Gol: o carro que venceu o Fusca e agora inspira o SUV que pode mudar tudo!
Quando o assunto é carro popular no Brasil, poucos nomes ressoam com tanto peso quanto o do Volkswagen Gol. Nascido em uma época de transição no cenário automotivo brasileiro, o hatch foi criado com uma missão quase impossível: substituir o lendário Fusca, um dos modelos mais queridos da história.
E o mais impressionante é que ele não só conseguiu — como se tornou um dos veículos mais vendidos do país por décadas. Agora, com o lançamento do SUV compacto VW Tera, a Volkswagen sonha em repetir o fenômeno — e, curiosamente, volta às raízes em busca de inspiração.

Guia do Conteúdo
Uma nova era, um velho desafio
Em 1980, o mercado brasileiro começava a mudar. Modelos como Fiat 147 e Chevrolet Chevette já despontavam, e o tradicionalismo do Fusca já não era mais suficiente para sustentar a liderança de vendas da VW. A marca sabia disso. E a resposta para esse novo momento foi ousada: criar um carro completamente novo, do zero — mas com soluções econômicas e familiares ao público.
Assim nasceu o Gol. O projeto, idealizado ainda em 1975 sob a liderança de Rudolf Leiding (presidente global da Volkswagen à época), ganhou vida após cinco anos de estudos, desenvolvimento e testes. Em maio de 1980, as primeiras unidades saíam da fábrica de Taubaté (SP). Um carro 100% nacional, mas que carregava traços e fundamentos da engenharia europeia.
Um carro “brasileiro”, com alma alemã
Apesar de parecer algo novo, o Gol não nasceu totalmente do nada. Para reduzir custos, a VW Brasil aproveitou a plataforma do Polo europeu — um modelo de sucesso no velho continente. Mas, em vez de seguir à risca o projeto do Polo, o time brasileiro adaptou a estrutura e deu seu próprio toque, criando algo único. O mais curioso: o motor era o velho conhecido do público, o 1300 cc refrigerado a ar, o mesmo que equipava o Fusca. A única grande diferença é que agora ele estava posicionado na parte dianteira do veículo.
Com 47 cavalos de potência, o Gol original não era exatamente um carro de arrancadas emocionantes. Mas isso pouco importava. O que o consumidor buscava era economia, durabilidade e praticidade. E o novo hatch da VW entregava exatamente isso — além de um design mais moderno e alinhado com os padrões que o mercado começava a exigir.
Design simples, mas eficiente
Quem olha para o primeiro Gol hoje talvez ache seu visual até um pouco “rústico”, mas na época, ele era considerado moderno e atraente. Um friso cromado na lateral dava um toque de elegância à carroceria, enquanto o interior trazia conforto na medida certa. Rádio AM/FM era item de destaque — um verdadeiro luxo entre os modelos populares.
Mas o que conquistava mesmo era a combinação entre consumo eficiente e robustez mecânica. Herdando a resistência do motor do Fusca, o Gol era perfeito para as ruas irregulares e os desafios diários dos brasileiros.

A escalada do sucesso
Se no início o Gol conquistou pela proposta honesta e confiável, com o tempo ele evoluiu. Ganhou motores mais potentes, versões esportivas, tecnologia embarcada e passou por reestilizações que o mantiveram competitivo por décadas. Em 1987, já repaginado, o Gol assumiu a liderança do mercado nacional — posição que manteve por impressionantes 27 anos seguidos.
Não era apenas o carro mais vendido: era o mais lembrado, o mais presente nas garagens e o mais adaptado ao estilo de vida do brasileiro.
A volta às origens com o VW Tera
Avançando para 2025, a Volkswagen encontra-se novamente diante de um desafio semelhante ao enfrentado na década de 1980. O Gol saiu de linha, o mercado evoluiu para os SUVs compactos e o público quer mais tecnologia, conectividade e eficiência.
É aí que entra o novo VW Tera, um SUV pequeno que pretende ocupar justamente o espaço deixado pelo Gol. Ele chega com ambições altas: ser o novo carro “do povo”, adaptado aos tempos modernos, mas inspirado no passado de sucesso.
Tera: o sucessor espiritual do Gol?
A relação entre o Tera e o Gol não é apenas de sucessão comercial. A própria Volkswagen já declarou que o novo SUV foi inspirado na trajetória do Gol, tanto em termos de proposta quanto de posicionamento. Assim como o hatch dos anos 80, o Tera foi desenvolvido para atender um público amplo, que busca um veículo confiável, acessível e alinhado com os novos padrões de consumo.
Com motorização TSI, tecnologias modernas e um visual mais robusto, o Tera tenta se posicionar como uma opção viável e desejada para o público que hoje escolhe modelos como Fiat Pulse, Renault Kardian e Chevrolet Tracker. A missão não é fácil — mas a história mostra que a VW sabe jogar esse jogo.
O legado do Gol: mais que números
Foram mais de 8 milhões de unidades vendidas ao longo de quatro décadas. Mas mais do que os números, o que o Gol deixa como herança é a capacidade de adaptação e reinvenção. Ele nasceu como uma resposta ousada à queda do Fusca, se tornou o carro do povo, abraçou a esportividade com versões como GTI e GT, enfrentou concorrentes ferozes, mas nunca deixou de ser uma referência.
Vale a pena vender o seu veículo no Feirão de carros usados?
E o que o futuro reserva?
O Tera chega em um momento de profunda transformação na indústria automotiva. A eletrificação está avançando, os SUVs seguem dominando as vendas, e o consumidor está cada vez mais exigente. Ainda é cedo para saber se o Tera conseguirá repetir o sucesso do Gol — ou mesmo se ficará tanto tempo em produção quanto seu antecessor.
Mas uma coisa é certa: a missão que ele carrega é simbólica e poderosa. Ser mais que um carro — ser um marco.

De Gol a Tera — a roda gira, mas a história permanece
A Volkswagen não esconde que quer repetir a fórmula do sucesso. E, se a história servir de guia, ela mostra que ousadia, adaptação e leitura de mercado são ingredientes essenciais. O Gol provou isso em 1980. Agora, em uma nova era, é a vez do Tera tentar trilhar esse caminho.
Se vai conseguir? Só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: quando um carro nasce inspirado por um ícone, ele já começa com um passo à frente.