O que a eleição dos EUA pode significar para a indústria dos carros elétricos
2024 Eleições dos EUA – Com as eleições dos EUA se aproximando, a indústria de automóveis enfrenta uma incerteza significativa. A política pode influenciar e muito a transição energética.
Os candidatos presidenciais Kamala Harris e Donald Trump têm visões totalmente diferentes sobre como lidar com as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, garantir um fornecimento de energia confiável.
O setor de transporte se tornou o maior emissor de gases de efeito estufa da economia americana, respondendo por cerca de 29% do total de emissões. Há apenas dois anos, os democratas do Senado se uniram para impulsionar uma legislação abrangente destinada a combater as mudanças climáticas, em parte acelerando a transição para veículos elétricos com créditos fiscais e outros incentivos.
Já o candidato republicano Donald Trump fez o contrário, denegrindo os veículos elétricos por meses, dizendo que a fabricação de veículos elétricos destruirá empregos na indústria automobilística. A Tesla chegou a atrasar a construção de sua fábrica no México até depois da eleição, devido ao impacto potencial de uma presidência de Trump. Trump sugeriu impor tarifas sobre veículos elétricos do México, o que poderia afetar muito a proposta de valor da Tesla para a fábrica.
E alarmou que, se eleito nas urnas em Novembro, acabaria com o endurecimento das regras de poluição de veículos implementadas por Biden, potencialmente se referindo à legislação de emissões da EPA para veículos fabricados entre 2027 e 2032, e ao California Advanced Clean Cars Act II.
O anúncio de Trump causou a queda do preço das ações da Tesla, a vanguarda da indústria de veículos elétricos dos EUA. Mas, recentemente, Trump suavizou sua retórica graças ao apoio de Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo e CEO da Tesla. “Sou a favor de carros elétricos, tenho que ser porque Elon me apoiou muito fortemente”, disse Trump.
Elon Musk afirmou que considera o partido Republicano “o partido da meritocracia” e da “liberdade pessoal”. Em um anúncio de resultados da Tesla, Musk se referiu à vitória de Trump como sendo “devastadora para nossos concorrentes”, mas apenas “ligeiramente” para a Tesla, enquanto a longo prazo “provavelmente ajuda a Tesla”.
No ano passado, mais de 1 milhão de carros elétricos foram vendidos nos EUA pela primeira vez e analistas esperam que os números subam ainda mais este ano, aproximando-se de um ponto crítico em que mesmo a retirada do apoio governamental a eles não desacelerará o crescimento das vendas.
No Brasil, a procura por carros elétricos novos cresceu 111% entre janeiro e julho de 2024, número que mostra o aumento do interesse dos brasileiros. Com pouco mais de 270 mil veículos elétricos circulando, o mercado brasileiro ainda tem um longo caminho a percorrer. No entanto, a demanda por carros elétricos está crescendo a passos largos, com a ABVE projetando um aumento de 60% nas vendas em 2024.

Os elétricos vieram para ficar, mas ainda enfrentam barreiras
As barreiras à adoção de carros elétricos incluem falta de infraestrutura de carregamento, preocupações com o desempenho, custo, disponibilidade e acessibilidade dos veículos. Estas barreiras precisam de soluções antes que a aceitação americana possa disparar conforme previsto.
Trump afirmou que 9 trilhões de dólares seriam necessários para construir uma rede de carregadores de carros elétricos. O governo de Joe Biden prometeu construir 500.000 carregadores, muito menos do que os aproximadamente 28 milhões necessários, e garantiu vários bilhões de dólares para isso, embora o progresso nessa construção tenha sido lento. Harris não anunciou um plano para veículos elétricos, mas os apoiou fortemente como vice-presidente.
Os democratas têm uma clara vantagem sobre as questões ambiental e energética. Mais da metade dos adultos dos EUA dizem que confiam em Harris “muito” ou “um pouco” quando se trata de lidar com as mudanças climáticas, de acordo com uma pesquisa do Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research realizada em julho de 2024. Cerca de sete em cada 10 dizem que têm “pouca” confiança em Trump ou “nenhuma” quando se trata do clima. Menos da metade diz que não confia em Harris.
Com pesquisas apontando que o transporte é a maior fonte de emissões de gases de efeito estufa dos EUA, o tema dos transportes se torna central na corrida eleitoral, em que ambos candidatos estão cientes de que mais precisa ser feito para afastar os americanos dos carros que consomem muita gasolina, ou para fora dos carros completamente.
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