Você Não Vai Acreditar no Carro que Herdou o Trono do Gol!

O ano era 1980. Enquanto o Brasil passava por transformações sociais e econômicas, algo revolucionário surgia discretamente nas ruas: um novo carro da Volkswagen, criado para substituir ninguém menos que o próprio mito das estradas nacionais — o Fusca. Era o nascimento do Gol. Um hatchback compacto, com base europeia e alma brasileira, que deixaria uma marca eterna na indústria automotiva do país.

Mais de 40 anos se passaram, e agora, a montadora alemã prepara um novo capítulo: o Tera, SUV compacto que tenta repetir a façanha e se tornar o novo queridinho da marca no Brasil. Mas antes de olhar para o futuro, é preciso entender de onde veio tanta inspiração.

gol g7 azul
Foto: Divulgação/ Volkswagen

Uma Missão Impossível: Substituir o Carro Mais Querido do Brasil

Imagine o desafio: criar um carro capaz de assumir o posto do Fusca, o maior símbolo automotivo do Brasil até então. Essa tarefa quase hercúlea foi dada à equipe da Volkswagen do Brasil na década de 70, quando o icônico modelo já começava a mostrar sinais de envelhecimento. Seu desempenho e design já não encantavam tanto, e a concorrência — com carros mais modernos como o Fiat 147 e o Chevrolet Chevette — começava a ameaçar sua supremacia.

Sob o comando do então presidente global da VW, Rudolf Leiding, nasceu a proposta de um veículo totalmente novo, desenvolvido em solo brasileiro, mas com know-how europeu. O objetivo era claro: modernizar sem perder o DNA popular da marca.

Polo na Estrutura, Fusca no Coração

O projeto foi batizado de Gol, em homenagem à paixão nacional pelo futebol. Seu nome já sinalizava o desejo de marcar um golaço no mercado. A estrutura veio do Polo europeu, garantindo uma base sólida e atualizada para o novo modelo. Porém, em um movimento surpreendente, a mecânica ainda carregava heranças do passado.

O motor do primeiro Gol era o mesmo do Fusca: 1.3 litros, refrigerado a ar, com modestas 47 cavalos de potência. A grande diferença? Em vez de estar montado na traseira, como no Fusca, ele agora ocupava a dianteira. Essa foi uma das soluções encontradas para equilibrar custos, confiabilidade e a adaptação ao novo desenho.

Mesmo com uma ficha técnica modesta, o Gol era extremamente eficiente. Seu desempenho era suficiente para o uso urbano, seu consumo de combustível era considerado excelente, e a mecânica simples conquistava até os mecânicos mais exigentes. Era robusto, econômico e prático — três palavras que definiam exatamente o que o consumidor brasileiro procurava naquela época.

Design Que Fala Alto

O visual também era algo novo. O Gol trouxe linhas retas, formas geométricas e um friso cromado que cortava toda a lateral da carroceria — um toque de sofisticação para os padrões da época. No interior, o painel era simples, mas com detalhes modernos, como um rádio AM/FM, algo raro em modelos de entrada.

A fórmula deu certo. Mesmo com motor “emprestado” do Fusca, o Gol caiu no gosto popular rapidamente. Seu sucesso só cresceria com o passar dos anos, especialmente após a adoção de motores mais potentes e modernos.

Volkswagen Tera vermelho na diagonal.
Volkswagen Tera / Foto: Reprodução

Da Simplicidade ao Domínio: O Gol Vira Líder de Vendas

A primeira grande reviravolta na história do Gol veio em 1987, com uma reestilização marcante que o aproximou ainda mais do gosto do consumidor. Foi a partir desse momento que ele passou a liderar o ranking de carros mais vendidos do Brasil — posição que manteria, de forma quase ininterrupta, até 2014.

