Citroën Basalt pode ser a grande aposta da marca no Brasil
A Citroën enfrentou altos e baixos no Brasil desde que a Stellantis assumiu a missão de revitalizar a marca. Modelos como o C3 e o Aircross não alcançaram as expectativas de vendas, em parte pela falta de receptividade do mercado. Contudo, surge uma esperança que pode mudar esse quadro: o Citroën Basalt. Analisamos o modelo e os detalhes que podem colocá-lo em um caminho de sucesso.
O Contexto do C3 e Aircross
Quando observamos o mercado, o C3 é apenas mais um hatch compacto. Apesar de oferecer um preço competitivo comparado a modelos como o Kwid, ele não se destaca em um segmento saturado. A Stellantis ainda prioriza o Fiat Mobi em suas vendas diretas, o que acaba prejudicando o desempenho do C3. Já o Aircross, mesmo com um apelo de SUV compacto, também ficou aquém do esperado em vendas.

A Estratégia Diferente do Basalt
A Citroën parece ter aprendido com as lições do passado ao posicionar o Basalt em um nicho pouco explorado: o de SUVs cupês. Nesse segmento, as opções são limitadas a modelos como o Fiat Fastback e o Volkswagen Nivus. Ambos têm seus pontos fortes, mas também desvantagens, como design desproporcional e preço elevado, respectivamente. O Basalt, por outro lado, foi posicionado com preços atraentes e uma proposta de valor que inclui elementos de sedã compacto.
Preços Competitivos e Ofertas Atrativas
O Citroën Basalt começa com um preço de R$ 96.990 na versão Feel 1.0 aspirada manual e vai até R$ 118.290 na versão First Edition turbo CVT. No entanto, nos concessionários e no site da marca, o preço real pode começar a partir de R$ 89.990, tornando-o uma oferta imperdível. Para se ter uma ideia, com até R$ 105 mil é possível adquirir apenas a versão de entrada de sedãs compactos, enquanto o Basalt oferece muito mais por um preço semelhante.
Versão Top de Linha e Itens de Série
A versão Shine, topo de linha do Basalt, é um verdadeiro destaque. Com preço real de R$ 104.990, ela inclui ar-condicionado digital, retrovisores elétricos, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, volante revestido em couro, bancos com regulagem de altura e sensor de ré. Outros itens de série incluem rodas de 16 polegadas, faróis de neblina, vidros elétricos com função um toque e uma câmera de ré. O modelo da avaliação ainda contava com a cor Vermelho Rubi com teto preto, um opcional de R$ 3.000.
Onde a Citroën Fez Concessões
Para manter o preço competitivo, a Citroën fez algumas economias, principalmente no interior. O acabamento é simples, com plásticos duros e um painel que, em algumas partes, parece oco. O material do volante é de boa qualidade, mas os bancos são feitos de um couro rígido que aparenta ser ressecado. A posição de dirigir, apesar de confortável para longas viagens, é mais alta do que em outros modelos, uma característica que remete aos antigos Citroën Picasso.
O design do interior é básico, com detalhes como as saídas de ar parecendo frágeis em comparação à qualidade da central multimídia, que se destaca pela alta definição e facilidade de uso. O ar-condicionado digital ajuda a conferir um toque de sofisticação, mas a localização dos controles dos vidros elétricos traseiros no console central é um ponto questionável, já que, na Índia, o Basalt vem com os comandos nas portas, como seria ideal.
Comparação com a Versão Indiana
A versão indiana do Basalt traz algumas características que faltam no modelo brasileiro, como uma saída de ar para o banco traseiro, assentos com apoio móvel e encostos de cabeça estilo avião, além de faróis de LED. Esses detalhes, embora possam parecer pequenos, tornam o carro mais sofisticado e conveniente.

Espaço Interno: Um Ponto Positivo
O Citroën Basalt é surpreendentemente espaçoso por dentro. Mesmo para quem tem altura acima da média, como 1,87 m, há espaço de sobra para o banco traseiro. Uma pessoa de mesma estatura consegue viajar confortável, com espaço suficiente para cruzar as pernas. O porta-malas é outro ponto forte, com capacidade de 490 litros, superando a maioria dos sedãs e com um design que facilita a carga devido ao vidro traseiro que sobe junto da tampa.
Dirigibilidade e Desempenho
A dirigibilidade do Basalt é outro destaque positivo. Com motor 1.0 turbo de três cilindros que entrega 130 cv e 20,4 kgfm de torque, aliado à transmissão automática CVT com sete marchas simuladas, o SUV tem uma performance eficiente. Com peso de 1.191 kg, ele responde bem tanto em cidade quanto em estrada, atingindo facilmente velocidades de até 140 km/h. O Basalt se destaca por ser mais refinado que o Fiat Pulse e Fastback, apesar de ser menos sofisticado que modelos como o Peugeot 208 e 2008.
O consumo também é um ponto forte, com médias de 10,1 km/l com etanol e 14,5 km/l com gasolina em ciclo misto, sendo 70% de uso em estrada. Os números oficiais são 11,9 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada com gasolina, e 8,3 km/l e 9,6 km/l com etanol.
Conforto e Isolamento Acústico
A suspensão do Basalt é uma das mais firmes da linha Citroën, o que proporciona uma condução mais estável em curvas fechadas. A direção é firme em altas velocidades e leve em manobras, ideal para uma condução mais esportiva. No entanto, o isolamento acústico ainda deixa a desejar. O ruído do motor e a vibração interna são perceptíveis, algo que pode incomodar quem está acostumado com carros mais refinados. A vibração do motor 1.0 turbo é tão forte que é possível ver o capô se mexendo.