Ninguém Esperava Essa Virada no Top 10 das Picapes!
Em um cenário automotivo em constante transformação, uma virada inesperada movimentou o mercado de caminhonetes no Brasil em maio. Após um início de ano morno e repleto de incertezas, a Chevrolet S10 ressurgiu com força e protagonismo, ultrapassando a até então sólida Ford Ranger e assumindo a vice-liderança entre as picapes médias mais vendidas do país. O avanço não apenas quebra expectativas como também inaugura um novo capítulo na acirrada disputa pelo coração – e bolso – dos brasileiros apaixonados por utilitários robustos.
Para além dos números, essa mudança de posição revela muito sobre preferências do consumidor, estratégias das montadoras e até mesmo tendências regionais que interferem diretamente na disputa por liderança em um dos segmentos mais competitivos do mercado nacional.

Guia do Conteúdo
A escalada da S10: de coadjuvante a protagonista
Durante os primeiros meses do ano, a Chevrolet S10 vinha amargando posições modestas no ranking de vendas. Muitos já especulavam se a picape da marca americana conseguiria se manter relevante diante da crescente concorrência no segmento de médias. O lançamento de novos modelos, reestilizações arrojadas de rivais e o apelo de picapes mais tecnológicas e conectadas pareciam sufocar a S10. Mas, contra todas as previsões pessimistas, o mês de maio provou que a história estava longe de terminar.
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Com 2.772 unidades vendidas, a S10 não apenas retomou o fôlego, como também passou à frente da Ford Ranger, que registrou 2.670 unidades. Embora a diferença entre as duas tenha sido pequena, o impacto foi significativo. Afinal, a Ranger vinha se mantendo sólida como a vice-líder do segmento há vários meses. O tropeço da Ford – uma queda de mais de 300 unidades em relação ao mês anterior – foi o empurrão necessário para a S10 mudar o jogo.
Ford Ranger: queda pontual ou início de declínio?
A Ford Ranger vinha de um histórico recente muito positivo. Em abril, por exemplo, ela havia emplacado 2.980 unidades, mantendo uma performance estável, mesmo com a chegada de novos concorrentes. No entanto, maio trouxe um revés inesperado. A queda para 2.670 unidades pode até parecer modesta em números absolutos, mas em um mercado altamente competitivo como o de picapes médias, é o suficiente para provocar reviravoltas.
Há quem acredite que esse recuo seja apenas pontual, resultado de ajustes logísticos, baixa de estoques ou estratégias momentâneas de marketing. Mas também há os que veem nesse dado um alerta vermelho, sinalizando que a marca pode precisar rever sua abordagem se quiser voltar à briga direta pelo topo.
A Toyota Hilux ainda reina… por enquanto
Enquanto Chevrolet e Ford duelam pela vice-liderança, a Toyota Hilux continua no topo entre as picapes médias. Em maio, a gigante japonesa vendeu 4.425 unidades, mantendo sua confortável liderança no segmento. Apesar disso, no ranking geral de caminhonetes (que inclui também as intermediárias e compactas), a Hilux ficou apenas na quarta colocação.
A razão é simples: as picapes compactas e intermediárias têm dominado as vendas em volume, justamente por oferecerem versatilidade urbana, preços mais acessíveis e bom desempenho em estrada. Mas, para quem busca força bruta, capacidade de carga e presença marcante, as médias como a Hilux, S10 e Ranger continuam sendo a escolha número um.
Top 10: um retrato fiel das preferências brasileiras
O ranking das caminhonetes mais vendidas de maio reflete bem a diversidade do gosto brasileiro. Dos utilitários mais urbanos às picapes preparadas para o trabalho pesado, há opções para todos os perfis e bolsos. Confira a lista completa:
- Fiat Strada – 11.854 unidades
- Volkswagen Saveiro – 5.536 unidades
- Fiat Toro – 4.690 unidades
- Toyota Hilux – 4.425 unidades
- Chevrolet S10 – 2.772 unidades
- Ford Ranger – 2.670 unidades
- Ram Rampage – 2.182 unidades
- Chevrolet Montana – 1.873 unidades
- Mitsubishi Triton – 892 unidades
- Renault Oroch – 872 unidades
A força imbatível das picapes compactas
É impossível falar do mercado de caminhonetes sem destacar a Fiat Strada. Mais uma vez, ela foi a picape mais vendida do Brasil, com impressionantes 11.854 unidades emplacadas. Mesmo com a crescente concorrência e o aumento de opções no mercado, ela mantém a coroa com folga.

