfrentem cobranças semelhantes à que a Renault enfrenta agora.
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