Vidros Inteligentes? Descubra o Segredo Por Trás da Película que Promete Mudar Seu Carro
A tecnologia automotiva não para de surpreender, e o que parecia coisa de ficção científica já está presente em nossos veículos. Imagine poder controlar a escuridão dos vidros do seu carro com um simples comando remoto! Essa inovação, conhecida como vidro eletrocromático, promete resolver os problemas do insulfilm tradicional – mas será que essa solução é tão vantajosa quanto parece? Neste artigo, vamos explorar detalhadamente essa tecnologia, seus prós e contras, alternativas disponíveis e os riscos envolvidos para os consumidores que desejam experimentar essa novidade. Continue lendo e descubra se essa “mágica” pode realmente ser a resposta para quem não quer ficar sem bateria de luz ou sofrer com o incômodo de vidros sempre escuros ou claros demais.

Guia do Conteúdo
A Evolução do Insulfilm Tradicional
O insulfilm é uma película que tem sido utilizada há décadas para escurecer os vidros dos carros, proporcionando maior privacidade e ajudando a reduzir o calor interno. No entanto, o insulfilm tradicional apresenta um grande problema: a variação da luz. Em dias de sol, ele pode funcionar perfeitamente, mas à noite ou em condições de baixa luminosidade, o efeito pode ser o oposto – o vidro pode ficar tão escuro que prejudica a visibilidade do motorista. Essa inconsistência tem gerado muitas reclamações e despertado a busca por soluções mais avançadas.
A Promessa do Vidro Eletrocromático
Surpreendentemente, vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma solução quase mágica para o problema do insulfilm: vidros que ajustam automaticamente a transparência através de um controle remoto. Essa tecnologia, chamada de vidro eletrocromático, já existe há vários anos e funciona por meio de uma camada especial de gel invisível aplicada aos vidros. Essa camada possui propriedades químicas que mudam com a passagem de eletricidade, permitindo que o nível de escurecimento do vidro seja controlado conforme a necessidade do momento.
O uso mais famoso do vidro eletrocromático ocorre nas janelas de passageiros do Boeing 787, aeronave que utiliza essa tecnologia para oferecer maior conforto aos passageiros. Recentemente, essa inovação começou a ser aplicada em alguns dos novos carros elétricos da Volkswagen, demonstrando que a tecnologia não é mais exclusiva do setor aeroespacial.
Funcionamento e Aplicação nos Veículos
A mágica acontece quando uma corrente elétrica é aplicada à camada de gel presente no vidro. Essa corrente altera as propriedades do gel, modificando a transparência do vidro de maneira quase instantânea. Isso permite que o motorista, ou até mesmo o passageiro, ajuste o nível de escuridão conforme a luminosidade externa ou a preferência pessoal, utilizando um controle remoto ou, em alguns casos, até mesmo um aplicativo integrado ao sistema do carro.
No entanto, apesar de seu potencial revolucionário, a aplicação do vidro eletrocromático não é isenta de problemas. Embora a tecnologia em si já seja conhecida há décadas, sua implementação prática nos veículos ainda enfrenta desafios significativos, tanto do ponto de vista técnico quanto econômico.
Custos e Desafios de Instalação
Um dos principais obstáculos para a ampla adoção dessa tecnologia é o custo. Em sites internacionais, já é possível encontrar soluções semelhantes às apresentadas nos vídeos virais, mas o preço gira em torno de R$ 5.000, já incluindo impostos e frete. Esse valor pode ser considerado elevado para a maioria dos consumidores, especialmente se comparado ao custo do insulfilm tradicional.
Além disso, a instalação dos vidros eletrocromáticos requer modificações significativas no sistema elétrico do veículo. Cada vidro precisa ser conectado a uma fonte de energia, o que pode implicar em adaptações complexas e dispendiosas. Tais alterações podem até mesmo anular a garantia do carro, gerando riscos de danos aos componentes elétricos. Esses fatores tornam a implementação dessa tecnologia uma opção que, embora inovadora, ainda precisa ser cuidadosamente avaliada por quem deseja investir nessa modernidade.
Leia Também: Renault Descontinua Modelos Populares: Saiba Tudo Sobre a Mudança!

Riscos de Segurança e Funcionamento
Outro ponto crucial é a segurança. Os vidros eletrocromáticos modernos possuem o que é chamado de “transparência ativa”. Isso significa que, em caso de falha na fonte de energia, os vidros tendem a ficar opacos e escurecidos, o que pode comprometer a visibilidade e a segurança dos ocupantes do veículo. Essa possibilidade é extremamente preocupante, pois em situações críticas, a falta de visibilidade pode aumentar o risco de acidentes.
A Volkswagen, por exemplo, optou por utilizar essa tecnologia de forma limitada, instalando os vidros eletrocromáticos apenas no teto solar dos modelos ID.7 e ID.Buzz. A marca alemã também escolheu um gel que, em vez de escurecer, torna-se opaco, minimizando os riscos associados à falta de energia. Essa cautela demonstra que, mesmo para os gigantes do setor, a implementação completa dessa tecnologia ainda é um desafio a ser superado.
Alternativas Viáveis: A Película Fotocromática
Diante dos desafios apresentados pelos vidros eletrocromáticos, uma alternativa mais acessível e prática surge: a película fotocromática. Essa tecnologia funciona de maneira semelhante aos óculos que se transformam de claros para escuros automaticamente ao serem expostos à luz solar. A grande vantagem é que a reação ocorre por conta dos raios solares, sem a necessidade de conectar a película a uma fonte de energia.
A película fotocromática é significativamente mais barata, sendo encontrada na internet por cerca de R$ 315 por metro quadrado. Isso torna essa opção muito mais atrativa para os consumidores que desejam modernizar seus veículos sem gastar uma fortuna. Contudo, como tudo na vida, essa tecnologia também possui suas limitações e requisitos legais.
Conformidade com as Normas do Contran
O uso de qualquer tipo de película nos vidros automotivos precisa obedecer às regras estabelecidas pelo Contran. Segundo o especialista Marco Fabrício Vieira, assessor da presidência da CET-Santos e conselheiro do Cetran-SP, as películas fotocromáticas são permitidas no Brasil, desde que respeitem os limites mínimos de transparência definidos pela legislação.
Para os vidros, os requisitos são bastante específicos:
- O para-brisa deve manter um mínimo de 75% de transparência se for incolor ou 70% se tiver coloração.
- Os vidros laterais dianteiros também devem manter 70% de transparência.
- Já os vidros laterais traseiros e o vidro traseiro devem permitir, no mínimo, 28% de transparência.

Um problema surge quando as películas anunciadas prometem uma variação de transparência que vai de 68% a 25%, o que as coloca em desacordo com as normas. Caso essa irregularidade seja constatada durante uma blitz, o condutor pode ser autuado, recebendo uma multa de R$ 195,23 e tendo a carteira de habilitação marcada com 5 pontos, conforme o artigo 230 do CTB. Pior ainda, o veículo pode ser recolhido até que a situação seja regularizada.