Durante esse período, o Gol evoluiu muito. Novas gerações surgiram, motores foram atualizados, tecnologias foram incorporadas e o design seguiu as tendências do mercado. Surgiram versões icônicas, como o Gol GT, Gol GTI, o esportivo Gol GTS e até mesmo modelos mais voltados ao público jovem, como o Gol Rallye.

Independentemente da versão, o Gol tinha uma coisa em comum: confiabilidade. Era o carro para quem precisava rodar muito, trabalhar, viajar e ainda assim gastar pouco com manutenção.

Ao longo de mais de quatro décadas, foram milhões de unidades vendidas, não só no Brasil, mas também em diversos mercados da América Latina.

Fim de Ciclo? Não Exatamente…

Em 2022, a Volkswagen anunciou oficialmente o fim da produção do Gol. Era o encerramento de uma era, mas também o início de uma nova fase. Afinal, a marca já preparava o terreno para um sucessor moderno, com o mesmo espírito de versatilidade e praticidade: o SUV Volkswagen Tera.

Tera: Um SUV com Alma de Hatch

A Volkswagen aposta alto no Tera. Ainda que sejam carros de segmentos completamente diferentes, há uma ligação emocional entre o SUV e o hatch que o antecedeu.

Enquanto o Gol nasceu para enfrentar as ruas esburacadas dos anos 80 com motor simples e carroceria compacta, o Tera surge com o desafio de ser moderno, conectado, seguro e sustentável — mas sem perder a essência prática que fez o Gol ser o que foi.

A proposta do Tera é clara: um SUV compacto, com boa altura do solo, ótimo espaço interno e um design marcante. Ele busca cativar tanto o público jovem quanto famílias que querem um carro completo, mas acessível.

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Tecnologia, Design e Segurança

Diferente do primeiro Gol, que era simples por natureza, o Tera aposta pesado em conectividade e equipamentos. Estima-se que ele virá equipado com centrais multimídia com tela ampla, integração com smartphones, assistência à condução e bons recursos de segurança — algo impensável na época do Gol original.

No design, ele deve seguir a linguagem visual da nova geração da Volkswagen, com traços robustos, faróis afilados, grades largas e linhas musculosas. Tudo para se destacar no mercado de SUVs, hoje extremamente competitivo.

Mas e o Motor?

Se o primeiro Gol foi lançado com motor herdado do Fusca, o Tera, por sua vez, deve contar com propulsores modernos, como os turbinados de baixo consumo ou até versões híbridas no futuro. Isso evidencia como a tecnologia automotiva evoluiu — e como a Volkswagen pretende acompanhar essa evolução sem abrir mão da identidade brasileira.

O DNA do Gol Está Vivo

Mesmo que o Tera seja diferente em quase tudo, ele carrega o mesmo propósito do Gol de 1980: ser um carro pensado para o Brasil. Um veículo confiável, preparado para encarar os desafios do dia a dia e que conquiste os motoristas pela praticidade, não apenas pela aparência.

Do Gol ao Tera, a História Continua

O Gol foi muito mais que um carro: ele foi símbolo de uma época, companheiro de milhões de brasileiros e peça-chave da indústria nacional. Seu legado vai muito além das vendas ou prêmios recebidos. Ele representa o esforço de criar algo que, mesmo simples, foi perfeito para o seu tempo.

volkswagen gol g7 vermelho
Foto: Divulgação/ Volkswagen

Agora, com o Tera, a Volkswagen tenta repetir essa história. Não com nostalgia, mas com inovação. Um novo carro para um novo Brasil. Resta saber se o público vai abraçar esse SUV da mesma forma calorosa com que abraçou o Gol em 1980.

Mas uma coisa é certa: quando o assunto é criar ícones, a Volkswagen já mostrou que sabe como fazer história.

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Um jovem que está iniciando sua vida no mundo automobilístico, carregando uma enorme paixão sobre o assunto. Se formou no Ensino Médio e pretende se ingressar em uma faculdade. Um jovem que nos tempos vagos, se interessa em fazer atividades familiares e passar mais tempo com a família.
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