Seu sucesso pode ser atribuído a uma série de fatores: preço competitivo, robustez comprovada, manutenção acessível e bom desempenho em zonas urbanas e rurais. Além disso, a Strada é a escolha número um de quem precisa de um veículo versátil para o dia a dia do trabalho sem abrir mão de conforto e segurança.
Saveiro e Toro: os fiéis escudeiros
Na segunda posição geral, a Volkswagen Saveiro mostrou sua resiliência. Com 5.536 unidades, a picape da VW se mantém como uma opção urbana sólida, especialmente para pequenos empreendedores e autônomos que precisam de uma caçamba funcional em um carro ágil.
A Fiat Toro, por sua vez, reina no segmento intermediário. Com 4.690 unidades, ela alia estilo, tecnologia e capacidade de carga, criando uma identidade própria que agrada tanto ao público jovem quanto ao maduro. Seu visual mais SUV do que picape também contribui para esse sucesso híbrido.
Destaques e quedas: Ram, Triton e Oroch no radar
A Ram Rampage tem se destacado no segmento de picapes intermediárias. Com 2.182 unidades vendidas em maio, ela se firma como a vice-líder nesse subgrupo, superando expectativas desde seu lançamento. A proposta robusta, aliada a uma experiência de condução diferenciada, tem atraído novos perfis de compradores.
Já a Mitsubishi Triton, por anos considerada uma das alternativas mais “raiz” do mercado, começa a retomar fôlego. Com 892 unidades vendidas, subiu ao nono lugar, desbancando a Fiat Titano, que ficou fora do top 10 após mudanças em sua origem e fornecimento.
Fechando a lista, a Renault Oroch manteve-se na décima posição. Ainda que com números modestos (872 unidades), ela segue firme com seu público cativo que busca um meio-termo entre utilitário e carro de passeio.
Por que a S10 voltou a crescer?
Especialistas apontam alguns motivos que explicam a recuperação da S10:
- Atualizações no design e tecnologia: A Chevrolet realizou ajustes pontuais no modelo, atualizando o visual e incorporando novas tecnologias de segurança e conectividade.
- Ofensiva promocional: A marca intensificou suas ações de marketing, oferecendo condições especiais de financiamento, bônus na troca de seminovos e pacotes de revisão gratuita.
- Demanda reprimida: Alguns consumidores que haviam adiado a compra no início do ano voltaram às concessionárias após a redução de juros e maior estabilidade econômica.
- Redução da espera nas concessionárias: Um problema recorrente em 2024 foi a demora na entrega de modelos. Em 2025, a Chevrolet melhorou seus estoques e logística.
E o futuro? O que esperar para os próximos meses?
Com a disputa cada vez mais acirrada, é difícil prever com exatidão o que virá pela frente. No entanto, algumas tendências são claras:
- A Chevrolet S10 deve manter o embalo e, se continuar crescendo, poderá ameaçar a liderança da Hilux.
- A Ford Ranger precisa reagir rapidamente para não perder mais espaço.
- A Ram Rampage e a Montana prometem incomodar cada vez mais no segmento intermediário.
- Picapes compactas como a Strada e a Saveiro continuarão dominando em volume absoluto.

Além disso, as montadoras seguem investindo em versões híbridas e elétricas de seus modelos, o que pode mudar drasticamente o cenário nos próximos anos.